A Luta pela Inclusão de Pessoas com Deficiência e Suas Conquistas
O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência foi instituído por iniciativa de movimentos sociais, em 1982, e oficializado pela Lei Nº 11.133, de 14 de julho de 2005. A data foi escolhida para coincidir com o Dia da Árvore, representando o nascimento das reivindicações de cidadania e participação em igualdade de condições.
Essa data foi escolhida por ser próxima ao início da Primavera (23 de setembro) e coincide com o Dia da Árvore, datas que representam o renascer das plantas, que simbolizam o sentimento de renovação das reivindicações em prol da cidadania, inclusão e participação plena na sociedade. Foi Cândido Pinto de Melo, um ativista do movimento das pessoas com deficiência, quem propôs, no início da década de 80.
Quarenta e quatro anos se passaram e houve avanços significativos, como a Lei de Cotas, a Lei Brasileira de Inclusão, a proibição de cobrança pelas escolas de serviços de apoio para alunos com deficiência, bem como atendimento prioritário, transporte público adaptado, entre outros.
Apesar dos avanços, vivemos numa sociedade capacitista.
Ainda encontramos empresas que não fazem esforço para cumprir a cota, incluir ou gerar senso de pertencimento. Além disso, estabelecimentos que não proporcionam acessibilidade e não oferecem atendimento prioritário. Por trás dessas consequências, sempre está um ou mais indivíduos capacitistas.
O capacitismo é representado também nas atitudes diárias, como um olhar enviesado, de pena, ao subestimar a capacidade de uma pessoa com deficiência realizar alguma atividade devido à condição da deficiência, ou mesmo a utilização de expressões que depreciam o indivíduo. Um líder que não delega responsabilidades maiores a uma pessoa com deficiência, por não acreditar na sua capacidade de realização, sem dúvida, também perpetua o capacitismo.
O primeiro passo para a mudança é a consciência e o conhecimento.
Assim, é importante reconhecer que determinadas expressões depreciam o indivíduo e evitar usá-las, por exemplo:
- “Fingir demência”;
- “Dar uma de João sem braço”;
- “Não temos braço para fazer tudo isso”;
- “Dar uma mancada”;
- “Está cego/surdo?”;
- “Estou cego de raiva”;
- “Mais perdido que cego em tiroteio”;
- “Para de ser retardado”;
- “Mudinho/ceguinho”;
- “Nem parece que você é uma pessoa com deficiência”;
- “Você não tem cara de autista”;
- “Seu problema não tem cura?”;
- “Pensei que você era normal”;
- “Será que seus filhos vão nascer normais?”;
- “Mas como você faz as coisas tendo essa deficiência?”.
Muitos dizem: “Ah, mas o mundo está chato. Eu sempre falei e ninguém se incomodou!!!”.
Na realidade, a postura das pessoas era mais passiva. Não significa, necessariamente, que não havia incômodo.
Fica a pergunta: É possível mudar?
Eu respondo com outra pergunta: Você está disposto a mudar?
Tudo depende de quanto nos dedicamos, independentemente da geração, idade, cultura, ou contexto em que se viveu.
Falo por mim. Tenho 57 anos e cresci achando essas frases adequadas. Porém, quando comecei a estudar sobre diversidade e a conviver com pessoas de vários grupos minorizados, tomei consciência de que era necessário repensar conceitos. Hoje, minhas atitudes e comunicação são inclusivas e naturais.
É preciso estar, de fato, aberto ao novo e ao aprendizado. Colocar o respeito em primeiro lugar. Atuar como aliado pela causa. Posicionar-se quando presenciar atitudes e ambientes capacitistas.
Nas organizações, é necessário levar o conhecimento, desenvolver as lideranças, e colocar a diversidade, inclusão e respeito, de fato, como parte dos valores da organização. Estimular o debate como forma de solução e conscientização.
Dessa forma, poderemos catalisar a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva e comemorar mais conquistas.
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Quer saber mais sobre como promover a inclusão de pessoas com deficiência e ajudar a combater o capacitismo? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Luciano Amato
http://www.trainingpeople.com.br/
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