“O conhecimento, a experiência, não é a absorção passiva das sensações, mas o resultado de nossos processos mentais; o mundo não se revela a nós, mas é revelado por nós.” (Immanuel Kant)
Tenho recebido convites para assinar colunas semanais em veículos diversos. São oportunidades únicas, que me enchem de orgulho e satisfação porque escrever é onde me realizo, onde vivo em plenitude, no mundo das palavras.
Atualmente forneço conteúdo editorial para mais de 800 veículos das mídias impressa e eletrônica. Cada um tem sua importância, independentemente de seu número de assinantes, da abrangência de seu mailing, do perfil de seu público-alvo. Acompanho a cada um destes veículos como se fosse o único espaço disposto a acolher minhas ideias porque sei que do outro lado há pessoas dedicadas e apaixonadas pelo que fazem, com interesse ímpar pela cultura e pela difusão do conhecimento.
Escrever é como uma doutrina, uma profissão de fé. Como bem pontuou o admirável Rubem Alves, escrever é uma arte tal qual cozinhar. Quem o faz, tem prazer em saciar a fome de seus convidados. Cuida pessoalmente dos pratos, de sua textura, cores e sabor. Gostoso não é comer, é compartilhar.
Minha cozinha fica numa sala. Minha bancada é uma mesa. Meu fogão é um computador. Minhas panelas são minha cabeça. Meus ingredientes são as palavras. Vou selecionando-as, misturando-as e provando de seu resultado. Saboreio com os olhos e cuido para que temperos em excesso não acabem com outros sabores.
Tenho tido a felicidade de ser agraciado, pela generosidade da maioria dos editores que me assistem, com a liberdade de expressão para abordar temas os mais variados em meus artigos. Certamente isso é fruto da confiança conquistada a partir de minha obra já publicada. Confiança referendada semana a semana, pauta por pauta, coluna a coluna.
A cada novo artigo busco sempre proporcionar a você, estimado leitor, instrumentos capazes de promover-lhe autoconhecimento e autorreflexão. Por isso, há temas que são tratados para provocar o que eu chamaria de “diálogos externos”. Conjecturas, observações, comentários, alusões ao mundo contemporâneo, ao nosso cotidiano, àquilo que nos cerca, sejam temas de caráter econômico, político, social ou cultural. São diálogos externos porque pretendo tão somente expor um determinado ponto de vista, que não é soberano ou inflexível, mas que é o meu, estimulando sua análise e debate sem jamais ter a pretensão de esgotá-lo. Espero que, juntos, possamos construir um país melhor.
Estes são temas típicos da culinária italiana, textos encorpados que alimentam a consciência e que pedem uma taça de vinho tinto, cor de sangue, de contestação. Corpo e sangue. São os momentos de questionamento da ordem, este prazer da razão, banhados pela desordem, esta delícia da emoção.
Mas há os dias em que me sinto inspirado pela cozinha francesa. É quando me torno econômico no uso dos ingredientes, mas extravagante no uso dos temperos. Então preparo textos mais leves na forma e mais profundos no teor, convidando todos a uma demorada reflexão. São os chamados “diálogos internos”, quando procuro mergulhar na intimidade do ser, seus mistérios e nuances. Nestas ocasiões, importa-me provocar não o debate público, mas estimular o debate dentro de você mesmo, para que possa refletir sobre suas atitudes, sentimentos e ações. E que, à luz destas reflexões, possa você tornar-se alguém melhor.
Assim sucedem as semanas, sucedem os artigos. A cada semana um prato novo. Alguns nascem naturalmente, demandam pouco tempo de cozimento. Outros, por sua vez, ficam dias no forno. Consomem uma quantidade incrível de palavras. Letras que vêm e que vão. Chegam mesmo a queimar os dedos, mas finalizá-los tem seu propósito ao imaginar a satisfação de quem os lerá, estampada no brilho dos olhos, no sorriso de canto de boca.
É com este sentimento que, com orgulho e honra, estou aportando aqui no Cloud Coaching, para junto aos demais colunistas, convidar você a navegar pelos mares do pensamento.
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