Meus amigos, confesso que o texto de hoje surgiu pelo mais absoluto acaso. Eu estava trabalhando em outro tema, que prometo trazer a este espaço oportunamente, quando um trabalho pessoal de pesquisa lembrou-me do IBC (International Business Coaching), que não tem atividades no Brasil (não confundir com o Instituto Brasileiro de Coaching).
O IBC dá atenção especial aos múltiplos e correlacionados contextos que formam a realidade dos negócios internacionais. O centro exige que seus Coaches explorem a fronteira do conhecimento, os grupos e as pessoas, bem como aspectos intra e inter-organizacionais, de forma a projetar e implementar os melhores programas de Coaching possíveis. A abordagem do IBC assume que cada intervenção sempre é complexa e busca que o Coachee tenha a capacidade de desenvolver clareza dentro da complexidade, ao invés de voltar-se diretamente para as soluções simplistas.
Para o IBC, as grandes idéias sobre a gestão de um negócio internacional e como as pessoas podem se relacionar melhor são a somatória do aprendizado de múltiplas culturas. E o Coaching passa a ser a melhor maneira de conectar grandes idéias com a prática do dia-a-dia. Reforçando um tema que temos explorado em artigos mais recentes, o Coaching não é atividade independente e única, pois várias vezes ele envolve também processos de consultoria, mentoria e/ou treinamento. .
O diretor do IBC é o Dr. Geoffrey Abbot, um australiano com interesses em liderança global e desenvolvimento de pessoas. É autor de várias publicações, algumas em parceria com o francês Dr. Michel Moral, que trabalhou por décadas em empresas multinacionais. Em 2003, o Dr. Moral decidiu deixar a IBM para criar sua própria empresa de Consultoria e Coaching para organizações globais. O trabalho conjunto deles, de 2011, é o Routledge Companion to Business Coaching, que explora a relação entre a teoria e a prática contemporânesa. Os capítulos tratam de equipes virtuais globais, a seleção de Coaches executivos, e a gestão do Coaching para expatriados em empresas globais.
Anteriormente, em 2009, ambos haviam lançado o livro The Routledge Companion to International Business Coaching. Ambos os livros estão à venda pela internet e, deste último, quero destacar uma conclusão muito interessante que é a essência do primeiro capítulo. Segundo os autores, após a era do Coaching individual e do Coaching orientado a equipes, há um novo conceito valendo e que um bom Coach não pode ignorar: é o Coaching Organizacional, em que uma equipe competente de Coaches consegue ajudar a organização em um processo de ampla mudança.
Para o leitor mais apressado, isso parecerá ser a mesma coisa que o Business Coaching, porém há diferenças sutis que os autores exploram ao longo dos 22 capítulos do livro. No passado, diferentes abordagens foram sendo propostas para conseguir a mudança no comportamento coletivo dos colaboradores de uma empresa, ou mesmo na modificação da cultura corporativa. No mundo atual, o que eles chamam de Coaching organizacional apresenta-se como a intervenção ideal para dinamizar processos de mudança dentro dos novos ambientes organizacionais dinâmicos dos contextos global e internacional.
Isso exigirá que o Coach tenha a competência ampliada para entender e acompanhar a interação das pessoas com o complexo ambiente em que desenvolvem suas vidas pessoal e profissional. Afinal, segundo Abbot e Moral, as mais recentes pesquisas sugerem que os líderes globais bem-sucedidos e os altos executivos têm em comum grande desenvolvimento intelectual, energia e resiliência, capacidade de adaptação cultural, inteligência emocional e alguma curiosidade em especial a explorar. A conclusão é que, para ser um Coach que cause impacto positivo, valores e competências similares aos de seus clientes serão absolutamente indispensáveis.
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