A Psicanálise e Suas Conexões com a Comunicação Não Violenta (CNV)
A Psicanálise é uma abordagem terapêutica desenvolvida pro Sigmund Freud, para compreender o funcionamento da mente humana, enfatizando a importância do inconsciente na formação dos pensamentos, emoções e comportamentos.
1. Inconsciente:
A Psicanálise propõe que grande parte do que motiva nossas ações e sentimentos está fora da nossa consciência. O inconsciente abriga desejos reprimidos, memórias e conflitos que influenciam nosso comportamento.
2. Transferência:
Durante a terapia, os pacientes podem projetar sentimentos e experiências passadas em relação ao terapeuta. Essa dinâmica é usada para explorar relações interpessoais e ajudar no processo de cura.
3. Interpretação dos Sonhos:
Freud acreditava que os sonhos são uma via de acesso ao inconsciente, revelando desejos e conflitos ocultos. Podemos observar isso também quando estudamos sobre o espiritismo, em que os sonhos revelam os desejos e conflitos ocultos. Vale ressaltar que em uma das leituras foi colocado que os sonhos são em preto e branco.
4. Conflitos Internos:
A Psicanálise examina como conflitos entre diferentes partes da mente (id, ego e superego) podem levar a problemas emocionais e comportamentais. Para a CNV, esses conflitos internos, ou intrapessoais, nos levam a pensamentos, emoções, sentimentos e comportamentos automáticos e que não são conscientes.
5. Processo Terapêutico:
O tratamento psicanalítico geralmente envolve sessões regulares onde o paciente fala livremente sobre seus pensamentos e sentimentos, permitindo que o terapeuta ajude a explorar questões mais profundas. Essa abordagem pode ser chamada de “associação livre de ideias”.
A Psicanálise tem influenciado não apenas a Psicologia, mas também áreas como Literatura, Arte e Cultura.
A Psicanálise e a Comunicação Não Violenta (CNV) se entrelaçam de maneiras interessantes, pois ambas abordam a compreensão das emoções, dos pensamentos e das necessidades humanas. Além disso, a compreensão das dinâmicas intrapessoais, interpessoais e sistêmicas.
Adiante estão alguns pontos que ilustram essa conexão, a saber:
1. Compreensão das Emoções:
A Psicanálise enfatiza a importância de explorar e entender as emoções, muitas vezes ocultas no inconsciente. Da mesma forma, a CNV busca reconhecer e expressar emoções de maneira autêntica, promovendo uma comunicação mais empática e consciente, saindo do piloto automático.
2. Necessidades Humanas:
Tanto na Psicanálise quanto na CNV, há um foco em identificar as necessidades subjacentes que motivam comportamentos. A CNV ensina que, por trás de cada sentimento, há uma necessidade não atendida, enquanto a Psicanálise explora como conflitos internos podem surgir de necessidades não reconhecidas, reprimidas ou não atendidas.
3. Empatia e Escuta Ativa:
A Psicanálise valoriza a escuta atenta do terapeuta para compreender as experiências e a atenção flutuante do paciente. A CNV promove uma escuta empática, que busca entender o outro, evitando julgamentos, escutando sem misturar, de fato, com o próprio pensamento do psicanalista. Ambas as abordagens reconhecem a importância da empatia na construção de relacionamentos saudáveis. Em ambas, é na escuta que a cura emerge.
4. Expressão Autêntica:
A Psicanálise incentiva a expressão dos sentimentos e pensamentos reprimidos, ajudando os indivíduos a se conectarem com seu verdadeiro eu. A CNV também promove a expressão honesta das emoções e necessidades, mas com um foco adicional em evitar a culpa e o julgamento, bem como ressignificar as crenças que não servem mais.
5. Resolução de Conflitos:
A Psicanálise pode ajudar a entender os padrões de comportamento que levam a conflitos nas relações interpessoais. A CNV oferece práticas para apoiar na resolução de conflitos de forma pacífica, focando na colaboração e na compreensão mútua, tendo como pilar principal as necessidades humanas.
6. Autoconhecimento:
Ambas as abordagens incentivam o autoconhecimento como caminho para o crescimento pessoal. Na Psicanálise, isso ocorre através da exploração do inconsciente, enquanto na CNV, ela acontece por meio da reflexão sobre sentimentos e necessidades.
Em suma, a Psicanálise e a Comunicação Não Violenta se complementam de maneira poderosa, oferecendo práticas valiosas para a compreensão das complexidades humanas.
Ao explorar o inconsciente e as emoções, a Psicanálise nos ajuda a desvendar os padrões que moldam nossos comportamentos e relações. Por sua vez, a CNV nos ensina a expressar essas emoções de forma autêntica e empática, promovendo assim um diálogo mais construtivo e respeitoso com sintonia e conexão.
Integrar essas abordagens em nossas vidas diárias não apenas enriquece nosso autoconhecimento, autodescoberta, autoconsciência e também transforma nossas interações, criando um espaço onde o entendimento mútuo e a empatia podem florescer.
Ao adotarmos essas práticas, estamos então investindo em relacionamentos mais saudáveis e na construção de uma sociedade mais consciente. Portanto, ao refletirmos sobre nossos pensamentos, emoções, sentimentos, necessidades, e ao nos comunicarmos de maneira mais eficaz, damos um passo importante em direção ao nosso crescimento pessoal e ao fortalecimento das conexões humanas.
Que possamos continuar explorando essas interseções para promover um mundo mais empático, respeitoso e com menos conflitos desnecessários.
Gostou do artigo?
Quer saber sobre como a Psicanálise e a Comunicação Não Violenta (CNV) abordam o autoconhecimento e o que cada uma considera essencial para o crescimento pessoal? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em compartilhar mais sobre esse tema.
Um grande abraço e até o próximo artigo!
Wania Moraes Troyano
Especialista em Resiliência Científica e Neurociências
http://www.waniamoraes.com.br/
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