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Por que se tem falado tanto sobre Segurança Psicológica de Times?

A segurança psicológica tornou-se essencial no ambiente de trabalho. Entenda por que é fundamental para a produtividade, inovação e engajamento, e como líderes podem criar um espaço seguro onde todos se sintam à vontade para contribuir e crescer juntos.

Segurança Psicológica de Times: Por que se tem falado tanto sobre o assunto?

Por que se tem falado tanto sobre Segurança Psicológica de Times?

Nos últimos anos, “segurança psicológica” tornou-se um dos termos mais discutidos nos ambientes corporativos. Especialmente no período pós-pandemia, quando as relações de trabalho passaram por transformações radicais, muitos líderes e profissionais perceberam que a produtividade e a inovação dependem não apenas de competências técnicas, mas de um ambiente onde as pessoas se sintam verdadeiramente seguras para se expressarem. Mas por que, afinal, esse tema ganhou tanta relevância?

A pandemia e suas consequências deixaram claro que o trabalho não é apenas uma questão de resultados e tarefas, mas de interações humanas complexas. O isolamento, o medo e as incertezas forçaram organizações e líderes a repensarem suas estratégias e a questionarem o que, de fato, cria engajamento, produtividade e inovação. Segurança psicológica, um conceito popularizado pela pesquisadora Amy Edmondson, é a chave para muitas dessas respostas.

Quando existe segurança psicológica, cada pessoa na equipe sente que pode expressar suas ideias, dúvidas e preocupações – sem medo de retaliação ou julgamento. Isso não apenas melhora o ambiente de trabalho, mas também constrói uma base sólida para a colaboração e a alta performance.


O que é Segurança Psicológica de Times?

Amy Edmondson, professora de Liderança e Gestão na Harvard Business School, define segurança psicológica como “a crença de que o ambiente é seguro para correr riscos interpessoais”. Em outras palavras, um ambiente com segurança psicológica é aquele em que todos se sentem confortáveis para compartilhar ideias, levantar preocupações e até admitir erros sem o receio de serem julgados ou punidos. Esse tipo de segurança permite que os colaboradores se expressem livremente e sintam que suas contribuições são valorizadas pelo que trazem ao time.

Para Edmondson, a segurança psicológica é a chave para uma cultura de inovação e aprendizado contínuo. Quando os membros de uma equipe se sentem seguros para arriscar e, potencialmente, errar, abre-se espaço para explorar soluções inovadoras, resolver problemas complexos e aprender com cada experiência. Peter Cauwelier, especialista em desenvolvimento de times de alta performance, complementa essa visão ao enfatizar que a segurança psicológica deve ser promovida pela liderança. Segundo ele, a capacidade dos líderes de criar espaços de comunicação abertos e de acolher vulnerabilidades impacta diretamente no potencial colaborativo da equipe, ajudando-a a se desenvolver e a superar desafios.

No pós-pandemia, muitos colaboradores enfrentam questões de saúde mental, dificuldades de adaptação aos novos modelos de trabalho e a desafios emocionais que, antes, não eram necessariamente considerados relevantes no ambiente de trabalho. Hoje, entende-se que a produtividade e a inovação surgem não apenas de talentos individuais, mas de times que se sentem seguros para explorar, colaborar e se adaptar aos desafios. No entanto, a segurança psicológica vai além de simplesmente “sentir-se bem no trabalho”.


Segurança Psicológica x Espaço Seguro: Qual é a Diferença?

Embora as expressões “segurança psicológica” e “espaço seguro” sejam frequentemente utilizadas, Adam Leonard destaca que esses conceitos são diferentes. Um espaço seguro é um ambiente onde as pessoas se sentem emocionalmente protegidas e confortáveis, o que significa que podem compartilhar experiências pessoais sem medo de serem criticadas. No entanto, a segurança psicológica, apesar de incluir conforto e acolhimento, vai além disso.

A segurança psicológica permite que as pessoas confrontem ideias, discutam pontos de vista divergentes e até passem por momentos de desconforto saudável em prol do desenvolvimento coletivo. Isso significa que nem sempre será confortável ou fácil – aliás, o ambiente pode exigir questionamentos e desafios difíceis. Em um ambiente psicologicamente seguro, a franqueza e o confronto de ideias são incentivados porque o objetivo é promover o crescimento e a inovação do time.

Esse “desconforto saudável” é, na verdade, o que possibilita que um time explore novas perspectivas e soluções inovadoras. Portanto, é fundamental que os líderes compreendam essa diferença e que saibam criar um ambiente onde não apenas a empatia e a proteção emocional estejam presentes, mas onde também exista espaço para o debate e para o confronto de ideias.


Perguntas Desafiadoras para Criar Segurança Psicológica

Implementar a segurança psicológica exige mais do que boas intenções – requer coragem para fazer e responder a perguntas difíceis. Tanto líderes quanto colaboradores precisam refletir sobre o que estão fazendo para criar um ambiente verdadeiramente seguro. Algumas perguntas essenciais incluem:

  • Organizações: “Nossos processos e cultura valorizam a inovação e a colaboração ou desencorajam o erro e a vulnerabilidade?” Muitas organizações dizem valorizar a criatividade, mas mantêm uma cultura que pune o erro, minando a disposição dos colaboradores de compartilhar novas ideias.
  • Líderes: “Como eu reajo quando alguém traz uma crítica ou admite um erro?” A resposta do líder diante de um erro ou feedback negativo define o nível de segurança psicológica do time. Se os líderes reagem com julgamento ou punição, acabam desmotivando o compartilhamento aberto de ideias e preocupações.
  • Colaboradores: “Eu sinto que posso expressar minhas opiniões e preocupações sem medo de retaliação?” Se a resposta for negativa, a organização precisa agir para melhorar o ambiente. Cada colaborador tem uma percepção individual de segurança, e essas percepções somam para formar a experiência coletiva do time.

Essas perguntas ajudam a identificar as áreas onde mudanças são necessárias e incentivam uma cultura de reflexão, onde todos os membros da organização, desde o topo da liderança até o nível operacional, têm responsabilidade na construção de um ambiente de trabalho seguro.


Os Benefícios da Segurança Psicológica

Para que uma organização seja bem-sucedida no cenário atual, investir em segurança psicológica não é apenas um diferencial – é uma necessidade estratégica. Vamos explorar os principais benefícios:

1. Inovação e Aprendizado Contínuo

A inovação requer que as pessoas se sintam livres para experimentar e sugerir ideias que, a princípio, possam parecer arriscadas. Quando existe segurança psicológica, os colaboradores se sentem à vontade para explorar soluções criativas e se engajar em processos de aprendizado contínuo, pois sabem que suas ideias serão, de fato, avaliadas de forma construtiva. Organizações com segurança psicológica têm mais facilidade em se adaptar e encontrar novas abordagens para resolver problemas, o que se torna um diferencial competitivo.

2. Redução de Erros e Melhoria Contínua de Processos

Ambientes que tratam o erro como um tabu desencorajam a transparência e o aprendizado. Em contrapartida, organizações que priorizam a segurança psicológica encaram o erro como parte natural do processo de desenvolvimento. Esse tipo de cultura permite que os colaboradores identifiquem falhas, solicitem ajuda e colaborem na resolução de problemas, resultando em melhorias contínuas e em uma organização mais resiliente.

3. Engajamento e Retenção de Talentos

Profissionais que se sentem psicologicamente seguros tendem a ser mais engajados e a desenvolver um vínculo mais forte com a empresa. Em um cenário onde a retenção de talentos é desafiadora, oferecer um ambiente de trabalho seguro e inclusivo torna-se um diferencial competitivo importante para que as pessoas se inspirem e escolham estar na empresa. A segurança psicológica fortalece a conexão dos colaboradores com a empresa, criando um ambiente onde o trabalho é visto como significativo e com propósito.

4. Resiliência Organizacional

Um ambiente psicologicamente seguro é aquele onde os times se sentem preparados para lidar com crises e desafios inesperados. Em tempos de mudança ou de incertezas, um time que “tima juntos”, que confia em seus membros e que sabe que pode enfrentar problemas em conjunto é mais resiliente e preparado para enfrentar adversidades.


Como Promover a Segurança Psicológica na Prática?

Criar um ambiente de segurança psicológica exige compromisso e ação contínua. Abaixo estão algumas práticas que podem ajudar a construir essa cultura:

1. Liderança Transparente e Vulnerável

Líderes que demonstram vulnerabilidade e transparência criam uma base de confiança com a equipe. Amy Edmondson destaca que líderes que admitem seus próprios erros e limitações incentivam os colaboradores a fazerem o mesmo. Essa postura autêntica encoraja um ambiente onde todos se sentem mais à vontade para compartilhar suas ideias e para assumir riscos calculados.

2. Estabelecimento de Normas de Comunicação Aberta

Normas claras de comunicação são importantes para que o diálogo aberto se torne uma prática regular. Cada membro do time deve sentir que sua opinião é bem-vinda e valorizada. É importante que os líderes promovam um ambiente que incentive perguntas e valorize o feedback como um mecanismo de crescimento.

3. Feedback Constante e Focado no Crescimento

O feedback contínuo e construtivo contribui para a segurança psicológica. Em vez de criticar falhas, o feedback deve focar no desenvolvimento da pessoa e do time. Esse tipo de feedback cria um ambiente de aprendizado, onde os colaboradores se sentem apoiados e incentivados a melhorar.

4. Incentivo à Experimentação e à Inovação

Para que a inovação aconteça, o erro precisa ser, de fato, encarado como uma etapa do aprendizado. Líderes devem incentivar a experimentação, deixando claro que nem todas as tentativas precisam ser bem-sucedidas.


A segurança psicológica é mais do que um fator motivacional; é um requisito estratégico para qualquer organização que queira prosperar em um ambiente de negócios em constante mudança. Líderes que compreendem a importância de criar um ambiente seguro – que vai além de um simples “espaço confortável” – têm um papel fundamental na construção de times fortes, colaborativos e de alta performance.

Como nos ensinam Amy Edmondson, Adam Leonard e Peter Cauwelier, a segurança psicológica é a base sobre a qual construímos o aprendizado e a inovação. Criar um ambiente seguro, onde as pessoas possam se expressar autenticamente e onde o erro é parte do crescimento, não só fortalece o time, mas também posiciona a organização como um todo para um futuro de sucesso.

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Quer saber mais por que a segurança psicológica se tornou essencial para a produtividade e inovação em times colaborativos? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Salete Deon
Especialista em Gestão de Carreira e Desenvolvimento de Lideranças, Segurança Psicológica de Times pelo IISP, Coach Executiva, Palestrante, Top Voice Linkedin
https://www.linkedin.com/in/salete-deon/
salete@unblur.com.br

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Salete Deon Author
Salete Deon é sócia da Unblur Consultoria. Especialista em Gestão de Carreira e Desenvolvimento de Liderança, Executive Coach e Mentora.Atua com executivos e profissionais que buscam apropriar-se de suas realizações e potencializar seus talentos em prol do que é importante em sua vida e carreira.Atua também no desenvolvimento e fortalecimento de lideranças e equipes. Faz uso de metodologias ágeis e colaborativas, tais como: “Action Learning” e ACP.Executiva com mais de 25 anos de experiência nas áreas de Supply Chain, Procurement e Recursos Humanos em empresas multinacionais. Experiente na liderança de equipes multifuncionais e culturais no Brasil e no Exterior.Foi Diretora de Supply Chain em uma joint venture na Colômbia. Faz parte do Programa Mentoria Colaborativa Nós Por Elas – IVG Coordenando Mentores e o Núcleo Carreira & Empregabilidade. Coautora do Livro “Mentores e suas Histórias Inspiradoras”, lançado pela Editora Leader. Top Voice Linkedin 2024.É Bacharel em Serviço Social, pós graduada em Administração de Empresas pela UNIVILLE, com MBA em Administração Global SOCIESC/Universidade de Lisboa e MBA Executivo pela FGV-SP. Professional Certified Coach (PCC) pelo International Coaching Federation (ICF) e Action Learning Coach pelo World Institute for Action Learning (WIAL). É Certificada para Assessments de Inteligência Emocional EQ-I e EQ 360, MBTI II, Hogan, TKI e DISC.
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