Perguntava a ele: “Pai, quando a fome apertava… Como você fazia? Você pegava comida e saia correndo?”. Ele respondia de pronto: “Filho, seu pai aprendeu a trabalhar desde cedo. Na minha casa todos trabalhavam. A vovó e o vovô não tinham condições de propiciar tudo o que temos hoje. Assim, íamos às feiras e aguardávamos. Ganhávamos mais do que pedíamos por sermos honestos e educados”.
Acredito que a honestidade pode vir de berço. Acredito também que ela pode ser aprendida em qualquer momento da vida; porém, com o passar do tempo e se não for incorporada: perderá a força e o contra-valor desonestidade poderá se fazer presente. Ele mostra-se por meio de comportamentos que aderem à personalidade; ao não perder a intenção e a frequência: marca a pessoa no seu mau caráter.
Os honestos buscam oportunidades para mostrarem-se presentes e atuantes. Porém, o que temos visto e sentido, é que elas diminuem a cada dia àqueles que não corromperem aquilo que é a sua marca: o bom caráter.
Rui Barbosa nos presenteou com o texto: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
Infelizmente, quando a prática da desonestidade torna-se descarada, ela é capaz de infiltrar-se com maior profundidade nos espaços: familiares, escolares, organizacionais e governamentais; promovendo descrenças que sabotam partes daquilo que constituímos por: valores familiares, educação com comprometimento/qualidade, causas corporativas e verdade no poder público.
Esses espaços são propícios à honestidade. Contudo, quando o contraexemplo e o mau vêm de cima: eles ganham força e demandam mais tempo para serem desconstruídos da cultura de um país.
Como, então, fazer valer a pena a permanente construção da honestidade? Utilizo a palavra pena com três significados: instrumento para nos expressarmos, punição que recebemos por sermos do bem e esforço realizado para fins positivos.
Acredito que os caminhos que esta pergunta proporciona nos levam àquilo que conhecemos como: fazer o que é certo e humano, paz de espírito, estar com consciência tranquila e outras nomeações adequadas às crenças que cada um nós traz.
Na contramão desta resposta há a desonestidade àqueles que escolhem o mal – aquilo que é: errado, grosseiro, cruel – e o mau – aquilo que é: imoral, prejudicial, desumano.
Ainda com o olhar ao poder público: a democracia direta já é vista em fóruns respeitáveis. Ela possibilita que um estado seja: enxuto, presente e desburocratizado. Nesta direção, certamente, a honestidade é percebida/exercitada com maior frequência.
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