Se alguém procurar estudos e pesquisas tendo o Coaching como tema central, encontrará muitas citações da aplicação desse processo em empresas, negócios, na vida pessoal, voltado para liderança e equipes, entre outras denominações, sempre com diversas formas de orientação metodológica. Porém, pouco se discute o Coaching aplicado na área de Saúde.
Para começo de conversa, a expressão original em inglês (Health Coaching) várias vezes aparece traduzida para o português como “Coaching de Saúde” ou “Coaching da Saúde”. Na realidade, o correto é entender que estamos tratando de Coaching em Saúde e Bem-Estar, uma abordagem que cresce rapidamente e gera uma efetiva parceria entre os profissionais de saúde e as pessoas assistidas. Ela quer prevenir os avanços da doença crônica e motivar a mudança de estilo de vida do paciente, principalmente aquele acompanhado em sua casa.
O Coaching em Saúde e Bem-Estar nasceu de uma constatação relativamente recente. Para que o controle de doenças crônicas seja bem sucedido, um fator crítico está na colaboração do doente pela adequação de suas atitudes cotidianas. Parece que não funciona mais o modelo tradicional de o médico dizer ao paciente o que ele deve fazer, esperando que ele cumpra.
O fundamento do Coaching em Saúde e Bem-Estar está em o profissional trabalhar de forma colaborativa com a pessoa assistida, não só pela concientização da importância de “o que fazer”, como também ao identificar caminhos para que o paciente tenha novas atitudes e a confiança no protocolo sugerido (sejá por um médico, técnico, assistente ou enfermeiro).
Atualmente, o Coaching em Saúde e Bem-Estar é considerado como essencial na promoção da saúde e na consecução dos objetivos relacionados ao paciente, a partir de uma parceria entre o profissional (em seu papel de Coach) e a pessoa assistida (em seu papel de Coachee). Nesse cenário, usando técnicas de Coaching, o profissional de saúde ajuda o paciente a melhor entender procedimentos e objetivos, fornece maneiras de se viabilizar a realização do objetivo e colabora para as novas descobertas e motivações do paciente.
As raízes do Coaching em Saúde e Bem-Estar estão relacionadas a processos de tratamento de pessoas viciadas, pelos quais se buscava fugir do aconselhamento puro. Especialistas em saúde criaram uma linha de entrevistas motivacionais para que a pessoa assistida conseguisse explorar os problemas e dificuldades que levaram ao vício, encontrando os próprios caminhos.
As primeiras referências levam ao início dos anos 90, nos EUA, quando nasceu um projeto que comparou três tipos de tratamentos contra alcoolismo: (1) a terapia cognitivo-comportamental, (2) a abordagem usada pelos Alcoólicos Anônimos, e (3) a terapia motivacional, técnica que explora a disposição em mudar hábitos. Os resultados mostraram que os três tratamentos foram igualmente eficazes, mas que o de terapia motivacional levou menor tempo e menos custo. Assim, nasceu o interesse pelas técnicas do Coaching como apoio a esse tratamento.
Finalizando, ao trazer este tema para o nosso espaço sobre Coaching eu tive dois objetivos fundamentais. O primeiro é o de reafirmar o quanto temos o Coaching disseminado em nosso cotidiano de vida, atualmente. E depois, mas não menos importante, eu quero estimular que os leitores que são profissionais de Saúde ou de Recursos Humanos, em especial, levem essa prática para as empresas em que trabalham, contribuindo com um melhor resultado quando do encaminhamento de protocolos voltados à saúde e ao bem-estar das pessoas.
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