Orçamento do próximo ano ainda não foi aprovado? O que fazer?
Não é incomum iniciarmos o ano sem o orçamento empresarial aprovado, ainda mais nas grandes empresas.
É um cenário ruim porque a gestão fica com as mãos um pouco atadas. A gestão não sabe se pode realizar a contratação prevista, iniciar o projeto ou descontinuar o produto ou operação planejada.
Nessa situação, acho importante refletir sobre algo fundamental. Quais receitas de novos produtos ou serviços, ou mesmo quais economias advindas de melhorias de processos, mudanças estruturais ou desenvolvimentos internos, estão consideradas nos primeiros meses do ano?
Se esse volume for significativo a ponto de colocar em risco o resultado do ano caso haja demora na aprovação do orçamento, o problema está na elaboração do orçamento e não na demora de sua aprovação.
Vamos imaginar que o orçamento considere receitas de uma promoção de verão ou ganhos de produtividade pela automação de um processo. Os custos dessa promoção e da automação fazem parte do orçamento que ainda precisa de aprovação.
Nessa condição, lamento dizer, mas existe uma grande probabilidade de os resultados estimados não serem, de fato, atingidos. Com isso, você pode acabar começando o ano devendo!
Como boas práticas, devemos orçar os primeiros meses do ano quase como uma continuidade do ano anterior, respeitando a sazonalidade do negócio ou ações já realizadas anteriormente.
Os resultados da promoção e ganhos de produtividade mencionados acima somente poderiam fazer parte do orçamento se a divulgação da promoção e a automação já tivessem sido feitas. Caso contrário, está-se assumindo um risco desnecessário.
Mas o que fazer se estamos para iniciar o ano, ou mesmo já iniciamos o ano, com o orçamento ainda não aprovado?
A minha recomendação é cautela e conservadorismo: execute o básico e evite decisões que possam sofrer impacto caso ocorram cortes ou ressalvas no orçamento.
Assumindo que não se tem a opção de esperar a aprovação do orçamento, não vejo problemas em antecipar algumas atividades de itens orçados, por exemplo:
- Nova linha de produtos ou serviços, ou mesmo a troca de um fornecedor estratégico: pesquisar potenciais fornecedores, coletar preços e orçamentos, mas não efetivar a contratação;
- Mudança de endereço: conhecer e visitar os possíveis locais, mas não formalizar qualquer proposta;
- Contratação de pessoal: definir o perfil desejado, mas não divulgar a vaga. Quando muito, negociar e discutir com a empresa que recrutará a pessoa para a vaga.
Se mesmo assim existir algum item que não possa esperar e precisa começar, a única saída que eu vejo é pedir a concordância da alta gestão para esse caso específico. Efetivar algo sem o orçamento aprovado e sem a concordância pode ser um risco e custo desnecessário.
Se o item em questão não deve ser, de fato, cortado do orçamento, a alta gestão dará a concordância. Isso funciona como uma espécie de aprovação parcial do orçamento. Por outro lado, se a concordância não for dada, é porque esse item pode ser ainda cortado ou reduzido.
Esse pedido antecipado vale para projetos novos e de grande impacto, ou mesmo a troca de um fornecedor estratégico. Caso contrário, você acabará enviando inúmeros pedidos à alta direção. É melhor deixá-los discutindo o orçamento do que analisando pequenos casos.
E na sua empresa, como funciona? A aprovação do orçamento empresarial ocorre de forma rápida ou não? Compartilhe comigo.
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Quer saber mais sobre como agir de forma estratégica e cautelosa quando o orçamento empresarial do ano ainda não aprovado? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Marcio Motter
https://marciomotter.com.br/
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