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Perguntas que nos movem!

Todos nós recebemos perguntas que nos movem. Algumas delas têm o efeito catarse: possibilitam que libertemos emoções ou sentimentos que – de alguma forma – encontravam-se reprimidos.

Em junho daquele ano, estivemos – eu, esposa e filha – em uma festa de aniversário para crianças. Em um dado momento minha filha pediu para que eu brincasse com ela naquele “brinquedão”: tratava-se de uma estrutura tubular armada repleta de passagens estreitas totalmente protegidas e coloridas.

Ela saiu correndo na minha frente e logo fui ao encontro dela. Na primeira passagem já fiquei preso. Ela já estava na terceira passagem. Desceu até a segunda e fez a seguinte pergunta olhando nos meus olhos: “Pai, você não consegue passar aí para brincar comigo?”.

Aos poucos e com os devidos acompanhamentos – Coaching, médico, nutricional e esportivo – conto e permaneço com 29 Kg a menos.

Todos nós recebemos perguntas que nos movem. Acredito que elas sempre nos chegam, porém, são atendidas quando estamos prontos para construir outra realidade durante o nosso espaço-tempo; essa, composta por releituras de valores, crenças e propósitos.

Perguntas como essa que recebi têm o efeito catarse: elas possibilitam que libertemos emoções/sentimentos por algo ou por alguém que – de alguma forma – encontravam-se reprimidos.

Acredito que ao perceber com claridade e nitidez o problema a ser resolvido em nossa consciência, contamos em nosso inconsciente com o ferramental necessário para resolvê-lo e curá-lo.

Quando as perguntas estão alinhadas a valores e a crenças pessoais – no meu caso a família – o nosso poder de decisão e de mudança são amplificados.

Um significado para cisão é corte. Ao realizarmos uma decisão: cortamos, delimitamos um limite a um passado que insistia pertencer ao nosso presente. Conseguimos iniciar uma nova malha de significados em nós, ao outro e ao meio em que vivemos.

Há outros dois questionamentos que gostaria compartilhar com vocês. Uma também no âmbito familiar e outra no ambiente organizacional.

Ocorreu a seguinte pergunta durante o Coaching de uma senhora fumante há mais de 50 anos: “Leandro, como faço para parar de fumar?”. Já conhecia parte da família dela devido ao Coaching Familiar e sabia que uma neta não gostava de cigarro. Contava com o encontro entre elas e permanecia na torcida para que a criança trouxesse a queixa.

Graças a Deus tudo deu certo. Em um almoço de família – sou um privilegiado em vivenciar o Coaching ao lado das famílias – a neta foi ao encontro da avó e disse: “Vó, não vou mais brincar com você se continuar fumando!”.

Ela afirma que a vontade de fumar desapareceu. Trouxe a ela que o valor família não permitirá que um hábito transformado em vício a separe da neta.

Estive com um diretor comercial que insistia em manter o controle permanente das ações/dos comportamentos dos seus gerentes. Caminhávamos ao escritório logo após o almoço para iniciarmos o Coaching. Vimos um ninho de pássaros e paramos para observar.

Conseguimos perceber que se tratava de filhotes que aprendiam a voar. Junto a eles havia um maior que os colocava para fora do ninho ao pleno exercício do voo. Neste momento ocorreu a pergunta ao executivo: “Como você se sentiria ao propiciar o voo aos seus gerentes e não mais controlá-los?”.

Recebi como resposta um lindo e pleno silêncio, combinado com o olhar bem aberto: absorvendo toda a lucidez cognitiva daquele momento. Suas decisões junto aos gerentes trouxeram os valores: liberdade, acolhimento e aprendizado.

Qual é a pergunta que precisa verbalizar/ouvir para se mover? Quais são os seus valores que lhe governam na direção da mudança pretendida?

Leandro Alves da Silva é Gerente de Desenvolvimento Humano Organizacional na First Peopleware e atua desde 2011 em Coaching-Mentoring-Counseling, palestras e treinamentos customizados. Doutor em Educação pela FEUSP e Master Coach pelo BCI.
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