Saúde Mental e Visibilidade Trans: Desafios, Direitos e Combate à Transfobia
Em janeiro é celebrado duas datas importantes no calendário de Diversidade:
Janeiro Branco, uma campanha nacional, criada em 2014 pelo psicólogo Leonardo Abrahão, na cidade de Uberlândia – MG, e que visa conscientizar a população sobre a importância da saúde mental e emocional.
A Visibilidade Trans, que apesar de ser comemorado no dia 29 de janeiro, devido a relevância é lembrada em eventos e ações que ocorrem durante o mês inteiro para gerar reflexões sobre:
- A importância da visibilidade de pessoas transgênero;
- A aceitação da transexualidade pela sociedade;
- A representatividade;
- A luta por acesso à saúde, educação, emprego digno e renda;
- O enfrentamento ao preconceito e á discriminação.
A saúde mental é uma parte crucial do bem-estar geral de qualquer indivíduo, e para pessoas trans, ela assume uma importância particular devido aos desafios únicos que enfrentam, pois, devido ao preconceito existente na sociedade, muitas vezes navegam por experiências complexas que podem impactar sua saúde mental.
Pessoas trans frequentemente enfrentam discriminação e estigma em diversas áreas da vida, incluindo educação, emprego, e assistência médica. Experiências que podem levar ao aumento dos níveis de estresse e ansiedade.
Situações que para um indivíduo cis são simples, para pessoas trans tomam um grau de complexidade elevado.
Um dos direitos mais importantes conquistados pela população trans no Brasil, o de retificação do registro civil, ainda tem entraves, barreiras institucionais, de custos e da própria transfobia institucional.
Vale ressaltar que somente em 2018, o Supremo Tribunal Federal reconheceu por unanimidade que pessoas trans podem alterar o nome e o gênero no registro civil sem que se submetam a cirurgia ou autorização judicial. A decisão foi regulamentada pelo Provimento 73 do Conselho Nacional de Justiça e essa alteração passou assim a ser realizada diretamente em um Cartório de Registro Civil.
A falta de apoio da família e da sociedade é outro ponto sensível e que pode resultar em sentimentos de isolamento e depressão. O apoio social é um componente essencial da saúde mental positiva, e sua ausência pode, sem dúvida, ter implicações sérias.
Dados da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) mostram o quadro de extrema vulnerabilidade social em que vivem pessoas trans no Brasil. Pessoas trans são expulsas de casa, em média, aos 13 anos de idade, e cerca de 72% não concluem o ensino médio.
A violência transfóbica é um dos principais desafios enfrentados. O Brasil é o país que mais registra homicídios de pessoas trans no mundo, violência esta impulsionada por uma agenda contra a diversidade e por omissão do Estado.
Um dos pilares que alimentam esse preconceito é a ideia da “heterocisnormatividade”, cultura que julga como aceitáveis somente os relacionamentos heteroafetivos. A adesão a esse pensamento transfóbico exclui, por completo, pessoas LGBTQIAPN+.
COMO COMBATER A TRANSFOBIA?
- Busque informações – Atualmente há literaturas e eventos específicos sobre o tema que são bastante esclarecedores.
- Evite ser invasivo – Ao interagir com indivíduos transgêneros, assuma uma postura respeitosa e evite questionamentos que gerem constrangimentos. Aprender a respeitar as diferenças é, de fato, um importante passo para entender o que é transfobia e combatê-la.
- Eduque as crianças – O poder transformador da educação pode mover barreiras e crianças por si só são isentas de preconceito, que adquirem por convivência com os adultos. Ensinar crianças sobre a importância da diversidade é, sem dúvida, fundamental para a construção de uma sociedade mais ética, respeitosa e harmônica.
- Se posicione – Diante de injustiças, se posicione – Como vimos e comum pessoas trans serem agredidas física ou verbalmente e de forma velada. Ao ver situações similares é preciso se posicionar e delatar.
É essencial que a sociedade trabalhe para criar um ambiente inclusivo e de apoio para pessoas trans, reconhecendo e valorizando sua diversidade e resiliência. Governos, comunidades e indivíduos têm o poder de contribuir para a melhoria da saúde mental trans ao promover a aceitação, garantindo acesso a cuidados de saúde mental adequados, bem como combatendo ativamente o estigma e a discriminação.
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Quer saber mais sobre como a sociedade pode promover a saúde mental e combater a transfobia de forma efetiva? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Luciano Amato
http://www.trainingpeople.com.br/
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