“Liderança é uma arte. E, na arte de Liderar, o instrumento do artista é seu próprio ser. Dominar a arte de liderar é dominar a si próprio. Em última instância, o processo de desenvolvimento da liderança é um processo de autodesenvolvimento.”
(Kouzes amp; Posner)
Em uma época em que o diferencial entre as organizações tem como um de seus pilares o entrosamento e o comprometimento de suas equipes, uma análise sobre a liderança tem caráter fundamental, não só para o desenvolvimento organizacional, mas também como importante ferramenta para a retenção de talentos. Hoje não é difícil um colaborador atravessar a rua e prestar serviço para o concorrente, levando consigo todo o investimento feito em sua formação.
Na maior parte dos casos de demissão, as pessoas estão se desligando do chefe e não da empresa.
Para contrapor este cenário, ou seja, conseguir o comprometimento do colaborador neste ambiente instável, a figura do líder vem se destacando como o grande responsável no processo de retenção de talentos.
Liderar não é exercer poder e líder não é cargo funcional, mas sim aquele que consegue influenciar pessoas para atingir um objetivo. É importante, também, salientar que o entendimento e uso da Inteligência Espiritual são fundamentais para o exercício da liderança.
Com a dinâmica deste século, cada vez mais se torna importante que o líder tenha um equilíbrio entre o técnico, o comportamental e o social.
Antes de entrar no mérito da liderança deve-se compreender que a organização não é uma entidade viva em si, mas uma entidade cuja dinâmica se dá pelas pessoas que a compõe. São seus colaboradores que garantem a vida e a continuidade no mercado.
Ser líder hoje é ir além da simples gestão. É preciso mostrar o caminho, participar, motivar, influenciar e ter a capacidade de entender o complexo mundo que o cerca através de um pensamento sistêmico.
Ter as habilidades de liderança é imperativo.
Fazendo um estudo dos comportamentos mais comuns do Líder e as necessidades atuais, notei que existe um conjunto de habilidades e atitudes que são encontradas no universo estudado por Danah Zohar e Ian Marshall e que são apresentados em seus textos sobre Inteligência Espiritual.
É com a utilização da Inteligência Espiritual que nós nos tornamos criativos, alteramos as regras, alteramos as situações. “É esta Inteligência que nos dá a capacidade de escolha, o senso moral, a capacidade de temperar normas rígidas com compreensão e compaixão e a compreensão de quando estas chegam a seus limites.” (Danah Zohar)
A Inteligência Emocional permite julgar em que situação me encontro e, em seguida, a comportar-me apropriadamente dentro dela, enquanto a Inteligência Espiritual me permite perguntar a mim mesmo se quero estar nesta situação em particular. Não poderia eu muda-la, criando outra melhor?
A liderança é um esforço consciente. Eu influencio outros por decisão própria, para que um objetivo seja alcançado. Este desejo de mudança e de motivação de um grupo ocorre nos domínios da Inteligência Espiritual, donde se conclui que um conhecimento deste mecanismo virá auxiliar de forma significativa o desenvolvimento da liderança nos profissionais.
A Inteligência Espiritual não tem relação direta com qualquer noção de religiosidade. Um indivíduo, dito religioso, pode ter ou não uma alta Inteligência Espiritual.
A Inteligência Espiritual é nosso senso profundo, intuitivo, de sentido e valor, é a nossa bússola, permitindo uma perfeita integração entre o intrapessoal e o interpessoal.
O conhecimento e a utilização dos conceitos de Inteligência Espiritual são facilitadores na condução de processos seletivos e desenvolvimento dos colaboradores. Quanto maior a Inteligência Espiritual, maior será a capacidade de liderar e maior o comprometimento para o bem comum – da organização e da equipe.
Finalmente, cumpre notar que o colaborador com uma alta Inteligência Espiritual apresenta:
- Capacidade de ser flexível;
- Grau elevado de autopercepção;
- Capacidade de enfrentar e transcender situações adversas;
- Capacidade de ser inspirado por visão e valores;
- Relutância em causar danos desnecessários;
- Tendência para ver conexões entre coisas diversas;
- Tendência para a criatividade e inovação;
- Tem a capacidade de trabalhar contra convenções.
Minha visão de um cenário futuro de curto prazo é que as organizações implantarão programas para desenvolvimento de lideranças e de gestão com forte embasamento nos conceitos de Inteligência Espiritual ou mesmo da necessidade de espiritualizar o clima organizacional.
Participe da Conversa