
O Etarismo e Seu Impacto na Carreira das Mulheres 50+
A carreira das mulheres é cercada por inúmeros limitadores que dificultam o seu pleno desenvolvimento e ascensão. Em cada etapa da jornada, eles se materializam, cada hora de uma forma, com prejulgamentos sobre sua capacidade, preconceito pelo simples fato de ser mulher, hora com vieses inconscientes que impedem a conquista da melhor vaga ou então de uma promoção. Fato é que são muitos os obstáculos que uma mulher enfrenta para conquistar seu “lugar ao sol”.
Não bastassem os inúmeros desafios que aparecem pelo caminho, quando alcançam a maturidade elas ainda têm que lidar com o etarismo.
Sim, o etarismo é um tipo de preconceito ou discriminação contra uma pessoa com base na sua idade. Ele pode afetar tanto os mais velhos quanto os mais jovens, mas geralmente impacta quem tem mais idade, principalmente quando se trata de carreira, que é o nosso foco aqui.
A sociedade impõe um padrão estético rigoroso sobre as mulheres, e isso se reflete no mercado de trabalho. A juventude é frequentemente associada à competência e à produtividade, enquanto o envelhecimento feminino é encarado de maneira negativa.
Recentemente eu fiz uma pesquisa em meu Linkedin pra entender de que forma o etarismo afeta as mulheres, e tivemos 200 pessoas respondendo a seguinte pergunta:
Você já enfrentou preconceito ou dificuldade na carreira por conta da idade 50+?
- 48% – já foram excluídos de uma seleção;
- 24% – não tiveram seu potencial valorizado;
- 13% – já estão fora do mercado;
- 16% – não sentiu nenhum impacto.
Então vejam que numa pesquisa simples e rápida já conseguimos identificar facilmente pessoas que se sentiram impactadas de forma negativa, no trabalho, por conta da sua idade.
O Etarismo no Mercado de Trabalho
No ambiente corporativo, o etarismo pode se manifestar de diversas formas, a saber:
- Preferência na contratação de pessoas mais jovens;
- Falta de oportunidades de promoção;
- Redução da participação em projetos estratégicos;
- Exclusão no desenvolvimento e treinamentos;
- Desvalorização da experiência;
- Oferta de pacotes de aposentadoria antecipada;
- Comentários ou insultos relacionados à idade;
- Dificuldade na recolocação profissional.
O estereótipo de que mulheres mais velhas são menos inovadoras e resistentes às novas tecnologias também podem prejudicar suas chances de crescimento profissional.
Em contraste, homens mais velhos costumam ser, de fato, valorizados por sua experiência e habilidades de liderança. Estudos apontam que, enquanto eles são frequentemente percebidos como experientes e sábios, mulheres na mesma faixa etária são vistas como ultrapassadas ou menos dinâmicas.
Já um levantamento da Ernst & Young e Maturi revelou que 78% das empresas brasileiras possuem barreiras para a contratação de profissionais com mais de 50 anos, sendo as mulheres as mais afetadas por essa exclusão. Além disso, dados da Infojobs indicam que 57% das mulheres já sofreram algum tipo de preconceito relacionado à idade no ambiente de trabalho.
Outro efeito do etarismo na carreira das mulheres é a desigualdade salarial. Pesquisas indicam que mulheres mais velhas ganham menos do que homens da mesma idade e experiência. Além disso, a dificuldade de acesso a cargos de liderança impede que muitas profissionais alcancem seus objetivos de carreira, levando a um ciclo de desvalorização e desmotivação.
O talento de uma geração que não pode ser desperdiçado
Nossa população está envelhecendo. No Brasil as pessoas com 50+ aumentam a cada ano e os números continuarão evoluindo. Em 2000, eram 16%, já em 2024 o percentual cresceu para 27,8% e a previsão é que deva alcançar mais de 50% até 2070.
Combater o etarismo é uma necessidade de ordem pública, já que estamos falando de uma população experiente que pode contribuir muito com o mercado de trabalho, com as novas gerações e, além disso, é uma parcela significativa que impacta a economia e a sociedade.
São pessoas que vivenciaram a queda do Muro de Berlim, o fim da Guerra Fria, os primeiros computadores, as crises econômicas do fim da década de 1970 e começo da de 1980.
Entre eles temos os que priorizam o trabalho aos que buscam pelo equilíbrio, os que se adaptam mais facilmente às tecnologias, apresentam alta resiliência e possuem senso de dono, com veia aguçada para o empreendedorismo, que pode ser uma alavanca para a criatividade e novos projetos. Também valorizam as oportunidades de aprendizado e desenvolvimento profissional, tem ótimo espírito de equipe e, além disso, buscam estabilidade financeira.
Aliado a tudo isso a vantagem de ter pessoas seniores no time que podem contribuir com um ambiente diverso, inclusivo e positivo nas empresas.
Como as empresas podem criar soluções para combater ao Etarismo
Para promover um ambiente de trabalho mais inclusivo, é fundamental que empresas adotem políticas de diversidade etária e igualdade de gênero, que podem ser:
- Criar ações de conscientização;
- Abrir a escuta para ouvir as pessoas 50+;
- Criar programas de desenvolvimento para mulheres 50+;
- Implementar processos seletivos que não excluam candidatas com base na idade;
- Promover mulheres de diferentes faixas etárias a cargos de gestão;
- Incentivar o convívio geracional em novos projetos;
- Valorizar a experiência transformando os 50+ em mentores;
- Sensibilizar os empregados sobre os impactos do etarismo e os benefícios da diversidade geracional.
Conclusão
O etarismo é uma barreira significativa para a carreira das mulheres, limitando suas oportunidades de crescimento e perpetuando assim desigualdades no mercado de trabalho. Superar esse desafio requer, sem dúvida, uma mudança cultural e estrutural nas organizações, promovendo ambientes de trabalho mais justos, inclusivos e igualitários para todas as idades. Valorizar a experiência e a competência feminina, independentemente da idade, é um passo essencial para um futuro mais equitativo.
E posso afirmar que ser 50+ não impede qualquer mulher de desempenhar brilhantemente o seu papel na sociedade. Desde que resolvi me aposentar em vendas e criar o IVG para ajudar as mulheres a alcançarem o seu protagonismo na carreira, minha rotina tem sido dinâmica e a cada dia me sinto mais energizada com o novo propósito que escolhi pra mim.
Mulheres, contem comigo!
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Gostou do artigo?
Quer saber mais quais são as principais formas de etarismo que afetam as mulheres no mercado de trabalho? Entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Edna Vasselo Goldoni
https://www.institutoivg.com.br
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Palavras-chave: etarismo e carreira das mulheres 50+, preconceito etário no trabalho, desafios da mulher 50+ no mercado, igualdade de gênero e etarismo, discriminação etária nas empresas, etarismo e desafios da mulher madura no trabalho, como o preconceito etário afeta mulheres 50+, políticas de inclusão para mulheres maduras no mercado, desigualdade salarial e preconceito etário, como empresas podem combater o etarismo
Pausa necessária
Pensando em devolver à sociedade um pouco do que havia conquistado, criou o projeto “Semeando Pérolas”, uma ação social que realizava em comunidades carentes, hospitais e empresas, empoderando mulheres e valorizando suas histórias. Em pouco tempo, foi convidada pela ONU para representar o Brasil no Congresso Mundial ONU Mulheres.
Nasce o Instituto
Em 2017, nasceu o IVG – Instituto Vasselo Goldoni com o objetivo de trabalhar o protagonismo feminino. Desde então, sua missão tem sido mostrar para as mulheres, o quanto elas são capazes de conquistar tudo o que quiserem.
Com grande força realizadora e muito senso de responsabilidade, segue à frente do IVG, trabalhando pelo empoderamento feminino, desenvolvimento e capacitação de mulheres, através de programas de mentoria, entre outras atividades diversas que ocorrem em paralelo com o mesmo foco: protagonismo feminino | empoderamento feminino | a força da mulher | liderança feminina | carreira de sucesso |
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