Meus amigos, eu esperei terminar a partida inaugural da Copa do Mundo do Brasil para, usando o jogo como uma análise de caso, tratar aqui de um tema sempre presente em nosso cotidiano, que é a resiliência. Felizmente, com as alternâncias que aconteceram, os comentários serão enriquecidos.
No período anterior à Era Cristã, as lutas de gladiadores nas arenas serviam para que o povo encontrasse entretenimento. As mortes eram certas e o sangue derramado servia para alegrar a platéia e os governantes. Os séculos foram passando e, hoje, batalhas ainda ocorrem na forma de jogos e competições. Se as lutas em octógonos ou ringues colocam frente a frente os gladiadores da era moderna, agora com regras que tentam preservar a vida, por outro lado há esportes, como o futebol, que arrastam multidões em torno das competições internacionais, ainda mais que hoje temos a transmissão global pela TV e internet.
Há referências a jogos com bola, similares ao futebol, desde 4500 A.C., no Japão. Oficialmente esse jogo foi criado em 26/10/1863, em Londres, instituindo as primeiras 13 regras. Nessa época, ainda não havia o goleiro, figura especial que apareceu em 1871. No Brasil, o futebol começou pelas mãos do inglês Charles Miller, em 1894. Em 1904, sete países europeus criaram a FIFA e, então, estabeleceram que o campo teria 182 metros x 91 m, trocando-se de lado a cada gol. Os anos passaram, e muita coisa mudou para dar mais emoção ao jogo.
Finalmente, em que pesem os problemas políticos que não nos compete debater aqui e agora, eis que o Brasil recebe 32 países para disputarem a Copa do Mundo de 2014. Com regras claras e valendo para todos os jogos e times, bilhões de pessoas esperam conhecer aquele que será o “melhor futebol do mundo”, nos próximos 4 anos. Dessa turma, milhões de brasileiros fazem fé nos seus representantes que entrarão na arena de combates. Os jogadores entraram em campo aplaudidos, emocionaram-se com o coro cantando o Hino Nacional e sentiram o nervosismo típico da estreia.
Vamos fazer um paralelo: qual o profissional que não sentiu um frio especial na barriga quando, pela primeira vez, foi fazer a apresentação de um projeto extremamente importante para a Diretoria? Aí recebe uma pergunta complexa ou o duro questionamento de alguém que tenta derrubar o projeto… Gol contra e a Croácia começa o jogo ganhando… O que fazer agora? Como reverter essa situação? Pois é, obviamente, estar bem preparado e ter domínio sobre o seu estado psicológico é fundamental, o que significa respirar fundo e ser resiliente. E que atributos da Resiliência fazem a diferença e transformaram o perdedor em um vencedor?
Para começo de tudo, lembremos que a Resiliência é a capacidade de alguém se envolver e se aplicar em direção a algum objetivo quando obstáculos, dificuldades ou problemas de qualquer ordem geraram um afastamento. E agora? Se começar perdendo não estava nos planos de qualquer jogador brasileiro, a derrota então nem se pode imaginar. Surgiu então o primeiro e forte atributo de quem é resiliente: o espírito de confiança em si próprio para reverter o resultado. No caso de uma empresa ou de uma partida de futebol, esse espírito deve abranger coletivamente também o grupo, com a vontade coletiva de vencer.
O resiliente deve compartilhar a autoconfiança com o otimismo e a positividade, que não são a mesma coisa. O primeiro representa a capacidade de voltar-se para aquilo que parece ser o mais favorável e esperar que dali se tenha o melhor resultado. A positividade é um estado emocional que aumenta a energia para a vida, é a vontade de transformar oportunidades em vitória, apesar dos obstáculos, sejam eles grandes ou pequenos.
Completando com a lista de atributos, o resiliente tem autoconsciência, o que o leva a entender o momento interior e a saber lidar com uma corrente de sentimentos, incluindo o pensamento de como é visto pelos outros, naquele instante. Outro atributo está na autogestão desses pensamentos, sentimentos e da construção do comportamento necessário para navegar em um mar de dificuldades, superar ondas perigosas e sair vencedor do outro lado. Croácia vencendo, torcida nervosa… como estará agora o emocional dos jogadores?
Após o gol contra, o time canarinho conseguiu ter autoconsciência e controlar as emoções, restabelecer confiança e otimismo, fazer valer a positividade e construir uma postura vencedora em campo para, então, alcançar o objetivo do dia. Fosse você leitor que estivesse perante a diretoria “raivosa”, sabendo fazer valer esses atributos citados sairia da reunião aplaudido. E o Brasil venceu a Croácia…Quanto a você, que tal começar se perguntando: está preparado para ser resiliente e vencer uma platéia crítica e problemática?
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