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Fazendas Verticais: Qual o futuro dessa solução inovadora?

Descubra o futuro da agricultura urbana com as fazendas verticais: produção local sem agrotóxicos, alta tecnologia, menor uso de água e soluções reais para cidades mais sustentáveis e inteligentes.

Fazendas Verticais: Qual o futuro dessa solução inovadora?

Fazendas Verticais: Qual o futuro dessa solução inovadora?

Há um bom tempo eu tenho me dedicado a acompanhar o tema “Fazendas Verticais” como parte de iniciativas sustentáveis para grandes cidades. Inclusive, acompanhei alguns estudos acadêmicos sobre mobilidade, em que a presença de produção local de alimentos teria impacto positivo na logística de distribuição, principalmente em centros urbanos congestionados. Agora, acabo de ler uma matéria publicada pela empresa StartSe tratando do tema, e decidi me atualizar a respeito.


O Que São Fazendas Verticais?

Usando uma combinação de Gemini e ChatGPT, acessei a informação que me permitiu escrever esta postagem. Para quem não é versado em “fazendas verticais”, vai aqui uma introdução necessária, lembrando que durante anos as fazendas verticais foram aclamadas como o futuro da agricultura. A promessa era de uma produção de alimentos mais eficiente, sustentável e localizada em centros urbanos, impulsionada por tecnologias de ponta.

O conceito é bem antigo, e remonta a 1915, quando o geólogo americano Gilbert Ellis Bailey cunhou o termo “vertical farming”. Sua ideia envolvia a utilização de estruturas verticais para maximizar a produção agrícola em espaços urbanos limitados. Os anos foram passando até que, em 1979, o físico Cesare Marchetti relançou o conceito original como forma de solucionar o problema da fome mundial através da produção de alimentos em ambientes verticais controlados.

A ideia evoluiu nas duas últimas décadas, e o desenvolvimento recente das fazendas verticais incorporou tecnologias como hidroponia (técnica que não requer terra, permitindo o cultivo em água com nutrientes), aeroponia (técnica de cultivo que suspende as plantas no ar, em vez de usar solo) e iluminação LED para otimizar o crescimento das plantas.

A agricultura vertical se destaca na agricultura urbana, pois além de ser capaz de produzir frutas e hortaliças em larga escala durante o ano todo, ela também dispensa o uso de agrotóxicos e pesticidas, e utiliza muito menos água.

A promessa tem se mantido como forma de revolucionar a produção de alimentos, com maior consistência do sistema de produção, mais economia, localização privilegiada e preservação de solos. Isso levou diversas startups a investirem pesadamente em fazendas verticais, atraindo bilhões de dólares em investimentos.


Quando a Realidade Bate à Porta: Crises e Desafios das Fazendas Verticais

Empresas como AeroFarms e Bowery, que prometeram revolucionar a agricultura oferecendo produtos frescos, livres de pesticidas e cultivados localmente, passaram por grave crise financeira nos últimos anos.

Outra gigante nascida em 2017, a AppHarvest localizada em Appalachia (cidade americana do estado de Virginia, no Condado de Wise), faliu em 2023. Esses diferentes modelos enfrentaram desafios operacionais significativos. Os altos custos de energia para iluminação artificial, a complexidade dos sistemas automatizados e a dificuldade em escalar a produção de forma lucrativa levaram muitas empresas a terem dificuldades financeiras.

No Brasil, o conceito de fazendas verticais também ganhou espaço, com destaque para a Pink Farms , localizada em São Paulo. Fundada em 2017, a empresa se tornou a maior fazenda vertical urbana da América Latina, cultivando hortaliças em torres de até dez andares com iluminação LED rosa.

Ela utiliza tecnologia de ponta para monitorar e controlar todas as etapas do cultivo, desde a germinação até a colheita. Além dela, outras iniciativas têm surgido em centros urbanos brasileiros, impulsionadas pela demanda por alimentos frescos e sustentáveis. Em 2021, o mercado de fazendas urbanas verticais no Brasil movimentou cerca de R$ 70 milhões, com perspectivas de crescimento.

Apesar dos desafios enfrentados por essas empresas, o mercado global de agricultura vertical continua em expansão. Estima-se que o setor tenha movimentado ao redor de US$ 14 bilhões em 2024. Com projeções de atingir US$ 23 bilhões até 2029, crescendo a uma taxa anual de 10%.

Países como Suíça, Suécia, Holanda, Estados Unidos, Canadá, Japão e China lideram a adoção dessas tecnologias. É essencial citar exemplos notáveis, como a Nordic Harvest, na Dinamarca, considerada a maior da Europa, e projetos ambiciosos como nos Emirados Árabes Unidos (Dubai abriga a maior fazenda vertical do mundo).


Por Que Esse Modelo Ainda Faz Sentido?

As fazendas verticais oferecem vantagens significativas, como o uso eficiente da terra, redução no consumo de água e menor impacto ambiental. Essas características tornam o modelo especialmente atraente para regiões com escassez hídrica ou limitações de espaço para a agricultura tradicional.

No entanto, para garantir a viabilidade econômica, é essencial que as empresas do setor adotem modelos de negócios sustentáveis, focando em nichos específicos e otimizando os custos operacionais. A experiência das startups que enfrentaram dificuldades recentes, sem dúvida, destaca a importância de alinhar tecnologia, propósito e capital com uma gestão financeira disciplinada.

O caso das fazendas verticais, portanto, oferece lições valiosas para o mundo da inovação a saber:

  1. Tecnologia não é tudo: A tecnologia é importante, mas não garante o sucesso de um negócio. É fundamental ter um modelo de negócio viável e escalável.
  2. Propósito não substitui lucro: O propósito de alimentar o mundo é nobre, mas não é suficiente para atrair e manter investidores. É preciso gerar lucro.
  3. O básico funciona: Modelos simples e eficientes, como estufas com uso de luz solar, ganharam espaço ao oferecer um melhor equilíbrio entre inovação e custo-benefício.

Conclusão:

As fazendas verticais representam uma inovação promissora na agricultura urbana, oferecendo assim soluções sustentáveis para a produção de alimentos em ambientes com grande concentração de pessoas.

Embora algumas iniciativas tenham enfrentado desafios e até problemas significativos, o setor continua a evoluir, com oportunidades de crescimento em nichos específicos e regiões com necessidades particulares. O futuro da agricultura vertical dependerá da capacidade de as empresas equilibrarem inovação tecnológica com modelos de negócios viáveis e sustentáveis.

A fase atual é de ajuste de rota, com foco em disciplina financeira e modelos de negócio mais realistas. A história das fazendas verticais é um lembrete de que a inovação precisa ser, sem dúvida, acompanhada de uma sólida estratégia de negócios. A promessa de revolucionar a agricultura ainda existe, mas o caminho para o sucesso exige uma abordagem mais pragmática e focada em resultados.


Gostou do artigo?

Quer saber mais sobre como as fazendas verticais podem transformar a agricultura urbana e a sustentabilidade nas cidades? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar e aprofundar o tema.

Eu sou Mario Divo e você me encontra pelas mídias sociais ou pelo site www.mariodivo.com.br.

Até nossa próxima postagem!

Mario Divo
https://www.mariodivo.com.br

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Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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