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Nova NR-1: Um Alerta para as Empresas que Reduzem Investimentos em Diversidade e Inclusão

Com a nova NR-1, proteger a diversidade e combater riscos psicossociais deixou de ser opcional: agora é lei. Descubra como criar ambientes mais seguros, humanos e alinhados às novas exigências legais.

Nova NR-1: Um Alerta para as Empresas que Reduzem Investimentos em Diversidade e Inclusão

Nova NR-1: Um Alerta para as Empresas que Reduzem Investimentos em Diversidade e Inclusão

As áreas de Recursos Humanos e Segurança do Trabalho estão atentas à atualização da NR-1, que entrará em vigor esse neste ano, trazendo uma importante inovação: a obrigatoriedade de mapear, tratar e monitorar riscos psicossociais nos ambientes de trabalho. Mas será que as organizações estão compreendendo a profundidade dessa mudança — especialmente aquelas que vêm reduzindo investimentos em políticas de diversidade e inclusão?


Diversidade, Inclusão e Riscos Psicossociais: Uma Relação Indissociável

A gestão da diversidade e inclusão vai além do discurso: representa práticas concretas para construir ambientes de trabalho onde todas as pessoas se sintam respeitadas, acolhidas e reconhecidas.

Políticas de diversidade e inclusão (D&I) são estratégias que buscam promover respeito, representatividade e igualdade de oportunidades no ambiente de trabalho.

Quando os investimentos nessas práticas diminuem, os efeitos logo aparecem: microagressões, preconceitos, isolamento, falta de escuta e até assédio podem se tornar mais frequentes e, pior, invisíveis. O resultado: aumento do estresse, ansiedade, sensação de insegurança e, por fim, doenças ocupacionais relacionadas à saúde mental.

Esses são justamente os chamados riscos psicossociais — situações que afetam o bem-estar e a saúde emocional das pessoas trabalhadoras e, por tabela, afetam também a produtividade, o clima e a reputação da empresa.


Aumento de Riscos Psicossociais

  • Ambiente Hostil: Ambientes de trabalho homogêneos e pouco inclusivos podem gerar discriminação, preconceito, exclusão e microagressões.
  • Isolamento Social: Pessoas de grupos minorizados sem suporte ou representatividade tendem a sentir isolamento, solidão e invisibilidade.
  • Assédio e Discriminação: Reduz-se o combate a práticas abusivas, assédio moral, sexual, racismo, homofobia e questões de gênero, aumentando riscos diretos à saúde mental.
  • Falta de Reconhecimento e Oportunidade: Sensação de estagnação ou barreiras para promoção, minando motivação, aumentando ansiedade, estresse e depressão.
  • Cultura de Silêncio: Ambientes em que a diferença não é valorizada podem criar medo de se expressar ou relatar problemas, intensificando os danos psicossociais.

O que a nova NR-1 exige das empresas?

A Portaria MTE nº 1.419, de 2024, torna obrigatório incluir os riscos psicossociais em programas como o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) e o GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais).

Isso significa que não é mais suficiente cuidar apenas dos riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos presentes nas organizações. Agora, fatores como assédio, discriminação, pressão excessiva e exclusão social devem ser mapeados, relatados, discutidos e mitigados.

Além disso, a NR-1 reforça a participação ativa das pessoas trabalhadoras na identificação e discussão desses riscos. Ela também amplia a responsabilidade da liderança das empresas em criar ambientes mais saudáveis e seguros para todos.


O risco de retroceder em diversidade é aumentar os riscos psicossociais

Quando uma organização corta verbas, encerra áreas ou paralisa projetos de diversidade, está, consciente ou inconscientemente, abrindo espaço para que situações de exclusão e desigualdade passem despercebidas. Isso pode prejudicar o clima interno, aumentar o passivo trabalhista, expor a empresa a riscos de imagem e comprometer a capacidade de atrair e reter talentos diversos e inovadores.

A nova NR-1 impõe uma abordagem proativa: riscos ligados à exclusão e discriminação devem ser identificados, documentados, monitorados e mitigados, mesmo que a empresa não tenha uma política formal de D&I. Isso incentiva a adoção de práticas de inclusão como parte integrante da estratégia de saúde e segurança no trabalho.

Com a nova NR-1, agir nessas frentes deixa de ser apenas uma questão de imagem ou cultura: passa a ser também uma obrigação legal. Empresas que não mapearem, tratarem e documentarem situações de discriminação, assédio, isolamento e estresse poderão sofrer sanções administrativas.


E mais: a diversidade faz parte da prevenção!

Sendo assim, implementar (ou preservar) práticas de diversidade e inclusão deixa de ser apenas uma questão de responsabilidade social ou vantagem competitiva. Isso passa a ser elemento essencial da gestão de saúde e segurança no trabalho. Um ambiente plural, com escuta ativa, respeito às diferenças e presença de canais de denúncia e suporte, tende a reduzir os riscos psicossociais no dia a dia.

Adicionalmente, atualização da NR-1 reforça a importância da participação das pessoas trabalhadoras na identificação dos riscos psicossociais. Ela também destaca como direito e dever de todos o relato de riscos, inclusive os relacionados à discriminação ou exclusão.


O caminho sustentável para as empresas

O recado é claro: mesmo diante de restrições econômicas, a nova NR-1 exige que as empresas não deixem de cuidar das pessoas, o que nos leva à importância das políticas de diversidade e inclusão.

Revisar políticas internas, investir em treinamentos de respeito à diversidade, fortalecer canais de escuta e criar fóruns de discussão são atitudes que adequam a empresa à lei enquanto promovem mais engajamento e bem-estar.


Vamos refletir:

Reduzir investimentos em diversidade pode ser, de fato, um risco caro demais — para as pessoas, para os negócios e, agora, também para a conformidade legal.

Que tal revisitar as políticas de D&I da sua empresa sob a ótica da nova NR-1? O futuro do trabalho, e das relações humanas no trabalho, agradece.

Sejamos a mudança que queremos ver no mundo.


Gostou do artigo?

Quer saber mais sobre como a nova NR-1 conecta diversidade, inclusão e gestão de riscos psicossociais para criar ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar com você!

Kaká Mandakini
Fundadora da DivA Diversidade Agora! e ativista pela vida
https://www.diversidadeagora.com.br

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Kaká Mandakini tem o propósito de contribuir para a construção de uma sociedade mais humana, compassiva, não-violenta e que valoriza a diversidade em todas as suas formas de expressão. Atuou durante 15 anos no mercado financeiro em áreas comerciais, estratégicas e de apoio ao negócio. Hoje, trabalha com o desenvolvimento de lideranças, com treinamentos, processos de autoconhecimento, gestão de conflitos e apoiando o desenvolvimento e as práticas de Comunicação Não-Violenta. Também atua como professora convidada e coach na Fundação Dom Cabral e no Insper, e como voluntária no Grupo Mulheres do Brasil e na Universidade do Propósito. É palestrante, coach, master practitioner em PNL, CHO – Chief Happiness Officer, treinadora comportamental, mentora, facilitadora de práticas de Comunicação Não-Violenta, Constelação Sistêmica Organizacional, Action Learning coach e mediadora de conflitos. Ela acredita que estamos entrando em uma nova era que pulsa por valores humanos mais elevados, como propósito, colaboração, criatividade, diálogo, sabedoria, felicidade, bem-estar, realização pessoal e consciência de interdependência, e que é papel de uma liderança consciente criar o ambiente favorável para a plena expressão do potencial e da autenticidade das pessoas.
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