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Uma nova e possível abordagem em Coaching (I)!

Toca o telefone e você é convocado para uma reunião com o Presidente da CBF que ouviu falar de suas aptidões como Coach e quer sua colaboração profissional para uma decisão. Qual abordagem utilizar?

Atenção que o texto à frente pode não ser uma ficção e acabe por se transformar em uma curiosa realidade… Toca o seu telefone e você é convocado para uma reunião com o presidente da CBF – Confederação Brasileira de Futebol. Ele ouviu falar de suas aptidões como Coach e quer a colaboração profissional para uma decisão que precisa tomar: Quem será o novo técnico da seleção brasileira. Será um estrangeiro ou um brasileiro? Em qualquer caso, com que critérios justificar a escolha?

Você explica sobre o Coaching e como se dá a relação Coach – cliente, e ele concorda. Vocês começam a construir a parceria que terá como meta o nome a ser convidado para responder pelos destinos da seleção brasileira de futebol. Eu pergunto a você, como Coach: Em um trabalho como esse, qual pode ser a melhor abordagem para alcançar o sucesso nesse desafio? Começar pelo que ocorreu em 2014? Ou olhar para 2018?

Certamente, da forma como está apresentado o caso, um primeiro entendimento provavelmente seria o de trabalhar intensamente para aprimorar a competência da organização na busca da solução para um problema crítico, resolvendo os potenciais conflitos e construindo um canal de informação com a sociedade. Porém, há um fundamento que o Coach não pode esquecer ou ignorar: Sendo a CBF uma organização de hierarquia rígida e política, a abordagem baseada em solução de problema tem chance de dar certo? Ou será que há alguma outra abordagem mais adequada a um caso como esse? O olhar vai para o problema passado ou a visão de futuro?

Seja para o Coach que estiver atendendo essa história de ficção ou aquele outro que estiver voltado a uma organização similar em política, hierarquia e pouca flexibilidade de gestão, a melhor sugestão é que pensem na abordagem chamada de Investigação Apreciativa (AI – Appreciative Inquiry). David Cooperrider, o criador da investigação apreciativa, queria que as pessoas dessem prioridade à filosofia da abordagem e não que a tivessem como simples técnica. Há várias formas diferentes de aplicar a investigação apreciativa, mas todas guardam fidelidade aos princípios publicados nos estudos originais de David Cooperrider e Suresh Srivastva, em 1987. Eles sentiram que o foco em “resolução de problemas” limita o líder a alcançar a visão mais ampla sobre a organização e seus fatores positivos.

Enquanto David Cooperrider avançou com a investigação apreciativa para contribuir com as organizações em geral (Cooperrider, D.; Whitney, D. – Investigação apreciativa: Uma abordagem positiva para a gestão de mudanças. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006), essa filosofia inspirou o que passou a ser chamado de Coaching Apreciativo, para o qual permanecem válidos estes princípios clássicos:

a) Princípio Construcionista: Ter informação é um caminho para romper a fronteira e chegar ao que se busca;

b) Princípio Positivo: A atitude positiva influencia a mudança e impulsiona o desempenho para vencer desafios;

c) Princípio da Simultaneidade: Em geral, simultaneamente, a pergunta positiva é base geradora de mudanças;

d) Princípio Poético: Está associado à nova e positiva leitura de como a pessoa se vê no presente e no futuro;

e) Princípio Antecipatório: Capacidade de ter os sonhos e as imagens do futuro inspirando as ações do presente.

Ou seja, não se busca analisar problemas, mas sim os valores e recursos positivos que existem. Não se busca entender causas de problemas, mas sim construir um olhar do que “poderá ser o melhor”. Não se busca relacionar alternativas de solução, mas sim qual o caminho inovador que faz sentido para o sucesso. Não se busca desenhar plano de ação a partir de uma solução escolhida, mas sim incorporar as imagens de futuro que motivam e promovem as relações positivas que possam desenvolver o potencial presente.

Agora, você terá uma semana para pensar em como essa abordagem pode ser operacionalizada para o seu caso. E o Coach que contribui com o futuro da seleção brasileira, pode tentar identificar o que de positivo hoje existe e faz sentido para um hexacampeonato em 2018. Na semana que vem, eu mostrarei aqui quais são as técnicas e como elas podem ser aplicadas, tendo como base o método original e as diretrizes dos portais appreciativeinquiry.case.edu, www.centerforappreciativeinquiry.net e www.appreciativecoaching.com.

Quem tiver interesse em se antecipar e conhecer imediatamente como se aplica a metodologia apreciativa, ou não puder esperar uma semana porque o presidente da CBF não lhe deu esse tempo, tem a indicação de fontes bem interessantes para contribuir com a informação e o sucesso. Quem puder esperar, não se decepcionará.

Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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