Trago uma frase que aprendi durante uma conversa com um grande amigo: “Cansei de brincar de Deus e parei de tentar controlar todos os acontecimentos da minha vida”. Lembro ainda que ele tinha a intenção do controle devido à grande ansiedade que sentia frente aos acontecimentos presentes na realidade.
O controle, a atenção, o zelo e a preocupação são exemplos de ações que o valor vigilância desencadeia. É necessária a vigília permanente? O que verdadeiramente somos capazes de vigiar?
Somos atropelados por eventos não vigiados e que tão pouco esperamos. Eles podem provocar dor e proporcionar aprendizados com o passar do tempo; como também, ampliar o nosso repertório de vida.
A vigília em excesso paralisa alternativas de comportamentos/condutas junto às marcas/experiências que estão no passado e que insistem em nos proteger frente às novas vivências no presente. Acredito também que a sua contínua utilização possibilita a descoberta de saídas para burlar aquilo que restringimos.
Desconstruir esse mecanismo e refazê-lo na direção do equilíbrio das escolhas possibilita um viver leve. Como iniciar um caminho nesta direção? Esta resposta merece grandes leituras e grandes encontros. Antonie de Saint-Exupéry nos presenteou com a frase em “O Pequeno Príncipe”: “Eis o meu segredo. É muito simples: Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.
Somo aqui a ideia de que somos atravessados por um universo do qual fazemos parte e que para senti-lo há necessidade de aquietar e fazer uso da voz que se origina junto ao coração. Ela ativa a sensibilidade, a afeição e contribui à elaboração do amor.
Ao nos darmos conta de quão pequenos são os resultados vindos da vigilância: Aproximamos-nos do ver e falar com o coração; ambos nos envolvem e nos comunicam as amplitudes das escolhas que fazemos; bem como, mostram verdadeiramente aquilo que temos domínio por meio delas.
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