“Já te falei: esse seu jeito não vai te levar para lugar nenhum na vida, menina!”
“Olha, vou te falar, eu sou muito seu amigo: se você quiser vencer na vida, você tem que mudar. Tem que caber numa caixinha, se comportar de outro jeito. Ser mais aceitável.”
“Eu acho que você deveria seguir a carreira de engenheiro. É o que eu fiz, o que me levou a ter sucesso. Esse negócio de fotografia não é pra você! É coisa de gente que não tem a chance de fazer uma faculdade boa, como essa que eu estou querendo te ajudar a pagar.”
Conhece as frases acima, né? De alguma forma, mesmo que com outra configuração, elas estão presentes e são sentenças definidoras de muitos de nós – mesmo que não tenhamos muita consciência disso. Claro, muitas vezes, as pessoas que nos falam essas coisas, sejam pais, amigos, parentes, chefes, namorados, sócios, etc., o fazem com boa intenção. Eles querem que a gente se encaixe num esquema que nos leve ao sucesso, que consigamos nos dar bem e também, claro, que façamos o que é esperado. Epa, peraí: esperado por quem?
Não é preciso ser muito filosófico pra entender que estamos todos vivendo em algum tipo de caldo cultural, que nos ajuda a definir o que é certo, errado, aceitável ou não. Você e eu provavelmente vivemos imersos em uma cultura que diz que bacana é ter uma bela carreira, ser magra, loira, de cabelo liso, ter um bom carro, se comportar de certa maneira e “performar” de determinada forma. Se você for homem, mudam as configurações, mas você entendeu o principal – para você ser alguém, você tem que ser o tal alguém que é esperado. E isso, “meldels”, faz com que a gente muitas vezes deixe de ser quem é, pra se encaixar no que esperam de nós.
Eu fico aqui pensando numa árvore que nasceu pra ser macieira e tenta ser pitangueira. Sabe como é, né? Impossível! Mas ainda assim, ela tenta. Ela se esforça, e nunca está feliz, porque a julgam, porque esperam que dê outros frutos que não os seus e se comporte como pitangueira. E daí ela pode passar a vida inteira tentando, tentando… ou não. Pode desencanar dessa história de se deformar para se conformar e ir seguir seu rumo!
Eu não acredito MESMO que a gente consiga ser feliz tentando ser algo que não é. Não acho que é assim que a gente dá vazão aos nossos melhores talentos, nem que criamos as oportunidades para exercermos nosso pleno potencial. É sendo quem somos, de fato, que despertamos o nosso melhor, que entregamos o nosso melhor para o outro, que somos melhores seres humanos, mães, pais, filhos, alunos, profissionais.
Exercite quem você é de fato. Dê a chance a si mesmo de se perceber e ver quais são seus reais talentos e possibilidades. Pergunte a si próprio:
- O que eu preciso FAZER para ser quem eu sou DE VERDADE?
- O que posso fazer no dia de HOJE para isso?
- Existe alguma conversa, com alguém, que precisa ser feita?
- Alguma ação a ser tomada, que possa ser feita hoje mesmo?
- E o que você pode fazer amanhã também?
- Alguma atividade que te fortaleça, por exemplo?
- O que mais te faz sentir verdadeiro, livre, vibrante?
- Liste tudo isso e FAÇA!
Não esqueça que pequenos passos são o que fazem a caminhada. Permita-se ir, aos poucos, se descobrindo – e não pare de ir em direção a quem você é de fato.
Com amor e com alma,
Karinna
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