Quando pensamos na frase “A pessoa certa no lugar certo”, abrimos caminho para uma pergunta: “É possível haver a pessoa errada?”. Tomando como princípio que estamos analisando uma pessoa pela lente de um perfil comportamental, o DISC, por exemplo, nunca temos a pessoa errada, ela é sempre certa.
Podemos sim questionar se ela está no lugar certo ou errado. O lugar certo é quando percebemos um alto grau de aderência entre os padrões comportamentais naturais dela com as demandas comportamentais do cargo.
Lugar errado é quando a posição analisada no local de trabalho necessita de comportamentos e outros atributos que a pessoa não possui.
É importante reforçar a ideia de “grau de aderência” e não usar como critério a compatibilidade perfeita entre o que o cargo pede e o que a pessoa pode oferecer.
Esperar uma compatibilidade total pode trazer frustração ou mais frustração.
Parte da frustração poderá vir da dificuldade de encontrar uma pessoa que tenha exatamente o mesmo perfil do cargo, e a outra parte é quando se encontra a pessoa com o perfil cem por cento adequado ao cargo, porém, em razão da obstinação em encontrar a exata combinação entre perfil da pessoa e do cargo, esqueceu-se de analisar experiência, maturidade, conhecimento, referências, etc., o que no final traz mais frustração, devido à baixa performance da pessoa.
Esperar uma compatibilidade perfeita entre todas as variáveis possíveis e importantes de uma pessoa, que precisam ser levadas em consideração para se comparar com seu respectivo cargo, pode ser considerado, sem muito receio, uma utopia.
Ao analisar o grau de aderência entre uma pessoa e seu respectivo cargo, é fundamental deixar uma boa margem para iniciativas de desenvolvimento e, principalmente, valorizar a vontade de cada um em aprender aquilo que não é natural ou ainda desconhece, e também a importantíssima vontade de vencer na vida pessoal e profissional.
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