Hoje vamos Aprender a Jogar com Lideres que Vencem Crises e Reinventam Negócios.
A palavra crise tem suas origens no latim – significa vento – e indica um estágio de alternância, no qual uma vez transcorrida diferencia-se do que costumava ser, ou seja, não existe possibilidade de retorno aos antigos padrões.
A crise não é a novidade. A história revela diversos exemplos de superação em diferentes momentos do ciclo organizacional como a virada que ocorreu na IBM – International Business Machines, que ilustra bem a capacidade de reinventar negócios ao vencer uma crise empresarial.
Quando perguntaram a Louis V. Gerstner Jr. o que ele fez nos primeiros 90 dias da reviravolta na IBM, quando assumiu a presidência em 1993, ele respondeu sem pestanejar a uma plateia de 4.500 líderes empresariais que participavam do World Business Fórum em Nova York (2004): “Rezei”. A ironia de Gerstner revela que poderosos executivos não são super-heróis, portanto:
- O que fazer diante das inevitáveis crises que se apresentam com mais frequência e em escala mundial?
- Como se reposicionar num cenário de dúvidas e incertezas?
- Quais as novas regras do jogo dos negócios?
- Como aproveitar esse momento para reinventar e vencer?
Louis Gerstner, considerado “arquiteto das mudanças” promovidas no ciclo entre 1993 a 2002 na IBM, e um dos três mais poderosos e influentes executivos do planeta (além de Anne Mulcahy, presidente da Xerox, e Jack Welch, ex-General Electric), após o seu momento pessoal de “rezas”:
- Encarou o problema de frente tomando consciência da realidade;
- Voltou-se para o futuro e redefiniu a visão da empresa;
- Definiu novos objetivos, tornando-os claros e compartilhados;
- Escalou a liderança para um novo ciclo de competição estratégica;
- Concentrou sua energia nas pessoas comprometidas e envolvidas no processo de execução.
Passo a passo, ação em ação, de tarefa em tarefa – mobilizou as equipes e, juntos, fizeram acontecer, escrevendo novos capítulos nos diferentes ciclos da IBM. O resultado desse movimento? A IBM não é mais a mesma. Com seus 102 anos de existência (1911), 398.455 colaboradores em todo o mundo, a IBM é a maior empresa da área de TI no mundo. A IBM detém mais patentes do que qualquer outra empresa americana baseada em tecnologia e tem 15 laboratórios de pesquisa no mundo inteiro. A empresa possui cientistas, engenheiros, consultores e profissionais de vendas em mais de 150 países. Funcionários da IBM já ganharam cinco prêmios Nobel, quatro Prêmios Turing (conhecido como o Nobel da computação), dentre vários outros prêmios.
Líderes que vencem crises e reinventam negócios quase sempre se deparam com um novo jogo que não revela suas regras. Então, como jogar para ganhar?
Diante de uma conjuntura de pouca previsibilidade, quando não sabemos em que medida a crise irá nos atingir e por quanto tempo, é preciso assumir uma posição realista e ao mesmo tempo positiva do futuro, ser capaz de promover ideias para criar soluções. Por isso, está no processo de gestão a saídas para retomar o crescimento.
Por exemplo, o modelo de gestão adotado por Luiza Helena, do Magazine Luiza, que é fundamentado na estratégia, onde, segundo ela: “você tem que estar pronto e atento para redirecionar sempre, mas não dá para prever, em alguns momentos de crise, o que vai acontecer – nenhum economista consegue prever esses momentos; a dica é fazer a empresa ter humildade e redirecionar, se reinventando sempre. Inovação, criatividade e ideias novas. Nossa equipe está acostumada a trabalhar com mudanças, é uma postura intrínseca que adotamos e que reflete em ações como: o site de palpites – onde todos podem opinar, fazer elogios e dar boas opiniões – o incentivo ao sentimento de “ser dono do negócio”, que gera melhorias, e a valorização da comunicação interna, onde todos têm de saber de tudo rapidamente. Adotamos ações que contribuem para a unidade do grupo e permitem que falemos a mesma língua, através da TV executiva ao vivo, rádio Luiza semanal, portal de comunicação forte e uma escola de treinamento.”
Entre diferentes iniciativas possíveis, Luiz Edmundo Rosa destaca três forças transformadoras para tempos de crise:
- Força transformadora da liderança – pensar, decidir e agir com visão, praticar a serenidade e intuição aguçada, estimular equipes a pensarem e usarem toda a criatividade a partir da compreensão dos acontecimentos (realidade) e tendências mais prováveis (de olho no futuro) e empreender mudanças; É hora de rever estratégias, reunir líderes, falar a verdade, pedir foco no que é essencial e solicitar a atenção máxima das equipes, porque elas vão precisar de apoio a partir da tolerância e compreensão;
- Força transformadora da inovação – agir com liberdade de imaginação, iniciativa e permissão para arriscar com responsabilidade. Seria uma ilusão querer chegar a novos resultados fazendo as mesmas coisas. É hora de: aproximar relacionamento com clientes, colaboradores e fornecedores, realizar campanhas de incentivo a ideias pragmáticas, valorizar as pessoas com perfis empreendedores e reconhecer essas pessoas, criando a cultura da melhoria continuada em uma organização em constante aprendizado;
- Força transformadora da ação – somente inovando, renovando e reinventando é que podemos aproveitar as ricas oportunidades que a crise nos traz. É hora de: agir com senso de prioridade e economia, mas não de cortar indiscriminadamente o investimento nas pessoas. É hora de desafiar as equipes a dar o melhor de si e alcançar resultados excepcionais, apostar nos talentos, redirecionar programas de educação corporativa e fortalecer a comunicação.
Com sabedoria, Luiz Edmundo Rosa conclui que “em momentos de crise, cabe aos líderes o papel fundamental de promover as transformações necessárias muito além da questão imediata de superar as dificuldades, por mais urgentes e complexas que sejam. Precisa haver um verdadeiro compromisso com o futuro e as pessoas são os agentes capazes de criar, inovar, transformar e fazer acontecer”.
Em resumo, a crise nos impõe o desafio de realizar mudanças e exige visão e responsabilidade nas decisões. Medidas defensivas e isoladas refletem falta de visão, de pensamento estratégico e de criatividade. Quando se é dominado por esse estado de espírito, a crise se espalha e agrava ainda mais os resultados. Nos momentos de crise que se apresentam com mais intensidade e continuidade, os líderes tem papel fundamental nas mudanças e superação das dificuldades. Eles precisam assumir o compromisso com o futuro e mobilizar as pessoas que representam os agentes capazes de gerar novas ideias, criar e transformar a realidade.
O papel da gestão, portanto, é favorecer esse movimento construindo Culturas Organizacionais sólidas como um grande diferencial competitivo. Resultado: quando a crise for superada, e ela vai passar, a empresa responderá ao novo ambiente de negócios, às novas aspirações dos stakeholders (todos interessados no processo como clientes, colaboradores, fornecedores e investidores). O papel da liderança na gestão de pessoas, portanto, é o fator fundamental para a grande virada, no jogo dos negócios.
Pense nisso e até nosso próximo encontro!!!
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