Podemos abrir um paralelo entre a criação de ferramentas de Assessment e o desenvolvimento e lançamento de remédios pela indústria farmacêutica.
Ambos, remédio e ferramentas de Assessment, podem ajudar ou prejudicar uma pessoa, caso tenham tido um processo de criação, desenvolvimento, validação e comercialização correto ou falho.
O nascimento de um medicamento passa por testes laboratoriais, testes pré-clínicos, ensaios clínicos, testes com cobaias, seres humanos e várias outras etapas, no intuito de assegurar que o remédio cumpra com seu propósito e contribua para a saúde do indivíduo.
É necessário muita competência e responsabilidade para desenvolver um novo medicamento, para ferramentas de análise de perfil dá-se o mesmo, embora não haja a mesma quantidade de profissionais capacitados e o mesmo rigor de processos de validação que há na indústria farmacêutica.
A escolha do público-alvo para se validar um instrumento deve refletir a população com a qual a análise de perfil será utilizada. Métodos estatísticos como o Alpha de Conbrach podem trazer maior segurança quanto à confiabilidade do instrumento.
Usar uma amostra da população do país em que será utilizado o instrumento é importante para que sejam preservadas diferenças culturais. Comparar com normas e validações de outros países também é um aspecto positivo para entender diferenças culturais.
No Brasil, por exemplo, para a teoria DISC, um dos instrumentos de Assessment mais populares, os fatores mais presentes na população são “I”, com 36%, e “S”, com 32%; na Rússia, em comparação, temos 33% para o “I” e 24% para o “S” (Fonte: Big Data: Um Instrumento para Entender Melhor as Diferenças Culturais).
Ao analisar a qualidade e consistência de uma ferramenta de Assessment, procure saber o seguinte:
- Quem validou e qual a experiência desta pessoa na área (investigue o histórico profissional das pessoas que desenvolveram a ferramenta).
- Cheque se a amostra da população foi tratada para a criação da norma da população (ex.: alta concentração de vendedores e executivos podem distorcer a norma).
- Qual o método utilizado para a criação da norma e a técnica utilizada para o processo de validação (peça documentos que comprovem os números); já há instrumentos no mercado que foram validados através de eletroencefalograma.
- Verifique se o instrumento é analisado por inteiro, ou cada fator isoladamente, o que é mais seguro (há instrumentos que possuem validação até das palavras do questionário).
- Priorize a análise de documentos em vez de discursos ensaiados que podem impressionar.
A indústria farmacêutica é antiga, possui uma longa história de estudos científicos, enormes investimentos em pesquisa e desenvolvimento, muitos profissionais experientes e extremamente bem capacitados.
Na indústria do Assessment não acontece o mesmo, é um mercado recente, comparado ao farmacêutico, por isso tome cuidado com pessoas que rapidamente se autointitulam experts na área, usam mais da emoção que da razão para convencer os outros a respeito de seu produto, porém mostram poucos fatos e documentos.
Utilizar ferramentas de Assessment e remédios podem trazer sérios efeitos colaterais ou grandes ganhos para a saúde.
Pesquise com calma, desconfie de discursos de venda muito agressivos e vendedores “fazemos qualquer negócio”. Confie em documentos, investigue os fornecedores e a origem das ferramentas, da mesma forma que você faria se precisasse utilizar um remédio para um ente muito querido.
Remédios e ferramentas de Assessment são coisa séria!
Participe da Conversa