No último texto, mencionei a questão do tempo como um fator relevante para revelar o que é de fato importante. Em oposição, pus Kairós e Chronos. Chronos como sendo o tempo das coisas, das correrias. O tempo das metas, das datas, dos aniversários, das projeções, das entregas, das expectativas, da curiosidade. Um tempo objetivo e diretivo.
Kairós me vem como o tempo não linear, da natureza, do curso das águas de um rio, das emoções, da fotossíntese, do brotar, da contemplação. Tempo da semente rasgar a casca e nascer, das ondas marcarem uma pedra, de um sorriso se abrir, de uma criança começar a andar. Tempo dos aprendizados, dos afetos, das memórias, da reflexão.
Quando nos damos conta de que, por exemplo, há um rio canalizado correndo por sob a calçada, por baixo da rua onde você está agora, podemos vislumbrar um pouco dessa possibilidade do tempo Kairós: ao lembrar que o rio continua a ser rio, e que ele continua a ter seu tempo particular de curso, buscando seu caminho natural, sua fluidez.
Então, foi com essa intenção em mente que eu te provoquei a pensar no texto passado e o faço novamente: apesar de talvez estar canalizado, soterrado e adaptado ao meio, seu rio ainda o é. E se isso é válido para você, te pergunto: que rio é o seu? Que caminhos vem fazendo? Para onde ele te leva, mesmo que não queira ou sequer perceba?
Portanto, atenção ao seu rio. Ele pode te mostrar para onde deságuam suas águas naturais, que é aquilo que você veio aqui para fazer e que faz sua alma vibrar.
Com amor e com alma,
Karinna
Participe da Conversa