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O conflito da escolha profissional!

Alguma vez você pensou qual o sentido do trabalho em sua vida? Por que esse e não outro? Ou até mesmo se perguntou se aquilo que lhe dá motivação depende do emprego formal?

Alguma vez você pensou qual o sentido do trabalho em sua vida? Por que esse e não outro? Ou até mesmo se perguntou se aquilo que lhe dá motivação depende do emprego formal? Pois é com base nessas instigantes questões que Ana Paula Zambrotti Gomes, André Baptista Barcaui, Anna Cherubina Scofano e Dayse Azevedo Gomes Gonçalves iniciam um dos capítulos de seu livro sobre Coaching e Mentoring (Publicações FGV Management para a série Gestão De Pessoas). Convidado que fui para a revisão do texto do livro, considerei o tema muito adequado para trazer aos leitores deste espaço.

Certamente não vou explorar todo o conteúdo original de um livro que ainda está por ser lançado, mas faço questão de citar a fonte de inspiração para essa minha postagem de hoje. Para o tema trabalho, com suas configurações e valores, os pesquisadores são unânimes em admitir que o mundo passa por uma dinâmica incrível desde o final da II Guerra Mundial. Mas a unanimidade não existe quando se quer definir datas (períodos) para as diferentes gerações do pós-guerra.

Os autores do livro pesquisaram em várias fontes e decidiram por uma escolha que sou levado também a aceitar, começando pelos chamados veteranos, que nasceram entre 1925 e 1945, e são identificados como os que se sacrificavam pelo trabalho e eram resistentes a mudanças.  Depois, em linguagem bem difundida entre os profissionais de recursos humanos, vieram os baby boomers (nascidos entre 1946 e 1964); a geração X (de 1965 a 1979); a geração Y (de 1980 a 1993) e a geração Z (pós 1994).

Muitos artigos já comentaram sobre as características típicas de cada geração e não vamos aqui gerar repetições, o que vale é caminhar em direção às perguntas que abriram nosso texto de hoje. Cada uma dessas gerações foi criada em um momento histórico, com desafios e oportunidades até conflitantes. O contexto de vida era diferente, sendo que a geração X foi a primeira a enfrentar o problema geral de pais separados que, por razões específicas, investiam mais na carreira do que em suas famílias. Hoje, a geração Z vive o mesmo problema sob outra forma e impacto, misturando um foco centrado no “eu” com a maior competência de ver o mundo como aldeia global. No meio, convivendo com conflitos de outra natureza, a geração Y assume mais responsabilidade para garantir desenvolvimento e avanços.

Parar não me adiantar nas conclusões dos autores do livro citado, vou me prender às palavras de um conhecido estudioso, meu xará Mario Cortella. Independente de qual seja a geração a que pertence um profissional, é importante que as pessoas exerçam funções com as quais se identificam ou, do contrário, ela não se reconhecerá nos valores da instituição e nem verá sentido no trabalho. A pessoa alheia e infeliz não permanece porque não encontrou afinidade entre o que faz e o que pensa (ou deseja). Cortella complementa: “É preciso se sentir participante de algo que represente um valor maior, pois se isso não acontece, resta só adesão provisória, o prazer imediato e sem sustentabilidade”.

O que enfim eu quis trazer de novo nesta postagem? É uma linha de reflexão para o leitor, em que a associação de premissas entre a pessoa e a sua escolha profissional deixe de dar tanto peso na geração a que ela pertence, passando a priorizar critérios adicionais e não excludentes. Mais significativo é olhar a compatibilidade de valores, anseios e propósitos de vida que a pessoa carrega, o que leva à possibilidade de haver um espírito tipicamente baby boomer no corpo de um jovem de 20 anos, e vice-versa.

Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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