Este tema é instigante: Eu, observador de mim. O que pretendemos com este tema?
Pretendemos dar uma parada e olhar para nós mesmos. Acalmar um pouco nossa mente agitada e refletir: o que estou fazendo? Como estou agindo? O que estou pensando? O que sinto?
Pretendemos com esta parada acionar nosso processo de regulagem, ou de feedback.
Eu me observando a mim mesmo: Como? Observar-se a si mesmo, suas percepções interiores. Observar como sente as reações do outro.
Observar como o outro se expressa – oral e não verbal. Quem é o Eu que observa?
Aquilo que costumamos pensar que é o Eu, tem diferentes aspectos:
- O Eu que pensa;
- O Eu que tem emoções;
- O Eu funcional que realiza e faz coisas.
Nada há nessas áreas que não possamos descrever.
Por exemplo: podemos descrever nosso funcionamento físico: andamos, trabalhamos, voltamos para casa, sentamo-nos.
Quanto às emoções, normalmente podemos descrever como nos sentimos quando ficamos excitados de satisfação ou deprimidos; podemos até mesmo perceber que nossas emoções aumentam, indo até um ponto máximo e depois diminuem.
Podemos expressar o que pensamos, explicar nossas ideias. Estes aspectos do eu, que podemos descrever, são os fatores primários de nossa vida: nosso eu pensador, nosso eu emocional e nosso eu operacional ou funcional.
Entretanto, além dessas formas de o nosso eu atuar, temos outro campo em nós mesmos que nos propomos a conhecer melhor. É o que chamamos de Eu Observador.
Quando estamos fazendo alguma coisa, podemos nos observar como trabalhamos, como fazemos amor, de que maneira comemos numa festa, como nos comportamos numa situação nova, quando só há desconhecidos.
Não há nada a nosso respeito que não possamos passar por uma análise. Para fazer isso, não precisamos parar o que estamos fazendo. Mesmo quando nos encontramos inteiramente absortos nas atividades da vida diária, o Eu Observador está em ação.
Qualquer aspecto de nossa pessoa que não esteja sob observação permanecerá indistinto, confuso, misterioso. Será meio independente de nós, como se pudesse acontecer por si mesmo. E, nesse caso, corremos o risco de ficar presos em suas malhas e arrastados pela confusão. Segundo Maurice Nicoll:“O objetivo da auto-observação é nos capacitar a modificar a nós mesmos. Mas o seu primeiro objetivo é o de nos fazer mais conscientes de nós mesmos. Somente isso nos habilita a começar a mudar”
A auto-observação consiste em desenvolver a capacidade de observar nossas atitudes, emoções e pensamentos o maior tempo possível, tentando perceber o que acontece.
Essa técnica visa desenvolver um Eu Observador, ou seja, um centro, uma força que atua a partir do interior da pessoa, uma consciência profunda, imutável, que observa tudo, os conteúdos internos e os eventos externos, ao longo do dia, da vida. Por exemplo: estar atento a si mesmo (posturas físicas, expressão facial, diálogo interno, sentimentos, reações emocionais) quando se está só e quando alguém entra em seu espaço, por exemplo, um filho(a), o cônjuge ou o chefe. O Eu Observador, em cada situação, é solicitado a observar a reação interior que surge automaticamente em resposta. E esta reação pode ser observada até mesmo em seus mínimos detalhes, tipo: a contração dos lábios, o movimento da cabeça ou das mãos, o calor no rosto, a direção do olhar, etc.
Desenvolvendo a capacidade de tomar consciência deste Eu Observador, que capta tudo, é que podemos pensar em mudar nosso estado.
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