Depois de um final de semana agitado, com alta adrenalina pelas ruas, todos nós recomeçamos a semana com nossos afazeres. E eis que o Coach encontra seu cliente, com dúvidas a atormentar, metas a serem atingidas em um momento futuro definido e, até chegar lá, um caminho a percorrer com desafios comportamentais, mentais e reflexivos, tudo muito típico do Coaching. Em uma tentativa sempre presente de gerar consciência sobre o contexto do Coachee, há perguntas e respostas, perguntas sem respostas e respostas dissimuladas para as quais não se fez a pergunta certa.
Para alguns estudiosos sobre a consciência humana, o estágio atual de cada pessoa tem base em uma estrutura linear e positivista. E se o estágio é atual, é porque aconteceram estágios anteriores e novos deverão surgir, em algum momento. Junto a uma nova forma de consciência, respostas antigas serão substituídas por novas, trazendo para a pessoa a doce sensação de crescimento e evolução. Porém, se isso é fato, também é verdade que não acontece de repente, de um dia para outro.
O exercício é penoso, como a procurar uma sabedoria que está escondida em algum lugar e precisamos achá-la, para o nosso bem. O segredo não está no ponto final dessa busca, mas no caminho que mostrará segredos sobre o modo de ser e agir de uma pessoa, gerando transformações duradouras. O captar da essência das coisas importantes que nos cercam acontece por várias vias, porém a mais comum é a associação com imagens arquetípicas, as do “inconsciente coletivo”.
Se a base teórica do Coaching nasceu lá na Grécia, com Sócrates (conhece-te a ti mesmo), a filosofia dos arquétipos não iria ter raiz diferente. A essência da criação e das formas se identificava com a Natureza e seus elementos como a terra, a água, o ar e o fogo, em representação poética e simbólica. Rudolf Steiner, fundador da Antroposofia, mais recentemente afirmou que ao pensar sobre o “pensar” começamos a acessar uma consciência diferente da cotidiana. Para ele, a Antroposofia abre “um caminho de conhecimento para guiar o espiritual do ser humano ao espiritual do universo”.
Para Steiner, a evolução da consciência humana encontra três estágios, quais sejam: (a) a consciência imaginativa, que define a capacidade de enxergar o “invisível” (o que não é físico) pelo fortalecimento do “pensar”; (b) a consciência inspirativa, que define a capacidade de ouvir o inaudível pelo fortalecimento do “sentir” e, ainda; (c) a consciência intuitiva, a qual define a capacidade de saber fazer o certo por meio do fortalecimento do “querer”.
Como um Coach pode ajudar o seu cliente a encontrar essa forma diferente de pensar e sentir? Quando as suas perguntas estiverem levando a um pensamento estruturado e linear, planeje a conversa de maneira que o processo passe a encadear os pensamentos em círculos, com ideias simultâneas se sobrepondo. Busque desafiar o Coachee para visitar seus estágios de consciência (imaginação, intuição, inspiração) pois, como Carl Jung definiu, existe uma sabedoria que está em todas as pessoas do planeta. E cada um deve descobri-la dentro de si próprio!
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