Na semana passada, eu trouxe aqui minhas contribuições atualizadas para as especulações relativas ao futuro do Coaching. Curiosamente, depois que publiquei o artigo, recebi o comentário interessante de uma pessoa amiga, experiente nessa temática, e me lembrei de vários estudos que já realizei no campo. Resumidamente, as especulações sempre podem ser reduzidas aos fatores de sucesso para a prática do Coaching ou aos indicadores de sucesso que irão servir para avaliar resultados alcançados.
Ao longo desta semana, recebi pessoalmente dois convites para eventos internacionais em que o Coaching será o foco de debates entre especialistas. O primeiro desses encontros, no início de Julho, acontecerá em Londres e os organizadores prometem explorar um tema bem atual na prática do Coaching, através de perguntas que deverão instigar os debates dos profissionais ali presentes. Alguns dos desafios que ainda enfrentamos hoje são relacionados com quatro palavras-chave: volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, que juntas se tornaram sinônimo dos maiores paradoxos empresariais modernos.
As repercussões da crise financeira global ainda estão sendo sentidas amplamente, apesar de atenuadas em algumas áreas. Outros desafios estão conosco há mais tempo – incluindo a desigualdade de gênero no ambiente profissional. Como podemos responder aos muitos desafios para os clientes e a nós mesmos? Como podemos conscientemente trabalhar com o desafio de ajudar o cliente a construir pontes sustentáveis e significativas para seu futuro? Como podemos construir práticas que geram mais idéias e renovam a energia do cliente?
Logo depois, ao final de Setembro, será realizado um novo encontro do Institute of Coaching, em Boston – EUA, cuja missão é construir a base científica e as melhores práticas de liderança, bem-estar e Coaching pessoal. Especialmente, seu Centro de Pesquisa está ajudando a comunidade internacional a construir a base científica do Coaching pela inspiração, apoio e financiamento de pesquisas, com o objetivo de aumentar a validade e aceitação do Coaching e o seu impacto sobre os indivíduos e as organizações.
Nesses encontros técnicos promovidos pelo Institute of Coaching, fica evidente a inspiração de muitos cientistas por criar uma associação profissional comprometida em trazer a melhor pesquisa de Coaching e os recursos de alta qualidade para os seus membros. Por exemplo, até mesmo alguns pontos tidos como aspectos centrais do Coaching são debatidos e questionados, de forma a que nunca sejam assumidades “verdades absolutas”. Por exemplo, o Coach e o Coachee sempre devem estabelecer metas ou essa exigência prévia pode ser prejudicial, em certos casos? As metas podem ser flexibilizadas em função de novas variáveis?
Pois saiba o leitor que existem diferenças significativas na orientação para o estabelecimento de metas, com base na região geográfica e experiência do Coach. Especificamente, nos Estados Unidos a orientação para metas é mais frequente que na Europa, o que desafia uma possível crença prévia e sugere diferenças relacionadas até mesmo com a competência acumulada pelos profissionais de uma ou de outra região. Na América do Sul, na Oceania e na África, o Coaching ainda está abrindo caminhos e as diferenças ficam ainda mais gritantes.
E porque é importante tocar nesse assunto? Se partirmos do principio de que um cliente tem no Coaching a ferramenta adequada para seu desenvolvimento, ao Coach fica a provocação de que deve dar o exemplo, fazendo reciclagens e construindo novas redes de aprendizado.
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