O tema “falta de tempo” já foi desenvolvido várias vezes neste sítio, não só por mim como também pelos outros colaboradores. Diversas foram as abordagens, inclusive porque esse drama é bem frequente no trabalho de qualquer Coach quando em atendimento a um cliente. Porém, li um artigo do consultor americano John Barney, publicado no site vocationalplace.com, que me estimulou a compartilhar com os leitores deste espaço quais foram as provocações dele sobre o assunto.
Logo na abertura, ele tem uma frase bem assertiva e que merece reflexão: A velocidade da vida, nos dias de hoje, cresce de maneira desconcertante. Mas, enquanto continuamos a desenvolver melhores ferramentas para nos ajudar a gerir o nosso tempo e o de nossos clientes, com ação mais eficiente sobre nossas tarefas, o resultado final não é termos mais tempo – é termos mais trabalho. Como entender essa realidade?
O autor lembra do futurista David Zach, para quem as ferramentas de produtividade não nos geram mais tempo. O que elas fazem é nos abrir espaço a mais opções, sendo que o problema está em que não sabemos como escolher entre essas novas prioridades e, então, voltamos a nos encher de mais trabalho. A interessante metáfora usada é a de que, em vez de sentar e conversar com a família enquanto se cozinha o jantar no forno, nós preparamos a refeição no microondas para voltar ao trabalho em apenas alguns minutos.
O consultor sugere que, para se livrar desse contexto, é importante sempre se questionar sobre o que está fazendo, por que está fazendo e como isso é importante para a sua vida. De acordo com o New York Times, cada pessoa consegue ter foco em determinado trabalho por apenas onze minutos em média, antes de ser interrompida e levada a fazer outra coisa. E cada tarefa de onze minutos vai se fragmentado em tarefas mais curtas como responder e-mails, ler algo na Internet ou trabalhar em um texto. O recado preocupante da pesquisa é que, ao se mudar de tarefa, leva-se depois quase 25 minutos para retomar a essa mesma tarefa.
A chave para abrandar essa velocidade infernal da vida, no entanto, se baseia em um princípio muito mais importante do que simplesmente a racionalização e a eficiência em organizar o tempo. Na verdade, se você deixar as coisas acontecerem sem critério, provavelmente vai acabar pior do que estava antes, porque vai simplesmente encher o seu tempo livre recém-descoberto com mais trabalho. O segredo é perceber que ficar extremamente ocupado é quase sempre uma viagem do seu ego, que busca ser reconhecido como alguém poderoso, importante e indispensável.
Completando, John Barney afirma que a única maneira de sair dessa louca máquina do tempo é parar, pensar e reconhecer onde a ocupação em excesso é realmente necessária ou é só uma questão de ego. Então, busque comprometer-se com o tempo que você vai liberar para, realmente, relaxar e desfrutar a vida que você sonhou para si mesmo e para a sua família. Afinal, seria uma triste derrota percorrer seus dias e anos apenas reclamando que nunca conseguiu realizar as conquistas e sonhos por falta de tempo.
Por último, fica então a pergunta que não quer calar: quando você, enquanto Coach, trabalha com um Coachee que reclama da falta de tempo, como fica a sua consciência? Você já conseguiu organizar o seu tempo em defesa dos seus interesses e sonhos? Ou é mais um dos que sofrem do mesmo problema?
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