Só pelo título, muita gente vai ficar se perguntando se foi aquele(a) que inspirou minhas palavras nesta postagem. Afinal, qualquer pessoa que se lance a empreender (seja oferecendo um serviço ou produto) acaba tendo caminho difícil e exigente, ainda mais em um país cheio de nuances nas áreas trabalhista, fiscal, tributária e normativa (isso para não dizer incertezas e riscos). Não estou politizando, mas contextualizando a realidade tupiniquim que ninguém pode negar.
Enfim, resumidamente, a vida é dura para quem vai empreender. Depois, quando o sucesso aparece, é bem provável essa pessoa ser alvo de muita inveja. Como o sucesso não vem por acaso e nem de uma hora para outra, ao empreendedor há exigências de competência, dedicação, determinação, planejamento, paciência, resiliência e vários outros atributos que, juntos, contribuem para a construção do caminho vencedor.
De certa forma, ninguém nega que ser o próprio patrão é bastante atraente, mesmo para pessoas jovens. Mas o que mais deve ser considerado quando alguém se lança a empreender?
Em primeiro lugar, nunca se lance nessa cruzada se a sua motivação for apenas contornar o tédio que encontra naquilo que faz. A principal motivação em abrir o próprio negócio deve estar no comprometimento e no engajamento com o desafio que terá pela frente. Do contrário, seu negócio pode naufragar ao primeiro sinal de problemas, sem que você tenha tempo para superar todos os obstáculos que forem aparecendo.
Outro fato a considerar é que é necessário buscar o sucesso com calma, pois a sustentabilidade é o que vale e conta. Referência importante é ter um plano que começa com a ideia original e caminha no curto, médio e longo prazo com base em projeções realistas. Depois, o empreendedor deve ser responsável pelas decisões e ações que vier a tomar, aceitando os erros identificados, fazendo ajustes e implementando correções de rumo para, então, celebrar vitórias.
Aliás, o empreendedor precisa implantar um modelo apropriado para o processo decisório de tudo o que vier a envolver a empresa. Afinal, daí nascerão os investimentos, o custeio das operações e, fundamentalmente, as estratégias ligadas à gestão da marca do empreendimento e seu relacionamento com o mercado. E como na vida há flores com espinhos, o processo decisório deve ser capaz de inibir a burocracia que gera atrasos, demoras e perda de oportunidades.
Finalizando, há um ponto que vou mencionar mesmo sabendo que alguns leitores farão críticas contundentes. O empreendedor precisa ter certo tipo de intuição e presença de espírito adequada para o negócio, algo que os mais antigos chamam de “tino comercial”. Para quem quiser conferir, os dicionários associam essa expressão a uma percepção especial e diferenciada, com atributos qualitativos como juízo, sensatez, tato e inteligência (espiritual e emocional). Eis aí algo que os especialistas não sabem explicar como se aprende, mas que sempre é possível aperfeiçoar com a construção de habilidades, comportamentos e competência crescentes.
Empreender é um tema apaixonante e cheio de proposições que estão incorporadas na literatura acadêmica e nos textos do mundo mais prático. Algo que ainda motiva muita gente a pesquisar a respeito. Assunto que, mais do que desejável, é relegado por candidatos a empreendedores por conta de um sonho a realizar. Cuidado com a euforia e o otimismo exagerado. Assim como eu, os especialistas querem contribuir para que a realidade fique longe de um pesadelo indesejável!
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