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Planejando a carreira em um país sem empregos!

Conheça alguns ensinamentos muito úteis para tempos revoltos como o que vivemos. Sua carreira não é uma meta a ser perseguida para o futuro, mas um coletivo de experiências que você irá criar a partir de agora.

Olá,

Os psicólogos definem os seres humanos como animais sociais com vida regida por hábitos. Eu certamente estou inserido nas duas categorias. Gosto muito de estar entre pessoas e minha vida segue uma rotina familiar na maioria dos dias.

Acordar, ligar a televisão para atualizar-me das notícias, tomar café da manhã e ouvir o restante das notícias pelo rádio do carro no curto trajeto que faço até a sede da empresa onde, por conta do ofício que é atender e produzir conhecimento, dificilmente acesso as notícias no tempo normal de expediente. Volto ao mundo das notícias somente à noite para saber como fechamos o dia mundo afora.

Ultimamente, assim como as outras pessoas que acompanham o noticiário econômico e político, não temos muito que comemorar. Demissões, demissões, mais demissões e uma lei que abre portas para a terceirização da atividade fim das empresas, o que em minha opinião não é uma das coisas mais sensatas a ser feita, mas esta é minha opinião e não serei eu quem vai decidir.

O fato que temos que lidar é que pelos próximos meses e quiçá anos, nosso querido país irá enfrentar uma das maiores ondas de desemprego formal já visto e isto será sentido prioritariamente nas levas de demissões, na exportação de postos de trabalho e obviamente na redução substancial dos programas de formação de mão de obra.

Em nossa empresa, o telefone toca ao menos vinte vezes na semana com empresas em busca dos programas de autogestão de carreira e desenvolvimento de protagonismo que oferecemos o que para nós representa um sinal claro de que as empresas estão procurando cada vez mais profissionais que sejam capazes de se autodesenvolver, aperfeiçoando-se para oferecer melhores resultados, em um cenário de incapacidade de investimento nas áreas de treinamento e desenvolvimento.

Desde 2009, quando iniciei a divulgação da ideia de autogestão de carreira, eu pregava a todos que quisessem ouvir que a relação entre pessoas e organizações é uma relação comercial, onde o profissional é um prestador de serviços que oferece um produto na forma de competências para um cliente que é a organização.  Isto faz da empresa que trabalhamos um cliente antes de tudo. Um cliente que precisa ser atendido e encantado e, mais ainda, um cliente que sempre possui a opção de procurar outro fornecedor que atenda de maneira mais eficiente e com menores custos.

O tempo acabou demonstrando que isto era a verdade e hoje, falar em plano de carreira soa tão distante como uma carta de amor de ex-marido. Simplesmente não faz sentido.

Este mesmo tempo me ensinou que as coisas são como são porque ficaram assim e que, portanto, reclamar não ajuda em nada. Se a carreira como um plano futuro não é mais possível, vamos tratá-la como um processo de construção baseados na técnica dos oitocentos metros.

Esta técnica define que você não precisa conhecer toda a estrada a qual você está disposto a seguir para atingir seu objetivo, mas você precisa estar atento ao que acontece no alcance das luzes do seu carro. Daí o nome de estratégia de oitocentos metros. Pense que sua carreira não é uma meta a ser perseguida para o futuro, mas sim um coletivo de experiências e referências que você irá criar a partir de agora.

Selecionei do meu primeiro livro, Autogestão de Carreira – você no comando da sua vida, alguns ensinamentos que serão muito úteis como guia de sobrevivência em tempos revoltos como o que vivemos.

  • Aprofunde o conhecimento sobre você mesmo. Identifique o que faz com prazer e o que não;
  • Dentre as coisas que faz com prazer e facilidade natural, quais podem ser usadas como atividade remunerada;
  • Olhe no seu entorno e compreenda o que a empresa (seu cliente) valoriza como comportamento. Se não conseguir, pergunte ao seu superior e até mesmo ao RH. Não tenha vergonha;
  • Compare suas habilidades naturais com as exigências da empresa. O que for compatível, reforce mais e mais. O que você não atender, busque melhorar. Sem vitimar-se e sem esperar que façam por e para você;
  • Ofereça mais, mesmo ganhando o mesmo. Lembre que a empresa é um cliente e que, portanto existem concorrentes para a sua vaga;
  • Procure estar alinhado com o objetivo maior da empresa que é a lucratividade. Pense na empresa como se fosse sua. Estas ações não passarão despercebidas.
  • Construa seu próprio plano de carreira;
  • Última mas não menos importante: Independente da empresa que você trabalha, trabalhe para você e para os seus resultados.

Conquiste seu cliente. Só assim será possível construir uma carreira de verdade em tempos de falta de empregos. As empresas e organizações não estão demitindo seus melhores colaboradores. Elas estão demitindo aqueles que foram julgados dispensáveis por serem apenas recursos humanos em um processo de recessão.

Sempre haverá lugar para uma pessoa que vale muito mais do que custa. Depende de você e unicamente de você, ser esta pessoa.

Pense nisto!

Edson Carli

Edson Carli Author
Edson Carli é especialista em comportamento humano, com extensa formação em diferentes áreas que abrangem ciências econômicas, marketing, finanças internacionais, antropologia e teologia. Com mais de quarenta anos de vida profissional, atuou como diretor executivo em grandes empresas do Brasil e do mundo, como IBM, KPMG e Grupo Cemex. Desde 2003 está à frente do Grupo Domo Participações onde comanda diferentes negócios nas áreas de consultoria, mídia e educação. Edson ainda atua como conselheiro na gestão de capital humano para diferentes fundos de investimentos em suas investidas. Autor de sete livros, sendo dois deles best sellers internacionais: “Autogestão de Carreira – Você no comando da sua vida”, “Coaching de Carreira – Criando o melhor profissional que se pode ser”, “CARMA – Career And Relationship Management”, “Nut’s Camp – Profissão, caminhos e outras escolhas”, “Inteligência comportamental – A nova fronteira da inteligência emocional”, “Gestão de mudanças aplicada a projetos” (principal literatura sobre o tema nos MBAs do Brasil) e “Shé-Su – Para não esquecer”. Atual CEO da Academia Brasileira de Inteligência comportamental e membro do conselho de administração do Grupo DOMOPAR. No mundo acadêmico coordenou programas de pós-graduação na Universidade Mackenzie, desenvolveu metodologias de behaviorismo junto ao MIT e atuou como professor convidado nas pós-graduações da PUC-RS, FGV, Descomplica e SENAC. Atual patrono do programa de desenvolvimento de carreiras da UNG.
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