Vamos fazer uma aposta com você: ou você irá rir, ou irá se identificar ou identificará alguém com essas duas histórias que contaremos abaixo. Depois conte para a gente nos comentários!
Lívia fica brava quando recebe uma mensagem de “Bom dia!” do seu namorado sem os três pontos de exclamação (!!!) que, segundo ela, significam que o bom dia tem muito mais energia e alegria do que o que foi escrito com apenas um ponto.
Ela não se dá conta, mas todas as vezes em que ela cisma que seu namorado está escrevendo de forma “fria” e “impessoal”, seu humor, naturalmente, se abala e o dia deixa de ser tão colorido quanto era antes da mensagem.
Enquanto isso, Roberto envia e-mails aos seus funcionários finalizando-os com um “Atenciosamente, Roberto F.” (pseudônimo), o que o faz parecer arrogante, segundo seus colaboradores.
Mas como alguém consegue notar emoção através de uma mensagem escrita com baixíssimo nível de detalhe? E mais, como alguém consegue permitir que algumas palavras escritas alterem completamente o seu humor durante todo dia, ou mesmo que seja apenas por um período?
Para completar o estrago, alguns leitores devem estar pensando: “Simples! Eu conheço esta pessoa! Sei bem que, quando ela manda a mensagem desta forma, ela está falando de forma fria e impessoal”.
Agora imagine: e se a pessoa está “teclando” apenas com uma mão enquanto utiliza a outra para segurar na barra de apoio do metrô para evitar uma queda? E se enquanto esta pessoa está em uma reunião e está “teclando” enquanto escuta seu chefe falar e, para ser o mais discreto possível e não ser percebido, preferiu ser objetivo e direto? E se quem está digitando a mensagem está falando ao telefone ao mesmo tempo em que está falando com você? Já pensou nessas possibilidades?
E no caso do Roberto? E se ele pensa que, mandar “Atenciosamente, Roberto” é uma forma respeitosa de tratar seus colaboradores, mostrando-os que, de fato, ele se mostrou atencioso durante o tempo em que digitou o e-mail para eles? E se o Roberto, há dez anos atrás, quando era estagiário, mandava “Abração!” para todo mundo, até que um dia levou uma grande bronca de seu chefe por não manter o profissionalismo nos e-mails que mandava e, então, a partir daquele dia, decidiu ser mais “profissional” e escrever “Atenciosamente” em todos os outros e-mails de sua vida?
Percebe como existem vários fatores que podem alterar completamente o rumo da história?
Você irá concordar conosco! Se mostrássemos estas mesmas mensagens para cada um dos 7,6 bilhões de seres humanos que habitam o planeta Terra, teríamos variadas e diversificadas interpretações. E quais delas seriam mais saudáveis?
O custo de interpretações negativas é um desgaste emocional muito grande, além de uma enorme sensação de impotência.
A forma como você se sente está relacionada à maneira como você comunica internamente o mundo que vê. Quer continuar se sentindo mal e brigando com todos que lhe mandam mensagens “arrogantes”, “frias” e “impessoais”? Diga a si mesmo o que vem dizendo. Agora, se você quer verdadeiramente tomar o controle do seu estado emocional, diga a si próprio que quem manda em suas emoções é você e não o contrário!
Nessa era de WhatsApp, Facebook e e-mails para todos os lados, não há nada mais inteligente do que se permitir interpretar as mensagens de uma forma mais leve e alegre.
E antes que você se questione: “preciso ser irrealista para controlar minhas emoções?” Absolutamente não! Primeiro, queremos deixar claro que, se você tiver a consciência de que o que sua comunicação interna é apenas uma interpretação – e não, necessariamente, a realidade – já sairemos muito na frente! Em segundo lugar, se você treinar bastante a interpretação positiva dos fatos, com certeza perceberá que terá muito mais recursos psicológicos para viver melhor.
A escolha da interpretação é toda sua e está em suas mãos! …quer dizer, em seu poder de interpretar!
Atenciosamente,
Guilherme Ferreira e Fernando Bueno
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