Empresários, empreendedores, profissionais das organizações e os liberais. Todos trabalhadores que esperam um dia colherem os “frutos” dos anos e anos de labuta. Descansar e viajar. Escolher atividades que só dão prazer, curtir um hobby. Talvez passar mais tempo com a família, provavelmente com os netos.
Mas será mesmo que após o término do vínculo de trabalho formal, a vida será essa maravilha toda? E mesmo com toda tranquilidade e tempo disponível, até quando haverá satisfação em nada fazer? Quanto tempo um profissional na faixa de 50 e poucos anos consegue ficar ocioso? Pouco tempo, muito pouco.
Estudos realizados na Universidade de Waterloo, no Canadá, mostraram que “um profissional pode ter uma descarga de exaustão – estresse – caso não tenha o que fazer. Essa falta pode gerar tensão, dores de cabeça e de estomago.” Um passo para doenças como depressão, ansiedade e outras.
Os tempos mudaram de forma surpreendentemente rápida e com poucas sutilezas. A geração Baby Boomers, apresenta uma mudança significativa de comportamento. Estão vivendo mais tempo, com mais saúde e disposição que a geração anterior. Também a globalização criou oportunidades nunca antes imaginadas. Sendo assim, mudança também de valores e necessidades.
E essa geração está deixando as empresas e se preparando para a “dolce vita”. Será? Não. Definitivamente não querem só ficar com o dia todo à disposição, programando viagens, curtindo família e com alguns afazeres mais leves. Querem mais. Estão com saúde, disposição, querem contribuir para uma sociedade melhor. Estão ávidos por compartilhar e aprender, por participar e transformar.
A primeira mudança nessa fase é a do desligamento, ou seja, o romper com a empresa, com o vinculo de trabalho, com a ocupação, cargo, papel profissional, etc. E isso não é tão simples assim. Não se resume no “muito obrigado”, “foi muito bom ter trabalhado aqui”. Acabou. Há um rompante de papéis e uma perda de identidade. Muitos anos de função, às vezes de comando, de significância. Não se deixa tudo isso de uma hora para outra. Há de se permitir o processo do desligamento. Emocionalmente e psicologicamente.
E depois, hora de buscar nova função, nova ocupação.
E de acordo com o psiquiatra Ururahy Botossi Barroso, “a sensação de utilidade, desde que não seja algo compulsivo, é uma das maiores fontes geradoras de felicidade… se a pessoa acorda de manhã e não tem a sensação de utilidade, inicia um processo de cobrança interna e externa, em que aumenta o estresse, pela ação da adrenalina e do cortisol (hormônios liberados quando somos expostos a estímulos estressantes)”.
Não existe a necessidade de se ocupar como quando empregado com vínculo. O ideal é não se sobrecarregar e nem evitar responsabilidades. É o equilíbrio entre o excesso e a inutilidade e, claro, completando com as viagens, a família e aqueles hobbys tão desejados.
E a busca de nova identidade, de nova significância, de novos papéis. De transformar conhecimento e experiência em sabedoria. Ensinar, compartilhar, renovar. Aprender, desenvolver, criar. Fazer e acontecer.
É hora de recomeçar. Uma nova experiência. Uma nova historia.
E a vida ganha então um novo significado.
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