Quando o Coach está envolvido em um programa de desenvolvimento de trabalho em equipe, um dos grandes desafios é conseguir conduzir, sem traumas, o relacionamento e a diversidade criativa do grupo. Esse tema foi o foco de um artigo divulgado pela Harvard Business Review, nesta semana, e eu quero provocar a reflexão de nossos leitores a partir deste resumo, em estilo livre.
O artigo começa por uma metáfora. Afirma que um coral não pode executar bem uma obra lírica se for composto apenas de sopranos e, da mesma forma, em uma equipe inovadora não se consegue obter bons resultados com pessoas cujos pontos fortes e estilos sejam todos iguais. O pensamento criativo em equipe é alimentado por uma mistura de talentos, habilidades e características que raramente existem todos em uma única pessoa. Ao contrário, as equipes criativas mais produtivas muitas vezes exibem características que parecem, até mesmo, contraditórias.
A equipe inovadora precisa ser tanto divertida, no relacionamento, como séria, no profissionalismo. Ela precisa ser capaz de avançar em um projeto com cuidados e, ao mesmo tempo, aceitar que nem sempre tudo acontece como planejado, obrigando que as pessoas estejam dispostas a improvisar quando surgem eventos inesperados. Para construir a equipe que possa efetivamente navegar entre essas diferentes dinâmicas, de maneira construtiva, é preciso moldar o grupo para que cada indivíduo ofereça sua combinação única de conhecimentos e habilidades.
De forma geral, as características dessa diversidade podem ser resumidas em quatro categorias:
- O extrovertido ou introvertido: Os extrovertidos reconhecem nas outras pessoas da equipe o seu principal meio de processamento de informações. Eles rapidamente compartilham idéias ou problemas, enquanto os introvertidos tendem a processar informações internamente, antes de apresentar os seus resultados para os colegas;
- O racional ou o intuitivo: As pessoas mais racionais preferem usar fatos e dados concretos para ajudá-los a tomar as decisões, enquanto os intuitivos tendem a estar mais confortáveis com idéias próprias retiradas do contexto e complementadas por conceitos cristalizados;
- O que pensa ou o que sente: As pessoas que pensam usam prioritariamente a lógica para tomar as suas decisões, enquanto aquelas que são sensoriais estão mais sintonizadas com decisões guiadas pelos valores envolvidos ou por relacionamentos;
- Quem julga ou quem analisa: A diferença é sutil, mas os que julgam preferem ver todas as pontas soltas enfim amarradas, enquanto os que analisam estão mais confortáveis com a aparente ambigüidade, pois querem reunir mais dados antes de tomar a decisão final.
Nenhuma característica descrita é melhor do que a outra e cada uma carrega seu próprio conjunto de vantagens, trazendo oportunidades para uma produtiva discussão colaborativa. As ideias e soluções que a equipe intelectualmente diversificada gera serão mais ricas devido à grande variedade de perspectivas que apresentam. O Team Coach deve ter cuidados especiais, pois diversidade de pensamento e novas perspectivas podem provocar atritos criativos, dado que as soluções potenciais são geradas, exploradas e alteradas através do debate e do discurso.
Uma sugestão que é dada no artigo citado está em se tentar conhecer bem a equipe, com perguntas sobre experiências anteriores, o que permitirá aprender sobre estilos de trabalho preferenciais das pessoas e diferentes maneiras de pensar. O Coach pode não ser capaz de entender todos os aspectos de preferências ou estilos, mas terá fortes referências sobre cada membro e como poderá ajudá-los a externar a própria inventividade e progredir através do processo criativo em equipe.
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