Este é o segundo artigo de um total de quatro versando sobre As Três Inteligências Básicas.
No primeiro artigo apresentei as Três Inteligências, e desta vez vamos aprofundar a Inteligência Operacional, pois ela é a mais antiga e a mais experiente.
Por que? Porque as espécies mais antigas já tinham um núcleo cerebral que comandava todas as suas ações, desde os antigos dinossauros, passando pelos répteis, como cobras e lagartos, dali pelas aves e até os mamíferos, chegando até nós, os chamados “homo sapiens”.
Por isso é que, na linguagem dos neurocientistas, esta Porção Comum é também chamada de cérebro reptílico.
A porção comum ou mente operacional funciona à semelhança do sistema operacional do computador, juntamente com o HD de memória. É lá que fica estocado tudo o que a vida já acumulou de experiência ao longo dos milhões de anos. Por isso, na gestação de um bebê, a partir da minúscula célula que se forma da junção do espermatozoide com o óvulo, o novo ser “sabe” como formar órgão por órgão, sem confundir nada.
Dá uma paradinha agora e tente imaginar o que acontece numa gestação. É um fantástico milagre! Todos os órgãos vão se formando e já começam a funcionar direitinho. Ninguém precisa ensinar o coração a pulsar, o pulmão a funcionar, o ouvido a ouvir e assim por diante. Já nascemos sabendo respirar, comer, expelir o que foi gasto ou não serve, a gritar quando dói e a dar gritinhos de alegria quando nos agrada, etc.
É nesta base do cérebro, que se liga à coluna vertebral e faz a ligação com todo o sistema neurológico de comando corporal, é no cérebro operacional que todas as experiências que vamos tendo ao longo da vida vão se acumulando.
São comandadas pelo cérebro operacional nossas reações instintivas frente a uma situação de perigo, nossos mecanismos de defesa. É ali que está tudo que foi se tornando automático, rotineiro. Esta é a área dos treinamentos corporais, de aprender de cor um texto ou uma fórmula.
A inteligência operacional é, pois, a matriz da memória, tanto corporal como mental.
Se você quiser aprender a tocar um instrumento musical, seja um violão, um piano, uma flauta ou qualquer outro, terá que treinar muito para tornar seus movimentos automáticos, para obedecerem a sua inspiração.
Se você quiser dirigir automóvel, terá que ir à autoescola, treinar e treinar, para adquirir a prática de dirigir e não pôr em risco sua reserva financeira ou sua vida e a de outros a perigo se bater o carro…
Se quiser aprender Tai-chi-chuan ou outra arte marcial, vai suar um bocado para incorporar todos os movimentos, que, pouco a pouco, vão se tornando automáticos.
Da mesma forma, para se tornar um bom profissional, você terá que fazer cursos e treinamentos, adquirir experiência, para suas atividades adquirirem o ritmo necessário ao exercício profissional.
Portanto, para o desempenho de um atleta, de um cirurgião, de um artista, de um administrador, para tudo é necessário um treinamento intensivo. E depois, haja experiência!
E é aqui também que se encontra a grande dificuldade de as pessoas mudarem seus padrões de comportamento. Eles já estão arraigados. Por isso é difícil mudar a forma de agir e pensar de pessoas que ficaram muito tempo numa rotina física ou mesmo intelectual. É difícil fazer as pessoas saírem das caixinhas em que se fecharam, por exemplo, quando ficaram numa só especialização. Para mudar alguma coisa nessas pessoas é preciso fazê-las sair da rotina, encarar coisas ou ideias novas.
Isso, evidentemente, se refere a cada um de nós. Temos que observar em nós o que ficou marcando passo no tempo, quanto tempo não experimentamos coisas novas, maneiras novas de fazer, de pensar, de manifestar nossos sentimentos. Nada como uma rotina de gestos para esfriar um relacionamento.
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