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Compaixão, Força e Resistência

No mundo corporativo, a palavra “compaixão” vem carregada de um significado pouco valorizado, quando vinculada à produtividade, resultados e lucro, principalmente em gestão de pessoas.

Um dos pilares fundamentais para o sucesso na vida, no trabalho, na sociedade é o equilíbrio, o caminho do meio.

No mundo corporativo, a palavra “compaixão” vem carregada de um significado pouco valorizado, quando vinculada à produtividade, resultados e lucro, principalmente em gestão de pessoas, o termo pode contradizer a firmeza necessária ao negócio.

E na história observamos que sempre esteve atrelada à religião. Mas compaixão não é somente fazer caridade. Revela mais significado do que pensamos.

Se mudarmos nosso modo de interpretar essa palavra, podemos dar um novo significado à ela.

Muitas vezes (principalmente no Brasil com o volume de demissões atuais) atitudes “nada nobres e agradáveis” até mesmo ao mais experiente gestor, se fazem necessárias.

Mas se é preciso tais ações, que pelo menos seja com compaixão. E compaixão tem a ver com empatia.

Empatia é fundamental para o relacionamento interpessoal de sucesso. “A empatia permite que você penetre na alma dos outros”, escreveram Mark Williams e Danny Penman, autores do livro “Atenção Plena” –  e dessa forma, sem invadir, compreender os sentimentos e o que nossas ações podem causar na outra pessoa.

Compaixão “revela um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento do outro, ser senciente, bem como demonstrar especial gentileza com aqueles que sofrem” – (Dicionário on-line).

Com a empatia surge a compaixão que além de ser importante para a sociedade, a humanidade, é também para a nossa saúde. Já sabemos que os sentimentos afetam diretamente nosso corpo. E sentimentos positivos são altamente benéficos.

Não tem como tomar como verdade absoluta o que pensamos e sentimos. Todos temos um passado, uma história carregada de significado e que só tem sentido para cada um de nós. No entanto, “perceber” esse significado do outro e no outro, pode fazer com que haja uma preocupação maior em como executar ações necessárias, mas que causarão impacto negativo e muitas vezes comprometerão a vida da outra pessoa.

Então a empatia e a compaixão são vitais para o nosso bem-estar. Correto, mas certo grau de força e resistência também são necessárias.

Compaixão, força e resistência…

A força vem da própria vida, “força vital”, da nossa motivação, da vontade e determinação em mudar para melhor, seja com trabalho, com o papel na sociedade – encontrar um significado para “estar aqui”. Fazer a diferença. Construir uma boa história. Deixar um legado.

E resistência para o psicólogo Dr.Aaron Antonovsky, com seus estudos em sobreviventes do Holocausto… ”pessoas fortes acreditam que os acontecimentos têm um significado, que são capazes de manejar sua vida e que a situação é compreensível, ainda que pareça caótica e descontrolada” (do livro “Atenção Plena”).

Então se é necessária atitude de impacto, que seja com compaixão, força, resistência.

Eline Rasera Author
Eline Rasera, Bacharel em Psicologia e pós-graduada em Recursos Humanos pela FGV- Fundação Getulio Vargas, é especialista em Psicologia Organizacional pelo CRP – Conselho Regional de Psicologia e Coach pelo ICI – Integrated Coaching Institute. Realizou estudos sobre “A Biologia do Observador e suas Crenças” na Escola Européia de Coaching em Lisboa; coordenou o setor de Gestão de Pessoas em empresas de grande porte por mais de 25 anos. Professora do curso de pós-graduação da FGV da área de Administração de Empresas e sócia diretora da Consultoria Anel Gestão de Pessoas.
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