“…Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer,
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós…”
E é assim que temos uma das poucas certezas em nossa existência: os ciclos da vida – do nascimento à morte.
Infância, adolescência, juventude, o adulto e a senilidade. Esses ciclos têm a ver com a própria natureza – o nascer e o amadurecer até se findar. Como tudo na vida.
Parece um tanto melancólico, mas assim é, gostemos ou não. Então, que tal tornar os ciclos mais interessantes e cheios de energia e experiência?
Toda a idade tem seu prazer e sua dor. A sabedoria está em viver e saborear cada fase, aprender com os acertos e erros e se deliciar com o que tem de melhor em cada uma delas.
Mas temos que fazer um certo esforço para conduzir isso de uma maneira adequada e saudável, pois não acontece naturalmente dada a natureza imprevisível deste mundo e do ser humano, muitas vezes inclinado à vitimização, culpa e sofrimento.
Parece que pessoas, em todas as idades (que permita a “consciência do ser”) estão atrás de alguma coisa, algo “assim, não sei bem o que”. Quando jovem, conquistar, quando adulto, estabilizar, e quando com mais de 60 anos, às vezes a dúvida do que fazer exatamente com o tempo livre e o conhecimento adquirido.
Devemos sim desenvolver um plano, ter metas, traçar as maneiras mais adequadas para se alcançar os objetivos, porém, não podemos viver cada etapa somente em busca das realizações.
A técnica de “Mindfulness” evidencia a necessidade da Atenção Plena -”Às vezes temos a sensação de que o que está faltando, no fundo, somos nós próprios – nossa disposição para aproveitar a existência de forma plena, agindo como se ela realmente importasse, vivendo o único momento que temos de fato: o presente. ”Mindfulness – Mark Willians e Danny Penman.
E é o equilíbrio mais uma vez!
Em cada fase da vida, o foco é especifico. Desejar algumas coisas e abrir mão de outras. Estudar para a universidade, arrumar um bom trabalho, ter uma família, estabilizar a vida e viver a independência. Mas o importante é “nem muito pra lá, nem muito pra cá”. Viver cada fase com saber e sabor, com esforço e prazer e por fim, poder se deliciar da independência de ter saúde, amigos e família, sabedoria e experiência, e a sensação de ter feito o melhor. Missão cumprida? Ainda não.
Dá pra fazer mais. Aproveitar as conquistas e delas usufruir. Aproveitar o conhecimento e dele fazer bom uso. Usufruir e contribuir. Novamente a vida em equilíbrio.
O que cada um de nós está fazendo para essa conquista? De que maneira estamos lidando com nossas escolhas e do que estamos abrindo mão? Estamos optando somente pelo “ter”? Estamos excluindo as pessoas, os afetos, a natureza? Estamos cuidando de nós, do nosso corpo físico, mental e espiritual?
Não podemos esperar para quando tivermos tempo ou dinheiro suficiente pra viver.
“…Desejo depois, que você seja útil
Mas não insubstituível
E que nos maus momentos
Quando não restar mais nada
Essa utilidade seja suficiente
Para manter você de pé…”
E o equilíbrio das escolhas: A obrigação e a compaixão, a firmeza e o amor.
“Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.”
E por fim,
“…E se tudo isso acontecer
Não tenho mais nada a lhe desejar.”
Trechos do poema “Desejos” – atribuem ao grande poeta Vitor Hugo, porém, recentes pesquisas estabelecem os créditos a Sergio Jockymann
Participe da Conversa