Em um cenário em que reinam incertezas, políticas e econômicas, pode-se notar o impacto na atitude das pessoas em relação ao futuro. Há tendência de certo retraimento, do tipo “não mexa muito para não abalar as estruturas”, até que se recupere a confiança no que virá.
Frequentemente comento a importância de manter a atenção em dois grandes aspetos: o olhar macro sobre o mercado e as tendências e o autoconhecimento, para poder transitar com alguma segurança diante das escolhas da vida. Sei que não é fácil, que as dúvidas geralmente são mais frequentes do que as seguranças. Sempre há riscos.
Conversando com um colega psicólogo, praticamente chegamos a um consenso sobre a confiança. Pagamos mais por confiança. A confiança pode ser definida pela previsibilidade do comportamento. Se confiamos numa marca, num serviço, numa empresa, estamos dispostos a pagar mais por isso. Também concordamos que a confiança não deveria ser a diferença, deveria estar implícito e seguro que o que se compra é aquilo que está sendo apresentado, mas muitas vezes não é.
Segundo Paul J. Zak, um dos fundadores da neuroeconomia, a confiança está entre um dos fatores indicativos da riqueza de um país. O modelo que ele desenvolveu demonstrou que países com menores níveis de confiança são pobres, porque os habitantes se dedicam pouco a investimentos a longo prazo, que criam empregos e aumentam salários.
No mercado de trabalho, também essa pode ser a melhor moeda de troca em um cenário em que as escolhas podem ficar mais difíceis. Quem manter? Quem contratar? Quão confiável você é ou demonstra ser para a empresa que está te contratando? Você entrega o que promete? Tem o reconhecimento público da sua “marca pessoal”? Teu histórico profissional tem consistência e credibilidade?
Sua credibilidade também é fruto de uma construção e pode levar tempo. Alguns dos indicadores de confiança que podem ser observáveis são a estabilidade com resultados positivos nas organizações em que passou e as boas recomendações. São ótimos ativos em termos profissionais, até porque quem avalia sua história e experiência pensa “se teve esse desempenho em outra empresa, é muito provável que tenha na minha empresa também”.
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