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Regras fundamentais para blindar o seu emprego!

O IBGE divulgou nesta semana os dados referentes ao nível de emprego no Brasil e não poderia dar outra coisa: um recorde histórico de desemprego. Como blindar o seu emprego? Quais são as regras fundamentais?

Olá!

Esta semana o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou os dados referentes ao nível de emprego no Brasil e não poderia dar outra coisa: Recorde histórico de desemprego. Chegamos a incríveis 18,1% de crescimento do desemprego o que significa aproximadamente 8,2 milhões de pessoas em idade ativa e apta para o trabalho que não encontram colocação no mercado formal. Para dar um pouco de contexto, gostaria de contar um pouco de minha trajetória profissional e o que aprendi com ela nestes anos.

Posso considerar que tive cinco carreiras bem definidas ao logo de trinta e cinco anos de profissão. Os primeiros dez anos foram dedicados ao mercado financeiro onde iniciei minha atuação profissional como aprendiz de Office boy no extinto Banco Martinelli que chegou a ser a mais importante organização de crédito no Estado de São Paulo, com significativa fatia do mercado de financiamento de automóveis e materiais de construção. Minha atuação nesta empresa acabou quando eu exercia aos vinte e quatro anos de idade a função de gerente de tecnologia.

A segunda carreira iniciou logo após a minha saída involuntária desta organização, quando após seis meses como Procurador do Estado (eu passava as semanas procurando emprego no jornal O Estado de São Paulo) consegui uma entrevista para a vaga de consultor executivo em uma empresa de tecnologia chamada Execplan. Este pessoal estava trazendo para o Brasil uma tecnologia nova chamada Executive Information Systems que rodava em uma promissora plataforma de microinformática chamada Windows. Eles precisavam de gente que conhecesse o negócio do mercado financeiro e assim iniciei uma carreira de consultoria que duraria cerca de cinco anos. Minha saída desta empresa foi uma escolha própria após pesquisar o mercado, oferecer meus serviços e conquistar uma vaga de diretor em uma das maiores consultorias do país, a KPMG.

Foi nesta terceira carreira que aprendi, de verdade, o que significa a vida de executivo com suas grandes equipes, clientes importantes, viagens internacionais, muita pressão, mas muito reconhecimento também. A meritocracia americana aplicada em seu estado mais puro. Sem dúvida alguma uma grande escola que preparou para outros saltos como a diretoria de Business Intelligence da IBM do Brasil, o comando da tecnologia da Cia Marítima de Seguros e, finalmente, a direção geral da Neoris do Brasil onde, reportando-me ao VP local, pude atuar com profissionais de alto nível em projetos de relevância para a toda a América Latina.  Assim chegávamos ao ano de 2003 quando também por escolha da empresa, fui convidado a ter uma oportunidade de sucesso em outro lugar.

Estava na hora de iniciar minha quarta carreira, a de empresário. Junto com minha eterna namorada, esposa e hoje sócia, montamos a GDT Brasil – Gestão de Talentos. Uma empresa de consultoria focada em gestão e estratégia empresarial, mas com um forte viés de desenvolvimento do capital humano. Minha função nesta empresa era ser ferramenteiro. Ou melhor, dizendo, o diretor de serviços onde tive a liberdade para criar produtos, serviços, ferramentas e métodos que oferecíamos a nossos clientes. Ainda atuo nesta empresa e seguimos fortes com ela, mas com a estabilização dos projetos e das equipes, tive tempo para começar minha quinta carreira: Coach, escritor e palestrante.

Hoje, mantenho as duas carreiras em paralelo e uso uma para fomentar a outra. O palestrante gera negócios para as empresas assim como o coach traz conteúdo como o método CARMA e gera mais negócios. Os livros trazem notoriedade que trazem conhecimento, que geram negócios em uma roda produtiva e crescente.

O que isto tem a ver com a blindagem do emprego?

O que aprendi com as minhas demissões é que por melhor que seja o seu trabalho, a percepção de valor sempre dependerá das pessoas que atuam na empresa e nem sempre estas pessoas são somente seus superiores.

Quando fui demitido do Banco na primeira carreira, não se tratava de resultado ou competência, mas sim da minha inabilidade em promover o alinhamento com os gestores indiretos. Por ter mais de 10 anos de casa eu me achava melhor que algumas pessoas mais novas.

Quando saí da empresa de tecnologia, esta por escolha própria, percebi que a empresa e seus caminhos não atendiam às minhas expectativas de sucesso. Queria ser reconhecido como um executivo de destaque e a empresa, por sua vez, tinha um dono, um processo e um produto. Tudo certo, mas não me atendia.

Minhas diversas trocas de posição nas consultorias internacionais foram uma estratégia bem traçada para ganhar visibilidade e competência, não ficando muito tempo em uma posição. Eu estava no comando da minha carreira.

Meu último tropeço foi quando da saída da empresa de seguros e este valeu por um MBA. Fui contratado, nas palavras do presidente para “chacoalhar” a empresa que estava muito parada em termos tecnológicos. Eu atendi a demanda, mas esqueci de construir uma rede de apoio. Dos nove diretores e superintendentes da empresa, oito pediram a minha saída antes mesmo de completar um ano. Chacoalhei muito forte.

Ao longo desta jornada, também demiti muita gente, creio que foram mais de quinhentas olho no olho por conta de minha atuação na área de fusões e aquisições, incluindo já os trabalhos em minha própria empresa, assim agora que você conhece as bases de minha história acredito que posso lhe dar alguns conselhos sobre como blindar seu emprego e até mesmo, conquistar novas colocações.

Regra #1 – Separe seu Eu verdadeiro do Eu profissional.

Nunca misture as duas coisas. Quando em ambiente de trabalho, atue de maneira profissional como se executasse um roteiro de teatro. Comportamentos, regras, competências, comunicação, zelo e formalidades. Isto evita que você tome decisões equivocadas.

Regra #2 – Trate a todos como clientes.

Lembra-se da frase “o cliente sempre tem razão”? Ela é verdadeira e no ambiente profissional você tem vários clientes, por isso as empresas quando avaliam seus funcionários realizam avaliações 360 graus. Mas lembre-se também que cliente é que paga pelo serviço e assim sendo, isto é uma via de mão dupla. Ofereça sua competência e tenha claro o que você quer receber em troca.

Regra # 3 – O valor cabe ao observador.

Um dos maiores motivadores das demissões é a baixa percepção de valor por parte da empresa para com o colaborador. Muitas vezes ficamos encantados com o nosso trabalho e nos esquecemos de perguntar para nossos superiores, colegas e subordinados o que eles realmente esperam de nós. Muito se fala sobre a falta de feedback, mas é importante lembrar que se todos são clientes, cabe a cada um de nós oferecer o melhor e mais adequado produto.

Regra # 4 – Construa uma rede de relacionamentos.

Observe atentamente o seu entorno, veja quem são as pessoas que interagem com você direta ou indiretamente e identifique claramente quem são seus apoiadores (pessoas que facilitam seu caminho) e quem são seus bloqueadores (pessoas que podem dificultar o seu caminho). Construa uma estratégia para aumentar o nível de apoio e outra para contornar as resistências. Pense na empresa como um grande tabuleiro de xadrez.

Regra #5 – Mantenha-se no comando.

Não delegue o sucesso de sua carreira pra outra pessoa, nunca, jamais. Você pode e deve consultar outras pessoas e pedir ajuda quando necessário, mas é fundamental definir um objetivo de curto prazo, gerenciável, alcançável e não se afastar dele. Somente quando você está no comando pode tomar decisões e alterar seu curso.

Assim, se você tiver um objetivo, conhecer as pessoas que podem ajudar, evitar as pessoas que podem bloquear, entender quem são seus clientes e oferecer produtos e serviços que eles valorizem, tenha certeza de que seu emprego estará blindado.

Espero que minha experiência tenha ajudado.

Um grande abraço,

Edson Carli

Edson Carli Author
Edson Carli é especialista em comportamento humano, com extensa formação em diferentes áreas que abrangem ciências econômicas, marketing, finanças internacionais, antropologia e teologia. Com mais de quarenta anos de vida profissional, atuou como diretor executivo em grandes empresas do Brasil e do mundo, como IBM, KPMG e Grupo Cemex. Desde 2003 está à frente do Grupo Domo Participações onde comanda diferentes negócios nas áreas de consultoria, mídia e educação. Edson ainda atua como conselheiro na gestão de capital humano para diferentes fundos de investimentos em suas investidas. Autor de sete livros, sendo dois deles best sellers internacionais: “Autogestão de Carreira – Você no comando da sua vida”, “Coaching de Carreira – Criando o melhor profissional que se pode ser”, “CARMA – Career And Relationship Management”, “Nut’s Camp – Profissão, caminhos e outras escolhas”, “Inteligência comportamental – A nova fronteira da inteligência emocional”, “Gestão de mudanças aplicada a projetos” (principal literatura sobre o tema nos MBAs do Brasil) e “Shé-Su – Para não esquecer”. Atual CEO da Academia Brasileira de Inteligência comportamental e membro do conselho de administração do Grupo DOMOPAR. No mundo acadêmico coordenou programas de pós-graduação na Universidade Mackenzie, desenvolveu metodologias de behaviorismo junto ao MIT e atuou como professor convidado nas pós-graduações da PUC-RS, FGV, Descomplica e SENAC. Atual patrono do programa de desenvolvimento de carreiras da UNG.
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