Em diversas postagens anteriores, e com diferentes tipos de abordagem, eu tratei de como a maneira de um Coach se portar com o cliente pode fazer a diferença entre chegar a um processo bem sucedido ou a um desastre anunciado. Ontem, lendo um texto de Patti Pokorchak, especialista canadense em orientação profissional, fiquei motivado a voltar ao assunto com base na análise que ela desenvolveu.
Tudo começa com uma constatação: há Coaches que assumem, por princípio, que as pessoas precisam ser pressionadas e intimidadas para que consigam caminhar no processo de Coaching e alcançar seus objetivos. Estruturar o relacionamento Coach-Coachee para negócios e executivos, com esse tipo de abordagem, está errado e não é sustentável.
Se um dia aconteceu de você lidar com um chefe, um mentor, um Coach ou mesmo uma namorada que adorava lhe criticar com veemência, então sabe a que estou me referindo. Portanto, uma primeira conclusão é de que fazer bullying com quem quer que seja não funciona. Então, por que com o Coaching seria diferente?
Patti explica que tudo se passa como quando um especialista propõe um trabalho de comunicação ao cliente (por exemplo, um folder institucional), junto com o orçamento. O cliente até gosta da proposta, mas diz que não tem aquele recurso para investir. Imediatamente, o profissional marquetista vai embora, sem avaliar outras possibilidades. O Coach que fica judiando do cliente para chegar às metas é nocivo e, de certa forma, mostra que não tem preparo para ajudar. Esse profissional será sempre tão competente quanto o que aprendeu em experiências passadas, não importando palavreados bonitos ou mesmo certificações antigas.
Metaforicamente, o Coach deve sempre estar mostrando ao cliente o “presente” que poderá ganhar se seguir com atenção e dedicação no processo, presente esse na forma de metas alcançadas. Se o cliente é um adulto, que ocupa importante posição no mundo dos negócios, é inadmissível que ele se submeta a qualquer tipo de pressão para que execute algo, cumpra com um prazo ou realize a tarefa combinada.
Afinal, todos gostam de ser tratados com decência, respeito e carinho. E esse é um papel esperado para o Coach, ainda mais se estamos em um contexto de pessoas ambientadas a uma cultura latina. Minhas pesquisas já mostraram que, no ambiente brasileiro, o melhor caminho na relação Coach-Coachee é o estabelecimento de uma parceria amiga. Isso não significa que só existirão risadas e alegria, pois há momentos de tensão naturais.
A diferença é que o Coach deve identificar esses momentos não como de liberação à pressão descontrolada, mas como oportunidade de feedback e alinhamento de expectativas. O que significa, de fato, é nunca chorar um no ombro do outro, mas o Coach deve se preparar para dar o ombro amigo, consolar o cliente no momento de crise ou dificuldade, e criar o ambiente à continuidade do processo de Coaching.
Confúcio afirmava que “basta carregar todo dia um punhado de terra e se conseguirá erguer uma montanha”. Neste nosso caso, inspirados pelo pensamento anterior, podemos afirmar que “regar com paciência e carinho o relacionamento com o cliente fará crescer uma união forte, resistente aos ventos e tempestades do processo de Coaching”.
Participe da Conversa