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Do que você quer brincar?

A etimologia da palavra trabalho está ligada a sofrimento! Do que você quer brincar? O que você faz sem sofrimento? O que lhe dá prazer? E lhe faz sentir vivo? O que você faz de uma maneira fácil e fluente?

Não atire o pau no gato (to-to)
Porque isso (sso-sso)
Não se faz (faz-faz)
O gatinho (nho-nho)
É nosso amigo (go-go)
Não devemos maltratar
Os Animais
Miau!!!

Simples assim…. Vamos nos divertir! É se divertindo que se faz!

A etimologia da palavra trabalho está ligada a sofrimento! S O F R I M E N T O! E nos acostumamos a isso.

Do latim tripalium, termo formado pela junção dos elementos tri, que significa “três”, e palum, que quer dizer “madeira”. Tripalium era o nome de um instrumento de tortura constituído de três estacas de madeira bastante afiadas. Originalmente, “trabalhar” significava “ser torturado”. A ideia de trabalhar como ser torturado passou a dar entendimento não só ao fato de tortura em si, mas também às atividades físicas produtivas realizadas pelos trabalhadores em geral. Com o passar do tempo, o sentido da palavra passou a significar “fazer uma atividade exaustiva” ou “fazer uma atividade difícil, dura”.

Hoje pensamos o trabalho como uma atividade que tem o sentido de aplicação de talentos, habilidades, conhecimentos, ligados a valores. Ainda estamos caminhando na direção da libertação de certos conceitos e paradigmas aqui mencionados.

Volto a perguntar. Do que você quer brincar? O que você faz sem sofrimento? O que te dá prazer? O que te faz sentir vivo? O que você faz de uma maneira fácil e fluente?

Para que possamos fazer parte da sociedade somos enquadrados a leis e obrigações que vão nos moldando através de deveres e limitações. Esses cortes são necessários para que possamos estar no campo da cultura e da linguagem, porém há alguns conceitos e pré-conceitos que vão sendo quebrados.

Quando a criança brinca, já brinca com uma certa inscrição de tudo que já lhe foi dado mas suas próprias construções vão aparecendo e se tornando igualmente bases para as próximas fases.

Há um processo entre a liberdade do brincar, o tempo como aliado, a consciência corporal e a linguagem. Estes fatores entrelaçados (cada um em seu papel) contribuem na direção da criatividade. Existe uma tendência enorme em esquecermos ou deixarmos de lado a prática de atividades que estão associadas aos nossos desejos que nos levariam a seguir determinado curso, como um rio que segue naturalmente.

Precisamos lembrar que o chamado por uma atividade está ligado a um talento, a uma aptidão natural, a uma capacidade específica para executar algo que nos dá prazer.

Na minha experiência, como psicanalista e como coach, atendi mais de uma centena de pessoas e posso garantir e listar várias motivações para que alguém faça sua escolha de atividade/trabalho, como:

  • Aprovação e reconhecimento de alguém em especial, de muitos, ou até da sociedade;
  • A alegria por estar realizando aquela atividade;
  • A confiança que está realizando algo com o melhor que pode fazer;
  • O dinheiro destinado para as necessidades básicas pessoais e/ou familiares ou para manutenção de status;
  • O poder, empoderamento;
  • Controle sobre as regras, acertos e erros, sobre si, sobre os outros.

Essas são algumas motivações, elas são claras e legítimas, mas considerando essas ou outras motivações, mas não é só isso que está em jogo. A grande questão é:

Se temos a coragem para deixar fluir o nosso desejo de brincar. Construindo e colocando para fora o nosso Ser. Se esse desejo está sendo aplicado ou não na nossa vida.

E esse é um brincar com uma grande responsabilidade e respeito sobre quem somos e o que queremos para a nossa vida! É um brincar carregado de afeto e com uma esperança de garantia por sermos felizes com o que fazemos para nos sustentar, seja: financeiramente, emocionalmente, socialmente.

Reparem o que faz uma pessoa ter uma atividade de trabalho que não seja um sofrimento e os resultados que ela consegue com esse tipo de escolha ou, se preferirem, atitude. Certamente você verá que isso está ligado a habilidade, a espontaneidade, a disponibilidade interna, a arriscar e uma boa dose de confiança naquilo na capacidade de fazer o que está fazendo.

Apropriar-nos disso tudo como uma atividade de “trabalho brincante” com segurança é um desafio. Se pudermos escutar esse chamado, saberemos e praticaremos a nossa vocação!

Rosangela Claudino tem vivência em culturas organizacionais de portes e segmentos diferentes, como: Laborterápica Bristol e American Express. Com experiência em áreas de recursos humanos passou a atuar em consultoria própria de seleção, desenvolvimento de pessoas e implantação de gestão estratégica de RH, agregando conhecimentos e compartilhamento em outros segmentos como: alimentação, tecnologia e financeiro. Pós-graduada em Administração com foco em RH e Marketing, com Formação em Coach reconhecida pelo ICF (International Coaching Federation) e Psicanalista formada pelo Centro de Estudos Psicanalíticos, atua também em conselho de administração e atende em consultório particular. Mentora e Coach do programa, PROVOCA – Programa Vocação e Carreira, desenvolve e atua em seus atendimentos valendo-se de técnicas de Coaching, ferramentas de RH e gestão estratégica de negócio, associadas a escuta diferenciada da psicanálise.
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