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Sobre a urgente necessidade de desacelerar a vida

Você já percebeu a alta velocidade que as respostas chegam assim que você consegue desacelerar aos poucos a sua própria vida? Confiar de que tudo o que poderia ter sido feito, foi feito e agora resta aguardar.

Você já percebeu a alta velocidade que as respostas chegam assim que consegue desacelerar aos poucos a própria vida? Interessante sentir que este gesto demanda a confiança de que tudo o que poderia ter sido feito, foi feito e que a partir deste momento, se faz necessário aguardar a natureza dos acontecimentos.

Como iniciar essa diminuição? Estive com clientes que experimentaram atitudes que resultaram em grandes aprendizados. Compartilho aqui dois deles e fico na torcida para que você traga outros que também foram bem-sucedidos à nossa coluna Desenvolvimento Humano.

Em um final de semana que ficaria próximo de casa, um cliente escolheu ficar 48h sem o celular. Procurou avisar as pessoas que poderiam procurá-lo e seguiu em frente. Logo ao dirigir, ele percebeu que as mãos se revezavam na tentativa de encontrar o aparelho que havia sido deixado em casa. Sorriu com a situação e aproveitou para: sintonizar uma música que há muito tempo não ouvia; acenar ao antigo vendedor de balas de um determinado cruzamento e retornar a uma padaria que sentia saudade.

Ele narra que ao sentar no balcão foi surpreendido com o mesmo pão com manteiga na canoa e o mesmo pingado duplo que pedia há mais de 10 anos. Quem o atendera era a mesma pessoa que compartilhava os resultados das partidas de futebol do domingo e as conversas sobre aquilo que ocorrera de melhor e de pior nas baladas do final de semana. Deixou a padaria com a sensação de estar de volta a si e com releituras que ainda faria sobre aquilo que lhe é verdadeiramente importante.

Outro cliente planejou uma viagem em família durante as férias escolares dos filhos. Acordou com a empresa na qual ocupa um cargo de direção o período de 15 dias de descanso. Delegou: poderes, papéis e estratégias às pessoas de sua confiança. Apenas o responsável pelo RH conhecia o seu destino e estava autorizado a divulgá-lo em situações específicas. A esposa e os filhos estranharam e elogiaram a ausência dos materiais de trabalho nesta viagem.

Ele comenta que relembrou o nascimento dos filhos e que contava a eles as alegrias e as dificuldades que os também recém-nascidos Pai e Mãe enfrentaram. Os filhos trouxeram mais pedidos de ajuda à escola: contaram que não queriam mais que os seguranças fossem às reuniões. Contaram também sobre os primeiros namoros e como era difícil não serem escolhidos aos times das modalidades que mais gostavam.

O que você tem feito para viver a vida que escolheu viver? O que faz para você que ninguém pode fazer no seu lugar? Você sorri espontaneamente de si mesmo? Há pessoas que precisa voltar a ver/ouvir para conseguir acessar aquilo que tem de melhor dentro de você?

Leandro Alves da Silva é Gerente de Desenvolvimento Humano Organizacional na First Peopleware e atua desde 2011 em Coaching-Mentoring-Counseling, palestras e treinamentos customizados. Doutor em Educação pela FEUSP e Master Coach pelo BCI.
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