Segundo o Censo 2010 (IBGE) 13.273.969 pessoas no país possuem deficiência física. Neste artigo trataremos de algumas regras de convivência relacionados a este público. É importante compreender que existem vários graus e tipos de deficiência física. Algumas delas são:
- Paraplegia– paralisia total ou parcial dos membros inferiores, comprometendo a função das pernas, tronco e outras funções fisiológicas.
- Tetraplegia– paralisia total ou parcial do corpo, comprometendo a função dos braços e das pernas. O grau de imobilidade dos membros superiores depende da altura da lesão.
- Hemiplegia – paralisia total ou parcial das funções de um lado do corpo como consequência de lesões cerebrais.
- Paralisia Cerebral – termo amplo para designar um grupo de limitações psicomotoras resultantes de uma lesão no sistema nervoso central. Geralmente, pessoas com paralisia cerebral possuem movimentos involuntários e espasmos musculares repentinos, chamados espasticidade. Esses espasmos também são verificados nas outras deficiências, mas em menos intensidade.
- Amputação– Perda total ou parcial de um ou mais membros do corpo.
- Nanismo – São pessoas com estatura reduzida, eles atingem entre 70 cm e 1,40 m na idade adulta. GABRILLI (2010)
Ao conviver no dia a dia com pessoas com deficiência física é necessário atentar a alguns fatores que são simples, mas importantes:
REGRAS BÁSICAS
A cadeira de rodas é a extensão do corpo do cadeirante e as muletas são acessórios essenciais para o muletante, assim não use a cadeira de rodas como apoio para pendurar objetos e nem mude de lugar muletas e bengalas ou movimente a cadeira de rodas sem permissão ou prévio aviso por parte da pessoa com deficiência.
MOVIMENTAÇÃO
Ao conduzir uma pessoa com deficiência é preciso ter cuidado e atenção com obstáculos e velocidade. Ao subir ou descer desníveis, transponha o obstáculo com as primeiras rodas menores. As duas outras maiores tendem a passar com mais facilidade.
Se for ajudar uma pessoa tetraplégica a descer um degrau ou qualquer inclinação, procure sempre fazer de marcha ré, assim o cadeirante fica encostado na cadeira e mais seguro com o seu próprio corpo. No caso de pessoas com paraplegia, elas geralmente preferem transpor os degraus de frente, mas perguntar sempre é a melhor solução.
ACESSIBILIDADE
Acessibilidade é Lei desde 2008. Todos os estabelecimentos públicos ou privados devem prover acessibilidade de acordo com o desenho universal, ou seja, atendendo às necessidades de todas as deficiências, embora infelizmente a prática é outra.
Para que um cadeirante possa circular livremente é importante que haja rampas nos desníveis com inclinações adequadas, portas ampliadas, banheiros com acessibilidade (portas ampliadas, acessórios como porta toalhas e saboneteiras em alturas adequadas, lavabos e vasos sanitários adaptados, barras de apoio) e as áreas de circulação estejam livres de obstáculos. No caso específico de nanismos também é preciso providenciar corrimãos, mobiliários, balcões de atendimento, prateleiras adaptadas para alturas mais baixas.
COMUNICAÇÃO
Ao comunicar-se com pessoas com deficiência física (cadeirante e nanismo) procure ficar frente a frente e no mesmo nível do olhar da pessoa. Em grupos, não deixe o colega fora da conversa. É muito comum constrangimentos por utilizar palavras como “andar”, “correr”. Não se preocupe: a beleza e complexidade da nossa língua permite dar vários significados ao contexto e tenha certeza que isso não ofende.
RECONHECENDO AS POTENCIALIDADES
Geralmente as pessoas com deficiência são subestimadas em relação às suas potencialidades. Isso ocorre pelo fato de que as pessoas têm grande dificuldade em colocarem-se no lugar do outro. A forma mais eficaz para saber algo são as perguntas. As pessoas têm graus de autonomia diferentes, então “receitas de bolo” não ajudam. Quem melhor sabe até onde pode ir é a própria pessoa.
Um caso que muitas pessoas se enganam é em relação às pessoas com paralisia cerebral (PC), pois confundem com deficiência intelectual. As PCs são causadas por alguma lesão no cérebro que envia informações em desordem para a realização de movimentos físicos e que ocasiona expressões estranhas no rosto, dificuldades na fala, gestos involuntários e dificuldades de locomoção, mas mantêm a inteligência intacta. Aqui a dica é perguntar quando não entender e jamais tratá-la como criança.
Estas são algumas dicas importantes que podem ajudar bastante o dia a dia. São simples, mas muitas vezes as pessoas sem deficiência não atentam. No próximo artigo abordarei as regras de convivência para pessoas com deficiência intelectual.
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