No Brasil, assim como em diversos outros países, a maioria dos políticos, executivos e profissionais das organizações (empresas, governos, ONGs, etc.), sequer ouviu falar do cargo de CSO – (Chief Spiritual Officer)
A natureza humana é maravilhosa. Nem tanto pela sua “perfeição”, mas mais pela sua complexidade. Somos seres ainda inimitáveis por qualquer tipo de máquina. Fisiologia, pensamentos, sentimentos, ações, reações, desejos, adaptação e crescimento. Esse nosso “aparelho” definitivamente é “mágico”.
Mas mesmo com esse emaranhado de “peças” interligadas em funcionamento, ainda apresentamos “defeitos” de toda natureza, principalmente, de comportamento.
Questões como a ganância, desejo intenso de poder, manipulação, falta de empatia, individualismo excessivo, e no pilar de todas essas características, o desejo de se dar bem a qualquer preço. Todas essas características tendem a favorecer poucos e a lesar muitos. Não contribuem para uma sociedade feliz e, ao contrario, causa sofrimento e dor para uma grande maioria.
Em nosso país, a situação que estamos vivendo, expõe um lado negativo do caráter de políticos e empresários de modo tão grotesco e abusivo, que chegamos a questionar de quem herdamos essa cultura? Por que não conseguimos evitar tais atitudes? Por que não conseguimos mudar e seguir modelos de países onde a qualidade de vida é significativamente melhor e mais saudável?
Nesse cenário, o CSO interessa para as organizações brasileiras?
O termo refere-se a uma posição de “guru espiritual”, ou seja, um “profissional que zele pela manutenção dos valores inegociáveis de uma organização”. Resumindo, é quem cuida dos valores éticos e da manutenção da cultura da empresa, além de “investir e cuidar das pessoas envolvidas na organização”.
Ken Blanchard, especialista em gestão, tem cooperado muito para que o termo CSO venha se destacando atualmente. Na opinião de Deni Belotti, ex-aluno de Blanchard no MBA da Califórnia State University e presidente da JCS Network, “faz-se cada vez mais necessário profissionais com essa função, para frear a ganância que afasta empresas de seus valores e propósitos.” (Exame.com – fev/2015)
O CSO é mentor dos líderes, busca manter o equilíbrio e o legado da organização, trabalha com os princípios da Missão, Visão e Valores e sai em busca da manutenção da cultura da organização.
Em outras palavras, tem a principal tarefa de fazer com que os profissionais sigam os princípios que movem os grupos para a integridade e o respeito do que o ser humano tem de mais precioso: sua dignidade.
Função das mais nobres. E por onde começamos? Acredito muito nas novas gerações. Talvez tenhamos que pagar o ônus para mostrar que precisamos mudar. Talvez tenhamos que sair da zona do conforto e conviver com a “escancarada falta de solidariedade e compaixão” de uma parte da nossa sociedade.
Utopia?
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