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Um desafio interessante e curioso!

Há evidências de que a participação equivocada do Coach é a principal responsável pela maior parte dos casos de insucesso ou abandono pelo cliente e que levam a relação Coach-Cliente ao fracasso.

Meus amigos, dizem as más línguas (ou seriam as boas?!) que conselho, se fosse bom, a gente cobrava para dar. Não iria se aventurar a “distribuir” conselhos de graça. Porém, isso não dói e ajuda pessoas a pensarem. E foi o que fiz a partir de um desafio interessante e curioso durante palestra que dei a um grupo de Coaches.

Eu iniciei comentando sobre as principais razões que levam a relação Coach-Cliente ao fracasso, inicialmente, para posterior ruptura. Alguns pesquisadores internacionais já avançaram sobre o tema e os resultados foram similares aos que encontrei para o contexto brasileiro:

a) Há evidências de que a participação equivocada do Coach é a principal responsável pela maior parte dos casos de insucesso ou abandono pelo cliente;

b) O Coach também aparece como responsável primeiro por dificuldades dos clientes no entendimento de como o processo de Coaching funciona e como a intervenção poderá ajudar;

c) A falta de dedicação e a inexperiência do Coach, em conjunto ou separadamente, foram marcantes para a quebra de confiança dos clientes sobre o processo de Coaching;

d) A dificuldade de estabelecer metas ou de dar foco no processo, sem aparentar superficialidade, também podem ser levados à cota de responsabilidade do Coach, e

e) Há razões de custos e de critérios na escolha do profissional, algo que não vamos abordar agora.

Se olharmos atentamente os fatores originários de problemas, vamos identificar que quando o Coach tem pouca experiência (como profissional de Coaching e de “estrada da vida” já percorrida), o risco de problemas se torna crescente quanto maior for o desafio, principalmente na área de negócios, liderança e tomada de decisão, em grandes organizações. O repertório instrumental do Coach deve ir além de uma lista de metodologias e mapas, demandando que ele mesmo tenha um investimento em autodesenvolvimento.

E foi aí que eu fiz o desafio para a plateia de minha palestra: “Imaginem que vocês se tornaram meus clientes e agora serei o seu Coach, para um assunto de seu interesse pessoal e direto. Estamos para começar a primeira sessão e, na chegada, eu lhe dou um sorriso e lhe entrego uma rosa… Em uma palavra, o que significa esse gesto para você?” – perguntei eu aos Coaches ali presentes, que se entreolharam surpresos.

A lista de palavras citadas coincidiu direitinho com uma lista previamente preparada e projetada em um slide. Ou seja, com variações em torno do tema, a maioria remetia a carinho, cordialidade e amizade. Mas houve quem visse certa passionalidade, um afeto exagerado e, até mesmo, quem se mostrou indignado (“é muito estranho um homem fazer isso“, disse um rapaz em sua resposta). Enfim, se um simples gesto pode significar e ser interpretado de forma divergente, por diferentes clientes, imagine quantas palavras ou posturas do Coachee são passíveis de representar agressão velada e, muitas vezes, não demonstrada pelo cliente.

Não lhes trouxe verdade única e nem conselho tão especial que mereça ser pago. O que existe, para o que peço atenção, é uma realidade a ser respeitada: nunca assuma um padrão ou uma métrica rígida na relação com quem quer que seja. Estude, pesquise, avance e desenvolva competências múltiplas para servirem de suporte à escolha dos melhores e criativos caminhos para os processos que lidam com diferentes pessoas.

Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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