A arte de Liderar Pessoas: 7 práticas para ativar seu potencial! (parte II)
Prezado leitor! Neste mês estou publicando a terceira e a quarta prática para ativar o seu potencial para conquistar ou aprimorar a Arte de Liderar Pessoas. As duas primeiras práticas foram publicadas no mês anterior na minha coluna aqui na Cloud Coaching, e pretendo encerrar esta série na próxima edição desta coluna.
Terceira Prática: Promoção da Sinergia e Fluidez – Superação de Conflitos e Jogos de Poder
A Sinergia é um clima de cooperatividade interna numa empresa, que faz com que as áreas trabalhem de forma integrada.
É quando as pessoas de uma equipe ou setor colaboram num fim comum, respeitando-se os diferentes comportamentos e atuações numa dinâmica de grupo.
A Sinergia representa um enorme ganho de produtividade. Caso contrário, cada área ou pessoa da equipe trabalharia só para si, esquecendo o conjunto.
Um aspecto importante da Sinergia é a tomada de consciência que todos ganham ao se complementarem e se ajudarem mutuamente, fazendo os resultados serem muito maiores. Mas além disso, temos dois fatores muito importantes para promoção da Sinergia – a Administração e Superação de Conflitos e Redução dos Jogos de Poder.
Um Líder precisa ter o conhecimento de como se formam os conflitos, já que eles surgem primeiro na mente humana. Depois é que eles se expressam no mundo exterior.
Assim, um conflito pode ser reduzido, administrado, amenizado ou mesmo eliminado internamente, na mente das pessoas.
Para isso, exige-se um grau de conhecimento de ferramentas que normalmente Líderes-Coach e Mentores utilizam junto aos liderados.
Da mesma forma, Jogos de Poder, que geram enormes desgastes nas organizações, podem ser transformados em sinergia ou cooperatividade, bastando a aplicação das ferramentas corretas.
A sinergia e os jogos de poder acontecem em grupos de convivência, em equipes, em empresas ou organizações.
Precisamos sempre considerar que, quando há reunião de pessoas, surgem Três forças internas invisíveis, que chamamos de polaridades – Positivo, Neutro e Negativo. Elas não têm conotação de bom, mal, certo ou errado.
Na figura dos triângulos, podemos ver que na parte interna há uma polaridade de condução (líderes, gerentes, pais, professores, etc.), uma segunda polaridade que é formada por quem propõe melhorias e, ainda, uma terceira, neutra, que são as pessoas cooperadoras ou a maioria participante do grupo.
Uma coopera com a outra, com uma boa liderança, diálogo com as proposições de melhorias e a participação dos cooperadores do processo. Nesse caso, há crescimento, entendimento, todos trabalham para o bem comum e tudo caminha bem.
No triângulo externo, temos os condutores do triângulo interior, que se tornaram autoritários.
Isso fez com que os propositores assumissem posições de contestação.
A terceira polaridade passou a assumir a barganha, o oportunismo, procurando tirar o máximo partido das disputas de poder entre as polaridades de autoritarismo x contestação.
Assim, a sinergia pode facilmente dar lugar aos jogos de poder, que podem ser muito acirrados, explícitos ou velados, em detrimento da sinergia.
Por isso, líderes precisam fazer uma leitura apurada de suas posições: se estão sendo sinérgicos e promovendo a sinergia ou se estão envolvidos em jogos de poder, em detrimento do bem comum.
Quarta Prática: Liderança Transformacional ou Renovadora com emergência da Sabedoria Interior
Atualmente fala-se muito em Liderança Transformacional ou então Renovadora, ou seja, uma liderança compatível com o novo tempo das organizações no mundo.
Segundo Otto Scharmer:
“Estamos vivendo em um novo mundo mais complexo, acelerado e disruptivo, onde os modelos de liderança, formas de pensar e a tomada de decisões tradicionais não respondem mais com a mesma eficácia, tornando-se imperativo abordagens mais profundas, inovadoras e resolutivas de questões complexas no mundo relacional, organizacional e social”.
Com um mundo e com organizações mais complexas, os raciocínios analíticos e os modelos tradicionais de Liderança se tornaram obsoletos, por não resolverem conflitos e problemas mais profundos.
Por isso, precisamos adotar novos modelos de Liderança compartilhada e adoção de abordagens que ativem a inteligência coletiva.
Só assim poderemos lidar mais eficientemente com sistemas complexos e preencher o atual vácuo de liderança nas organizações.
Líderes precisam adquirir energia revitalizadora e transformadora, que pode ser expressa pela emergência da Sabedoria Interior. Mas o que é essa Sabedoria?
A Sabedoria é um aspecto inerente a cada Ser Humano e reside no âmago do Ser, junto com nossa a Fonte de Vida ou centelha divina.
Essa Sabedoria se manifesta quando estamos em silêncio, em estado meditativo (Mindfulness), e quando temos “insights” internos a respeito de alguma dificuldade ou situação. Esses “insights” são imensamente mais profundos e poderosos do que processos mentais analíticos e racionais.
Hoje, utiliza-se a Teoria U como um processo decisório, que contempla a Mente analítica, mais a Sensibilidade do coração, aliada à Vontade profunda, onde reside a Sabedoria.
Nessa teoria, descemos pelas várias etapas do processo decisório pelo lado esquerdo do U, onde fica a Mente aberta, depois o Coração aberto e, no fundo do U – onde há uma fenda –, está a Vontade aberta.
Ali meditamos ou permanecemos em silêncio – o que chamamos de Presencing – para obtermos os insights da Sabedoria, captando o Futuro Emergente e as soluções ou indicações que vêm da Sabedoria, não mais dos raciocínios analíticos.
A partir daí, saímos pelo outro lado do U com um plano de ação elaborado.
As práticas decisórias, utilizando a Teoria U, podem ser feitas em grupos de Líderes e colaboradores de uma organização.
Essa metodologia é adotada para questões complexas, onde processos decisórios comuns não surtem efeito pois não alcançam a profundidade necessária para lidar com a complexidade.
Marcos Wunderlich
https://holos.org.br
Confira também: A arte de Liderar Pessoas: 7 práticas para ativar seu potencial! (parte I)
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