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A arte de não julgar tudo e todos!

O cérebro consciente é aquele que não julga nem a si e nem aos outros, pois estará aberto a aceitar o momento presente. Sou desse jeito? Tenho essa capacidade? O que eu faria no lugar do outro? Consigo fazer isto?

Estive recentemente em um evento internacional, sendo que o mais complicado era responder perguntas sobre a situação política do Brasil. Curiosamente, e de forma subliminar, havia a expectativa de minha posição sobre os bordões “do golpe” ou “do não golpe” que circulam pela mídia internacional. Pessoalmente, tenho minha convicção e não cabia, naquele ambiente profissional, estimular o debate (até porque nada resolveria) e, ao retornar, eu percebo que as posições acirradas ainda envolvem muito de postura emocional de “julgar os outros”. Hoje, o pecado é completo aqui no lado de baixo do Equador!

Lembrei-me dos trabalhos desenvolvidos pelo Institute of Coaching de Boston – EUA, cujos membros estão dedicados a conhecer a base científica e as melhores práticas de Coaching no mundo. Como sou associado à instituição e recebo regularmente notícias e estudos, além de eventualmente ser convidado a colaborar com pesquisas da Harvard Business Review, acabo arquivando os casos que me parecem mais oportunos e, vez ou outra, faço uma releitura de seu conteúdo. Hoje, minha inspiração nasce do texto de Margareth Moore, co-Diretora do Institute of Coaching, com o tema “julgamento e autoestima”.

Para ela, é fundamental entender a maneira como os profissionais de Coaching e também seus clientes lidam com as criticas e a visão de mundo que os cerca. O estudo explica que, ao relaxar e sentir o momento presente integralmente, o ser humano melhora a autoestima e a percepção de valor pessoal, ao contrário do que ocorre se ficar buscando motivos em meio a conflitos que não dizem respeito direto.

Sabemos que o estado do cérebro consciente é aquele que não julga nem a si e nem aos outros, pois estará simplesmente aberto e dedicado a aceitar o próprio momento presente. E assim, a autoestima é o resultado ou a conclusão que se tem quando não assumimos o papel de juiz de si próprio: Sou desse jeito? Tenho essa capacidade? O que eu faria no lugar do outro? Consigo fazer isto ou aquilo?

Esse processo complexo de julgamento acontece com uma força biológica essencial, mantendo-nos sempre vigilante sobre estarmos ou não cumprindo um padrão estabelecido por nós, pela nossa família e/ou pelas comunidades que frequentamos. Dessa forma, ficaremos alimentando a crença de que iremos evitar uma possível rejeição ou não correremos risco de ficar brigando sozinhos para alcançar nossos objetivos. Hoje, no contexto político, o que mais se vê pelas ruas e redes sociais é esse ato inglório de se jogar radicalmente em uma forma de discussão deletéria que é, em si mesma, improdutiva e ineficiente.

Se conseguirmos concretizar nossos momentos positivos sem que façamos julgamento pessoal, mesmo que por pouco tempo, iremos descer dessa complexa montanha-russa repleta de juízes do mundo e conseguiremos experimentar um agradável e delicado estado natural do cérebro. Margareth Moore chama esse estado mental de “está tudo bem, está tudo certo”, que especialistas em neurociência descrevem como o momento em que “cada célula está fazendo o melhor que pode com os recursos disponíveis; portanto, vamos deixá-las viver em paz para nosso prazer”.

Esse momento e esse espaço especial serão um belo lugar para se frequentar, pois é ali que se consegue descansar, recarregar as baterias, ter boa dose de autocompaixão e gerar muito de autorrespeito e autoestima. Vale a pena tentar criar esses momentos e seus espaços mentais, pois então você se tornará um visitante regular para aproveitar do seu próprio conforto. Isso significará a sua alienação do mundo? Muito pelo contrário, isso lhe viabilizará uma participação social e política tanto melhor quando mais ideias boas e sensatas sejam desligadas de posturas rígidas e autocráticas.

Se este texto parece simplório e óbvio, fica minha pergunta: será que você tem praticado esse exercício de sempre se olhar andando para frente e para cima, sem julgar tudo e todos que passam a seu lado? Caso sua resposta seja negativa, que tal começar a praticar?

Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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