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A cauda longa do mau humor no trabalho

O mau humor no trabalho tem um efeito viral imenso. Não se contamine. Seja um ponto de luz na escuridão. Faça diferente e alavanque sua carreira!

Este é um texto antigo que eu escrevi no final de 2015, mas que continua vivo e atual até hoje. Vale relembrar.

Sempre recebo bons feedbacks dele por retratar como o mau humor gruda na gente e faz com que tenhamos e nos mantenhamos sintonizados com energias ruins e que só nos levam para lugares onde não queremos estar.

Tudo aconteceu dentro de uma agência bancária… e o resultado disso se manteve comigo por alguns dias até, definitivamente, ir embora.

Sempre fui uma pessoa muito analítica e racional. Tudo para mim deve ter uma lógica pela qual as coisas funcionem e se organizem. A partir disso, regras e relacionamentos poderiam ser criados e tudo vive em paz (segundo o correto funcionamento destas regras).

Deve ser por isso que sempre me dei bem com TI e, também, deve ser por isso que hoje trabalho com TI.

Apesar disso, enquanto fui técnico, fui considerado bom e me destacava pela qualidade de minhas entregas.

Porém, meu relacionamento interpessoal era, vamos dizer, degradado (para não falar péssimo).

Eu, realmente, não gostava de lidar com pessoas e, de certa forma, fugia desse relacionamento. Pessoas eram complicadas e máquinas e sistemas operacionais não eram. Meu domínio técnico sobre o ambiente de TI era confortável.

Já meu domínio sobre os processos de relacionamento era fraco e meu humor ia para o buraco a cada confronto que se formava.

Por ser de difícil trato, somente meu círculo de amigos me satisfazia. Aos demais sobrava minha seriedade mau humorada.

Nesta época eu não tinha a real noção do quanto uma pessoa mal-humorada poderia envenenar um par de trabalho e, por consequência, vários ambientes distintos. Na verdade, cheguei a esta conclusão ao ser pessimamente atendido em uma agência bancária. Ao relacionar este péssimo atendimento, pude, finalmente ver que, infelizmente, o mau humor é contagioso, tem longa duração e não costuma ficar armazenado por muito tempo em quem o recebeu.

A situação foi a seguinte: Fui até uma agência bancária resgatar meu FGTS para amortizar um financiamento imobiliário.

No primeiro dia fui muito bem atendido, porém, ao esquecer de um documento, tive que retornar no dia seguinte. Ao retornar, fui extremamente mal atendido. Dois caixas se uniram para me criticar e disseram que eu deveria me dirigir à minha agência para realizar o procedimento que foi iniciado no dia anterior.

Não satisfeitos, me informaram que o banco não faria o procedimento e que eu era folgado (“brasileiro é folgado” disse o caixa).

Busquei a pessoa que me atendeu no dia anterior e finalizei o processo normalmente, ao contrário do que os caixas me informaram.

Ficou claro para mim a falta de respeito, péssima qualidade no atendimento e a preguiça em realizar uma função que o banco possui e é de conhecimento geral.

Apesar de ficar uns dois dias com uma sensação ruim pelo mau atendimento, pude ver que o mau humor é extremamente ruim para nossas vidas profissionais. Ao ser maltratado, meu humor mudou imediatamente.

Fiquei nervoso e irritado.

Em uma situação normal, ao me deparar com um problema no meu trabalho, eu seria mais um a passar o mau humor para frente. A pessoa que o recebesse faria o mesmo, continuando o ciclo. Ou seja: mau humor tem uma ação viral sobre as pessoas e seus resultados podem durar muito se analisarmos a cadeia de pessoas afetadas por ele.

Em um contato próximo é certo que você receberá pessoas mal-humoradas, uma vez que, quando você as atendeu, acabou descontando nelas seu nervosismo. Isso é ruim, não constrói e não traz nada de bom.

Felizmente a análise desta experiência mudou minha visão. É difícil ser o último elo desta cadeia, pois, muitas vezes, você deverá engolir o sapo (e digeri-lo). Porém os efeitos são benéficos para todos. Apesar disso, dependendo da situação, é claro que vamos estourar. É natural. Somos humanos.

Porém a nossa reflexão sobre os acontecimentos já nos garantirá melhores relacionamentos no futuro. Estes bons relacionamentos serão criados a partir do momento que você passa a ser uma referência boa e não ruim no seu ambiente diário de trabalho. Seja mais constante pelo lado bom do que pelo ruim.

Pessoas mal-humoradas são comuns no trabalho. Venenosamente comuns.

Elas são, normalmente, referências ruins para os demais. Todos conhecemos pessoas assim. E todos sabemos o quanto ruim é trabalhar com elas. Também sabemos que, no final, elas sempre acabam se dando mal.

Portanto, traga de casa somente seu bom humor. Reflita sobre si mesmo e sobre como você vem tratando seus companheiros de trabalho. Fazer inimigos é péssimo, uma vez que, no futuro, você poderá precisar deles. Faça amigos e seja agradável com todos. Respeite as pessoas e faça seu trabalho da melhor forma possível.

Sintonize coisas boas e deixe que os outros criem seus monstros sozinhos.

Rodrigo Pace Author
Rodrigo Pace tem mais de 17 anos de experiência profissional em TI, atuando como Consultor na Telefonica Vivo há mais de 10 anos. Certificado PMP. Coach especialista em Profissionais de TI, Escritor, Palestrante, Professor e Empreendedor Digital. É formado em Bacharelado em Ciência da Computação pela Unesp e possui MBA em Gestão de TI pela FIAP. Criador do projeto Desafio LinkedIn que já atendeu mais de 3.300 alunos gratuitamente proporcionando maior valor, resultados e visibilidade profissional para as pessoas dentro do LinkedIn.
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