A Culpa é de quem mesmo? Ninguém é culpado por seus deslizes!
Partindo do pressuposto de que ninguém é perfeito e que a vida é feita de experiências é natural cometermos erros. Seja atuando em frentes diferentes, ora acertando e ora errando, assim vamos aprendendo a viver.
Contudo, há vários tipos de erros ou deslizes que podem ser evitados, como por exemplo, não revisar um e-mail antes de enviar. Ou não verificar antecipadamente uma rota para chegar a um destino desconhecido. Não se planejar para uma reunião importante. Ou ainda não apertar o parafuso correto para encaixar uma peça, comprometendo a qualidade do produto, e consequentemente, a segurança de pessoas. E tantos outros erros a que estamos sujeitos a praticar diariamente.
O problema não necessariamente está no erro, quando detectado pode ter uma solução simples, mas na atitude de quem o pratica, principalmente quando não assume a responsabilidade por tê-lo cometido. Pior ainda é quando, além de não assumir a responsabilidade por seus erros ou deslizes, culpa alguém ou uma circunstância, procurando amenizar a sua culpa ou justificar sua falha.
Fiz um vídeo recentemente falando sobre pessoas acomodadas que não conseguem carregar suas próprias malas.
Isso realmente aconteceu em uma viagem que fiz com minha esposa, viajando pela Europa, em várias cidades, em um ônibus de turismo, pernoitando em uma cidade diferente.
Nessa viagem havia uma senhora, simpática até, mas resolveu fazer compras. Em cada lugar comprava vários objetos, lembranças, tapetes etc. e, claro, as malas para carregar tanta coisa. Em cada parada lá vinha ela pedir ajuda para descarregar sua bagagem.
Fiz isso uma vez, duas, três vezes e depois tinha que carregar as minhas e de minha esposa. Isso começou a me incomodar, até que dei um basta na situação com educação e delicadeza.
Ajudar outras pessoas e praticar um ato de benemerência, principalmente àquelas que precisam ou têm alguma limitação são atitudes imprescindíveis nos tempos de hoje. Afinal, gentileza gera gentileza. O problema é lidar com aquelas que agem de forma impulsiva e irresponsável que prejudicam e perturbam outrem.
Tenho um amigo que soube de um caso de traição da esposa e, claro, ficou possesso, rompendo as barreiras de confiança, acabando com o casamento. Pior foi ela que justificou este deslize, acusando-o por não ter dado a ela a devida atenção, carinho e amor.
Analise comigo o ocorrido… se há um problema sério entre o casal, melhor resolvê-lo juntos, conversando e expondo o desconforto. Depois da persistência e tentativas frustradas até romper, se for a melhor solução, mas só depois buscar alguém para se relacionar, não é mesmo? Desta forma, evita-se outros problemas além dos que já existem na relação.
Outros exemplos: culpar o governo por ir mal nos negócios, o time de futebol que perdeu, se embriagar e agir sem pensar, atribuir a culpa ao chefe por uma atuação irresponsável, comprometendo um negócio ou perdendo um cliente importante. Ou não cumprindo um prazo de um contrato ou quebrando uma promessa feita.
O fato é que são situações comuns, seja pela falha de caráter, ausência de integridade, desrespeito ou alguma patologia psiquiátrica.
São dois os comportamentos mais comuns relacionados à irresponsabilidade: um é o de se fazer de vítima e o outro, é esse que estamos abordando, o de não assumir e atribuir a culpa a alguém ou a alguma circunstância qualquer pelos seus erros ou deslizes.
O que leva uma pessoa a fazer isso? Será apenas irresponsabilidade ou falta de consciência?
Pode ser o resultado de uma série de fatores psicológicos, emocionais ou sociais, desvios de conduta, resíduos de uma educação conturbada na qual aprendeu com pai ou mãe a agir assim, ou medo de ser penalizado(a) por alguma falha. Apresento algumas dessas razões mais comuns:
- Autoestima frágil – aquelas pessoas com baixa autoestima que se sentem ameaçadas pelos seus erros, preferem redirecionar a culpa e a responsabilidade para outros em vez de enfrentar suas próprias fraquezas ou sombras.
- Imaturidade – Pode ser decorrente de educação excessivamente severa ou protetora demais, gerando a certas pessoas este desvio de conduta de que para fugir de um problema, em vez de enfrentá-lo, também passam a transferir a responsabilidade para outras pessoas.
- Negação – Dificuldade em assumir que erraram ou falharam e, em vez de lidarem com a realidade e verdade.
- Autoprojeção – Mecanismo de defesa daquelas pessoas que acusam os demais por onde passa de maneira injusta, buscando a preservação da imagem pessoal e autoprojeção.
- Inabilidade de autorreflexão – Próprio de quem ainda não desenvolveu a habilidade de admitir suas próprias falhas, atribuindo automaticamente a culpa a terceiros sem considerar seu papel nestas situações.
- Necessidade de controle – Querem sempre manter o controle e culpar os outros pode ser uma maneira de implementar suas ações ou decisões, mesmo quando elas podem ter contribuído para o surgimento do problema.
Como lidar com tudo isso?
Seja uma pessoa de seu círculo familiar ou profissional que você goste e queira bem, procure ajudá-la, mostrando as consequências dos seus atos e o quanto isso é prejudicial para os outros e para ela mesma. Assim que possível, dê o seu feedback para pontuar os aspectos positivos e as oportunidades de melhorias.
Ressalto que ao longo de nossa vida, aprendemos a assumir as responsabilidades pelos nossos atos. E devemos sempre ter a consciência do próprio eu e do outro de forma progressiva e natural.
Com toda a certeza, a comunicação assertiva, o autoconhecimento e o relacionamento interpessoal são as melhores formas para enfrentar os medos, evitando tais deslizes e assim não culpar ninguém por eles.
Gostou do artigo?
Quer saber mais assumir a responsabilidade pelos seus atos e parar de culpart os outros pelos seus erros e deslizes? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Reinaldo Passadori
https://www.passadori.com.br/
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