Na sequência abordarei um pouco de cada ponto referente ao processo das organizações em busca do resultado desejado, incluindo o de execução. O primeiro ponto a ser explorado é o da “visão”, e aí poderíamos pensar sobre o que é a “visão”, como um sonho, alguém idealiza um negócio, uma empresa, uma organização, ou mesmo uma vida, imagina como seria isso nos próximos vinte anos, ou seja, quando idealizou e visualizou sua ideia, acreditou que seria possível, então transformou esse sonho numa realidade, mas como é o nosso próximo foco do processo de se alcançar o resultado desejado, incluindo a execução.
Para idealizar um sonho é preciso, com certeza, de um propósito, no qual podemos chamar de “missão”, ou seja, é a materialização do sonho. Esse propósito na verdade, é o que será feito para realizar este sonho.
A “missão”, ou como gosto de chamar, o propósito, deve ser escrito, como se fosse uma lei, que será uma bússola, para a empresa e funcionários, a qual dará a direção ao sonho, que se transformou, em um negócio, seja ela com objetivo de resultado financeiro ou filantrópico.
Escrita a “missão” já há o caminho, para realizar o sonho, cuja bússola será utilizada para atingir o resultado desejado. Então começam a criar as “metas” que levarão a atingir o resultado sonhado.
Ao falar em “Metas”, principalmente, hoje no mundo do conhecimento, e analisando para as organizações, e a nós mesmos, já que somos uma organização, destaco três metas fundamentais para o negócio: a primeira, são os clientes, ou seja, os envolvidos no negócio, uma organização sem clientes não pode existir. Destaco ainda, que a grande concorrência no mundo de hoje, está por conta de trazer para dentro de seu negócio, os clientes. Mas, para isso, precisamos pensar para que a empresa existe? O que será que nosso cliente precisa? Tenho a solução ideal para nosso cliente? Essas são perguntas de que preciso fazer na hora de prospectar esse cliente, mas e quando, às vezes, falhamos: na prospecção por não entender a necessidade do cliente, e na sua manutenção.
A segunda meta fundamental para o nosso negócio é pensar em como vamos mantê-lo, ao logo do tempo, que podemos chamar de sustentabilidade, o que está intimamente ligado à meta anterior. Temos exemplos de empresas centenárias, e que hoje sofrem por não terem pensado em sua base de clientes, nas necessidades destes e na inovação de suas soluções. Isso porque o grande desafio de hoje, é viver em um mundo de mudanças com a velocidade a toda prova. E, por fim, a meta de resultado, a qual, todos querem alcançar. É a meta financeira do negócio, é a forma como medimos se este negócio é ou não saudável, na visão de seus clientes e serve como medidor da sustentabilidade de seu negócio. Empresas com anos no resultado em vermelho, com certeza irão comprometer sua sustentabilidade.
O próximo assunto a ser abordado são as metas, a próxima fase do processo de estratégia, ou seja, a última fase do processo que envolve a estratégia e a primeira fase que envolve o processo de execução. Nessa fase vamos falar de “Planejamento Estratégico”.
O planejamento estratégico é a forma de organizar as metas em três etapas, sendo elas em curto, médio e longo prazos, na modalidade escrita, sobre o qual todos os funcionários da organização devem ter ciência, pois é a partir do planejamento estratégico que esta escreverá as metas, ou seja, cada área da organização precisa, a partir desse planejamento, escrever suas metas, e assim alcançarem os resultados esperados para a organização.
Essa composição que vai da visão até o planejamento estratégico, chamamos de estratégia da organização, ou seja, é a bússola que as organizações precisam para atingir os resultados, que na verdade é o final das três metas mais importantes das empresas, lembrando: Clientes, Sustentabilidade e Resultado Financeiro.
O que falta agora é a última fase do processo de atingir as metas, ou seja, a ação sobre a estratégia colocando em prática esse plano, que chamamos de execução, conforme demonstrado na figura 1. (http://www.cloudcoaching.com.br/a-eficacia-da-execucao-parte-2)
Figura 1: Processo de execução
Como dizem nossos grandes mestres nesse assunto chamado execução, é exatamente neste aspecto que as organizações mais falham, e por que isso acontece? Porque não seguimos exatamente o que planejamos, e aí surge outra pergunta: e por que não seguimos o que planejamos? Pela minha experiência profissional em organizações percebi que há problemas relacionados à execução eficaz do seu planejamento:
- Não é dada a ênfase necessária para o planejamento estratégico;
- O Planejamento estratégico fica somente no nível superior e não é comunicado às demais áreas da organização;
- A ênfase está nas tarefas, sendo o planejamento diário;
- A falta de confiança na organização;
- A urgência toma conta de nossas horas de trabalho;
- Número excessivo de reuniões;
- Falta de equilíbrio entre as pessoas da organização;
- Pouco envolvimento com a criatividade, inovação e conhecimento do negócio;
- A falta de organização que as organizações têm em relação ao negócio;
- Comunicação inadequada da visão, missão e planejamento estratégico da organização;
- Velocidade da concorrência e não preparo para lidar com esses conflitos;
- O não desenvolvimento da liderança nas competências fundamentais para gestão do negócio e da gestão de pessoas.
Todos esses problemas geram um grande conflito nas organizações, como mostram os exemplos a seguir:
- Baixa qualidade (vejam exemplos na web) com relação à reclamação de clientes;
- Custos inchados, tiram o sono dos gestores, pois atinge diretamente uma das metas essenciais das organizações que é o resultado financeiro, e também, tira o sono dos nossos acionistas;
- Inflexibilidade e lentidão, ou seja, as empresas parecem emperradas não conseguem sair do lugar, vivem, me parece, em outra época;
- Fracasso no mercado, deixa brechas para que os concorrentes ganhem parte do mercado, mesmo com produtos que não atendam às necessidades dos clientes, que é na verdade sua meta mais importante;
- Fluxo de caixa negativo, as organizações vivem correndo atrás do resultado planejado, mas entra ano e sai ano e várias continuam com seu fluxo de caixa no vermelho;
- Falta de impacto no cliente. As empresas não conseguem desenvolver soluções que os clientes esperam conseguir no mercado, para atingir suas metas importantes;
- Má execução; é o que na verdade nos interessa nesse estudo, resolver o problema da má execução nas organizações. Veja que ele está na última colocação dos problemas acima citados, e é de propósito, pois para se ter uma execução eficaz, preciso, sem dúvida, começar a resolver aqueles.
Bossidy e Charan, na questão de execução, destacam:
“Setenta por cento das estratégias fracassam por ineficácia em sua execução…raramente fracassam por falta de inteligência ou visão (1)”. Ou seja, para os autores, se a estratégia estiver certa, não é por isso que a execução irá falhar, mas por motivos alheios a esses, como já colocamos.
Bossidy e Charan colocam que o processo da execução deve seguir uma estrutura de realização, em que em primeiro lugar está o foco que deve ficar no que é extremamente importante para a empresa, suas metas cruciais; em segundo lugar, mensurar o que estamos fazendo, ou seja, ter um visão numérica e quantitativa das nossa metas; em terceiro lugar, criar formas de visualizarem o resultado da organização, onde quer que estejam, criando placares que mostram a todos se estamos ou não atingindo nossas metas; em quarto lugar, responsabilizar a todos pelo cumprimento das metas, mas para isso elas precisam estar claras e serem comunicadas.
Peter Senge nos dá uma visão um pouco diferente em questão de processo, mas acaba no mesmo resultado:
- Domínio Pessoal;
- Modelos Mentais;
- Objetivo Comum (Visão Compartilhada);
- Aprendizado em grupo;
- Raciocínio Sistêmico (A Quinta Disciplina).
Na verdade, eu aprecio mais da forma como Gary Harpst trata a execução. Este mostra um processo que nos ajuda a ter uma visão mais clara do que precisa realizar, ou seja, a própria execução.
- Definir o que é importante (Elaborar a Estratégia);
- Estabelecer metas capazes de guiar (Planejar);
- Alinhar Sistemas (Organizar);
- Pôr o plano em prática (Executar);
- Inovar com propósito (Inovação);
- Parar e Refletir (Aprender).
Dentro do que tínhamos discutido em nossa fórmula para ter uma execução eficaz, não apareceu as duas fases finais do processo de Gary: Inovar com propósito e Parar e Refletir.
Eu vejo que estas duas fases finais do processo de execução são de extrema importância, pois as mudanças que vivemos, nunca deixarão de existir, e o aprendizado deve ser constante, pois só assim vamos conseguir ficar a frente de nossos concorrentes.
Minha intenção, foi expor a execução eficaz de um modo prático e dinâmico. Isso porque esse assunto já está mais do que debatido, escrito, e com grandes autores que analisam a execução. O intuito era colocar a execução no âmbito mais amplo, com uma visão geral do processo de uma organização, para que fosse possível entender a sua finalidade. Meu propósito aqui, foi mostrar onde a execução eficaz entra no processo e sua importância, pois para se atingirmos o resultado desejado precisamos, sem dúvidas, passar por todas as fases do processo, desde a estratégia até a execução.
Para entender mais desse processo, ou se aprofundar nesse assunto da execução, aconselho a leitura dos autores aqui citados, como leitura obrigatória desse estudo. Tenho certeza de que será uma agradável leitura, que complementará seu conhecimento e os estudos, com relação a este assunto.
Referências e Leitura obrigatória
(1)BOSSIDY, Larry, CHARAN, Ram, Execução, ed. Elsevier, Campus, 2004, p.15
(2) HARPST, Gary, Execução Revolucionária, ed. Campus, 2009, p.1-3
(3) SNEAD, Lynne, WYCOFF, Joyce, Execução Eficaz, Negócio Editora, 2005.
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