Vou partir do princípio que alguns não leram meu artigo de quinze dias atrás (vale a pena refletir a respeito). Então, para concatenar com o conteúdo de hoje, vou repetir apenas a introdução e, depois, avanço com esta postagem. Ali eu apontei que, quando se aborda o momento do mundo e a chamada revolução industrial 4.0, destacam-se ideias e premissas sobre a relação de inovações tecnológicas com o cotidiano das pessoas. Já comentamos sobre como o mundo atual é disruptivo, em todas as dimensões, porém essa transformação acaba sendo vista mais pela forma e não pelo conceito.
Portanto, nunca é tarde para se comparar o que foi o mundo, algo que alguns entendem como já passado, com aquele que outros chamam de moderno. Será que os valores e princípios mudaram? Ou o que mudou foram as diferentes formas de expressar esses princípios e valores? O que ninguém duvida é que a chamada globalização 4.0 tem transformado o mundo e criado uma dinâmica bem diferente nas relações humanas, com especial foco no ambiente das organizações.
O mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo) exige competência crescente na arte de negociar e, se negociações complexas sempre existiram, está cada vez mais difícil conceituar sua natureza e seus indicadores de resultados. Quero me inspirar no artigo “A Visual History of the Largest Companies by Market Cap (em versão livre, “uma história visual das mais valiosas companhias do mundo”), publicado pela Visual Capitalist, em 21/6/2019. Conforme a reportagem afirma, a narrativa associada aos valores de mercado de uma empresa é muito dinâmica, sempre impulsionada pelos eventos que rapidamente mudam os rumos da História ou por questões mais estruturais. Porém, ao jogarmos uma luz forte nos últimos 20 anos, fica evidente que centenas de empresas ganharam destaque, enquanto outras antigas perderam lugar no palco.
No ano de 1999, as dez mais valiosas empresas eram (pela ordem): Microsoft, GE, CISCO, Exxon, Walmart, Intel, NTT, Lucent, Nokia e British Petroleum. O valor total delas era de US$ 3,184 trilhões. A evolução do cenário a cada cinco anos, desde então, pode ser assim resumida:
Ano | Fato Marcante | Empresa mais valiosa | Quem estava entre as 10 mais valiosas? |
1999 | Especulação na internet | Microsoft (US$ 583 Bi) | Constavam cinco empresas de tecnologia |
2004 | Pós-especulação na internet | GE (US$ 319 Bi) | Diversificação nas áreas de atuação das empresas |
2009 | Crise Financeira Mundial | PetroChina (US$ 367 Bi) | Seis empresas não-americanas na lista |
2014 | Crise do petróleo (US$ 100/barril) | Apple ($560Bi) | Último ano com empresas petroleiras, na lista |
2019 | Era da tecnologia (4.0) | Microsoft ($1,050Bi) | Sete companhias são de tecnologia; oito americanas |
Esses dados, agregados à próxima tabela, detalham a radical mudança que ocorreu no fluxo da riqueza em relação às grandes empresas do mundo, desde 1999. Facilmente podemos constatar que, nestes anos mais recentes, a lista das mais valiosas foi dominada pelo foco em tecnologia. Além disso, fica nítido o impacto da crise financeira de cinco anos atrás nas avaliações das empresas americanas mais tradicionais que, acompanhadas pelas petroleiras, deixaram de frequentar o topo das “10 mais”. Com avaliação de mercado superior a US$ 1 trilhão, a Microsoft é novamente a mais valiosa empresa do mundo em capitalização, encerrando 2018 com o valor (“apenas”) da marca calculado em US$ 105 bilhões (fonte: Forbes).
Considerando o valor total de mercado das “10 mais” alcançamos US$ 5,316 trilhões. Este é o cenário atual:
Posição | Empresa | País | Industria | Valor de mercado | Ano de criação |
#1 | Microsoft | EUA | Tecnologia | US$ 1,050 bi | 1975 |
#2 | Amazon | EUA | Tecnologia | US$ 943 bi | 1994 |
#3 | Apple | EUA | Tecnologia | US$ 920 bi | 1976 |
#4 | Alphabet (*) | EUA | Tecnologia | US$ 778 bi | 2015 |
#5 | EUA | Tecnologia | US$ 546 bi | 2004 | |
#6 | Berkshire Hathaway | EUA | Diversificado | US$ 507 bi | 1839 |
#7 | Alibaba | China | Tecnologia | US$ 435 bi | 1999 |
#8 | Tencent | China | Tecnologia | US$ 431 bi | 1998 |
#9 | Visa | EUA | Financeira | US$ 379 bi | 1958 |
#10 | Johnson & Johnson | EUA | Bens de consumo | US$ 376 bi | 1886 |
(*) – A Alphabet é um conglomerado formado pela Google Inc., Nest Labs, Calico e as subsidiárias anteriores da Google
Resumidamente, a dinâmica do mundo e a revolução tecnológica são tais que, entre as 10 empresas mais valiosas, só restaram duas centenárias (Berkshire Hathaway e Johnson & Johnson), acompanhadas de empresas bem jovens ocupando o topo da lista. Para responder à pergunta-título do artigo, devemos todos nós procurar um caminho de transformação para essa realidade, independentemente de a qual geração pertençamos (vale desde os baby-boomers até os millennials e, agora, até os centennials). Resposta essa em perfeito alinhamento às minhas expectativas ao criar este espaço “O Mundo VUCA do Coaching”, com informações relevantes para orientar um novo posicionamento das pessoas perante a vida 4.0, tanto pessoal como profissional.
Desde que comecei a escrever na Cloud Coaching, eu já vinha projetando essa evolução com as dezenas de artigos semanais no antigo espaço Dimensões de Sucesso. Depois, ele evoluiu junto com o Espaço do Coach, servindo ambos para provocar reflexão sobre essa dinâmica de vida. Por fim, neste mês de Agosto, nasceu uma nova iniciativa para colaborar com a visão de futuro dos amigos da Cloud Coaching e dos demais leitores que me acompanham, regularmente. O objetivo é contribuir com qualquer pessoa em busca do sucesso, na dimensão com que entende seu próprio sucesso, a partir de uma plataforma integrando produtos, serviços, informação e diferentes oportunidades. Certamente, o nome dessa plataforma só poderia ser Dimensões de Sucesso (www.dimensõesdesucesso.com.br), e ali espero por vocês para viajarmos juntos pela transformação que o mundo VUCA e a realidade 4.0 exigem. Não deixem de conhecer!
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