A facilitação de conflitos através da descoberta emocional e da comunicação congruente
É um desafio comunicar o que pensamos e sentimos sem ferir o outro e nem a nós mesmos. Como está a nossa comunicação?
Esses dias numa Roda de Conversa (das muitas que fazemos), uma pessoa comum, que passava a pandemia em casa, nos contou com muita naturalidade um conflito que viveu. No trabalho, ele sempre almoçava ao meio-dia e a esposa, que ficava em casa, às 14h. Nos primeiros dias de convivência, ele sentiu-se incomodado com o hábito dela. Poderia (na nossa cabeça) ter dito algo como: “Quem almoça às 14h? Isso é muito tarde!”. Mas ele simplesmente chamou a esposa para uma conversa breve. Então disse que sentia fome almoçando naquele horário, considerando o seu costume. E que queria organizar melhor a nova rotina e ela entendeu. Agora eles almoçam juntos às 13h todos os dias.
Conflitos são inevitáveis, vez que somos diferentes uns dos outros. Mas uma conversa que poderia nos levar ao encontro, muitas vezes, leva ao conflito. Por exemplo: sobre questões mais profundas e mesmo as simples do dia a dia. Sentimos que, às vezes, complicamos o que poderia ser muito simples.
Não fomos ensinados a pensar nos nossos conflitos em termos de necessidades. A reação natural é colocar a culpa desses desencontros – nos outros.
Desse modo, a nossa proposta é nos conhecermos melhor e nos aproximarmos das nossas necessidades.
Quanto mais evidenciamos as nossas necessidades, mais fácil assim é para as outras pessoas se aproximarem e quererem satisfazê-las e vice-versa.
Para facilitar esse caminho, é importante que estejamos dispostos a nos relacionar com essas necessidades e assim validar a experiência interna.
A FACILITAÇÃO DE CONFLITOS NÃO ACONTECE DE UMA HORA PARA OUTRA, E O PRIMEIRO PASSO É MESMO A DESCOBERTA EMOCIONAL.
Nesse caminho descobrimos que não somos responsáveis pelas emoções dos outros. Ao passo que nos aproximamos nas nossas necessidades, vemos na comunicação do outro que ele também fala das dele.
Isso nos leva à libertação emocional, acontece quando aprendemos a responder às necessidades alheias por compaixão, e não por medo, culpa ou vergonha. Quando acolho as minhas necessidades, me vejo pronto para acolher as dos outros também.
ACOMPANHE A EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO
Considere um caso em que você está desmotivado porque não recebe um feedback da liderança faz muito tempo. Você poderia dizer:
“Meu líder não me motiva!”
Com essa comunicação, sentimos que você não se conectou às suas necessidades, tampouco abriu espaço para que algo se transformasse.
“Eu me sinto inseguro quando meu líder não me diz o que sente em relação ao meu trabalho. É muito importante pra mim, saber como estou indo para que continue focado nas minhas atividades”.
Aqui, você já reconheceu que feedbacks são fundamentais para você.
“Fulano, é muito importante para que eu me sinta seguro, saber a sua opinião sobre o meu trabalho. Gostaria que você me dissesse como estou indo, o que preciso melhorar. Acha possível marcarmos um feedback mensal ou em outra periodicidade que fosse legal para nós dois?”
Ufa, aqui, você foi honesto emocionalmente e fez um pedido claro. Desse modo, abriu espaço para que o outro conheça as suas necessidades e escolha ou não atendê-las.
Nosso convite aqui, não é ensinar uma técnica. Mas sim que descompliquemos a comunicação, a partir da validação do que sentimos e pensamos. E que a nossa experiência interna seja a nossa autoridade máxima.
Seja congruente e abra espaço para que as pessoas que estejam com você também sejam. Acolha-se, acolham-se e deixe fluir.
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Anne Bertoli e Brunna Martinato
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